Demita-se ! Desafio ao Secretário de Estado da Juventude e do Desporto

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O fenómeno da violência associada ao futebol não é um caso novo e os sucessivos Governos tendem a agir por reação, adiando sistematicamente soluções, protegendo o futebol e envolvendo na contenda as restantes modalidades numa problemática de que não são responsáveis.

Não tivessem os governantes medo do futebol e não andassem os governantes a bajular constantemente essa modalidade, não deveria o Estatuto de Utilidade Pública Desportiva da FPF ser suspenso até à resolução deste e doutros problemas do jogo da bola ?

Perante a notória incapacidade do futebol (Federação Portuguesa de Futebol, Liga de Clubes, etc) resolver o grave problema da violência associada à modalidade, será que o Estado vai continuar a assobiar para o lado esperando, também ele, que aconteça (mais) uma desgraça ?

Infelizmente, está tudo dito e esclarecido quando o próprio Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, volta a protelar medidas resolutivas e não compreende nem distingue os conceitos de "futebol" e de "desporto".

O Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, além de não adotar medidas enérgicas, afirmou hoje o seguinte: "o que aconteceu em abril do ano passado, na sequência de alguns episódios de violência que envolviam árbitros, foi que o Governo reuniu um conjunto de entidades que trabalham no FUTEBOL - Federação, Liga, associação de treinadores, de árbitros e de jogadores, desafiando-os para em conjunto pensarmos medidas para a erradicação da violência no DESPORTO".

Melhor explicando: perante problemas de violência no FUTEBOL, o Secretário de Estado reuniu com pessoas e entidades do FUTEBOL para pensar medidas aplicáveis ao DESPORTO, persistindo no erro de, agindo por reação, misturar conceitos, não aplicar a legislação que já existe e continuar a pensar e decidir o DESPORTO sempre e só em função do FUTEBOL.

Quando o futebol conquista um feito desportivo, a matéria é transformada em assunto de Estado com condecorações, receções na Presidência da República e Assembleia da República. Quando outra modalidade conquista algo, os mesmos protagonistas políticos esquecem-se ou ficam-se por um misero comunicado, daqueles que são emitidos “às toneladas”.

Quando o futebol manifesta mais efusivamente a brutalidade que vai semeando no quotidiano, exatamente os mesmos protagonistas políticos, encolhem-se e dizem que se está perante um problema do desporto. Sério, honesto e coerente seria – tal como acontece nas coisas boas – também discriminarem as modalidades neste casos

José Luís Ribeiro

Presidente da Direção da ACM – Associação de Ciclismo do Minho

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