ORPHEU, REVISTA EXTINTA E INEXTINGUÍVEL

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A partir de 25 de Março, a Casa Fernando Pessoa assinala o centenário de Orpheu, revista “extinta e inextinguível”, pensando a ruptura que representou e o impacto que ainda hoje tem. As artes plásticas, a performance e as leituras cruzam-se num programa transversal e alargado.
 
A partir de 25 de Março, iniciam-se na Casa Fernando Pessoa as comemorações dos 100 anos da revista Orpheu. O programa, transversal e atento aos ecos de Orpheu hoje, abre com a inauguração da exposição de Pedro Proença, Os testamentos de Orpheu. Esta exposição ocupa vários espaços da Casa Fernando Pessoa, contaminando-a  e expressando o impacto de Orpheu no trabalho de Proença. Sobre a exposição, refere Proença: “A revista Orpheu é um fantasma que já há muito tempo vou digerindo e não cessa de ser uma fonte de entusiasmo. (…) O apetite por celebrar os de Orpheu vai aqui traduzido em obras (pinturas, cartazes, esculturinhas) onde abundam textos seus, colagens e abusos sobre eles, ou pequenos ensaios da minha lavra.(…)

Paralelamente e a partir de 28 de Março e até 25 de Abril, Orpheu volta aos cafés, lugares de comunhão e de discussão, espaços de há um século e de hoje. Ao Café Orpheu chamam-se actores, performers e textos que convocam o espírito do grupo. A Brasileira, o Fábulas, o Vertigo e o Kaffeehaus, pontos centrais no Chiado contemporâneo, deixam-se ocupar por Andresa Soares, Filipe Pinto, Lígia Soares e Miguel Castro Caldas (A Brasileira), Miguel Loureiro, Sara Graça e Victor d’Andrade (Fábulas), Sílvia Real, Sérgio Pelágio e Mariana Ramos (Vertigo) e Os Possessos (Kaffeehaus) surpreendendo quem está e quem passa, invocando o poder criador e transdisciplinar da geração de Orpheu que chegou a campos artísticos tão variados como a música, a dança, as artes visuais, para além da poesia – com Pessoa e Sá Carneiro como principais motivadores do grupo.
 
Das comemorações dos cem anos de Orpheu faz ainda parte a vontade de levar esta “revista extinta e inextinguível”, mais longe e a outros públicos. É este o objectivo da exposição itinerante Nós, os de Orpheu, desenvolvida em parceria com o Camões, IP – Instituto da Cooperação e da Língua. Esta exposição circulará internacionalmente, na rede do referido instituto, bem como nacionalmente, na rede escolar e na rede de bibliotecas. Um alargado trabalho de investigação que reuniu e pôs em diálogo documentos, cartas, manuscritos para que, em primeira pessoa, falassem Os de Orpheu sobre si e sobre os outros, a respeito da construção do projecto colectivo que foi a essa revista e do modo como foi recebida pelo meio que veio tomar de assalto.
 
Orpheu é também o ponto de partida para um novo programa de visitas temáticas na Casa Fernando Pessoa com vista à aproximação mais detalhada e profunda a diversos temas. A partir de Retrato de Fernando Pessoa de Almada Negreiros, é construída uma visita-experiência na qual o visitante é convidado a fazer parte da obra. Esta visita temática, Almada em Pessoa, está disponível entre 28 de Março e 25 de Abril.
 
A Casa Fernando Pessoa, casa habitada pelo autor nos últimos 15 anos da sua vida, está aberta de Segunda a Sábado, das 10H00 às 18H00. Além da programação regular que acontece neste espaço, pode também visitar-se o quarto de Fernando Pessoa e a biblioteca temática, especializada em Fernando Pessoa e em poesia.

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