Projeto europeu pretende detetar problemas de insuficiência cardíaca

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Através de uma monitorização contínua do estado de saúde, recorrendo a um colete e a uma aplicação para Smartphone será possível detetar precocemente problemas de insuficiência cardíaca. Chama-se SmartBEAT, é coordenado pelo centro de investigação Fraunhofer AICOS e é o primeiro projeto que considera os três intervenientes: doente, cuidadores formais e informais. O SmartBEAT, um projeto co-financiado pelo programa Ambient Assisted Living Joint Programme, que reúne 10 parceiros Europeus, arrancou em 2015 e representa um investimento superior a dois milhões de euros.
 
A solução a desenvolver no âmbito do SmartBEAT, e que vai permitir avaliar a evolução da doença e melhorar a qualidade de vida dos seniores com insuficiência cardíaca, assenta em três vertentes: um colete com sistema de recolha de sinais vitais; uma aplicação para Smartphone; e um portal integrado com um mecanismo de monitorização para análise de dados, gestão e relatórios. O facto de aliar os três intervenientes – doente, cuidadores formais e informais – constitui o fator inovador do SmartBEAT.
 
Para Liliana Ferreira, investigadora no Fraunhofer AICOS e coordenadora do projeto, “o SmartBEAT rompe totalmente com o que foi feito até agora pois, pela primeira vez, haverá uma monitorização contínua, o que poderá representar poupanças consideráveis em termos de hospitalizações e evitar internamentos”. “O objetivo é valorizar a prevenção em detrimento da cura ou tratamento”, acrescenta a investigadora.
 
O SmartBEAT é uma solução simples, barata e rápida, de acompanhamento dos seniores, permitindo reduzir custos com a doença, reduzir o número de internamentos e, em última análise, melhorar o prognóstico e reduzir a mortalidade neste segmento da população. O projeto que arrancou em Maio terá uma duração de 3 anos (36 meses) e, ao longo deste período, o consórcio pretende introduzir no mercado uma solução comercial baseado no SmartBEAT. Em Maio de 2016, o projeto deverá entrar na fase de testes que serão implementados em Portugal, Holanda, Bélgica e Noruega.
 
O número de doentes com insuficiência cardíaca tem vindo a aumentar e contribui para a sobrecarga do sistema público de saúde. Em Portugal, há 260 mil indivíduos com insuficiência cardíaca e na Europa este número chega a 15 milhões. A prevalência da doença em cidadãos com mais de 70 anos é de mais de 10 por cento. Em Portugal, na Europa e nos EUA, os custos associados a esta patologia representam um a dois por cento de todos os custos relacionados com os cuidados de saúde.
 
O SmartBEAT é um projeto Europeu (co-financiado pelo Ambient Assisted Living Joint Programme) que envolve 10 parceiros, entre os quais o Fraunhofer AICOS, a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e o Hospital de S. João. O financiamento, superior a dois milhões de euros, será também assegurado por várias entidades de cada país, como, no caso português, a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
 
Sobre a Fraunhofer Portugal
A Fraunhofer Portugal tem como missão promover a investigação aplicada com o intuito de fomentar o desenvolvimento económico e, simultaneamente dar resposta a um conjunto de necessidades da população. É uma associação sem fins lucrativos, reconhecida pelo Estado Português como Pessoa Coletiva de Utilidade Pública. Com sede no Porto, foi criada em 2008 pela Fraunhofer-Gesellschaft, a maior organização de investigação aplicada da Europa, e pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã.
 
Também criado em 2008, o Fraunhofer AICOS (Research Center for Assistive Information and Communication Solutions) é o primeiro centro de investigação da Fraunhofer em Portugal e resulta de uma parceria estratégica entre a Fraunhofer-Gesellschaft e a Universidade do Porto. O Fraunhofer AICOS atua em duas grandes áreas: “Ambient Assisted Living” (AAL) e “Information and Communication Technologies for Development” (ICT4D). A investigação desenvolvida no Fraunhofer AICOS é direcionada para dois grupos de utilizadores prioritários: os idosos e as populações de países em desenvolvimento, e tem como intuito criar soluções tecnológicas inovadoras e intuitivas e facilitar o acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação. O Fraunhofer AICOS tem competências científicas em três áreas primordiais: Interação Pessoa-Computador, Processamento de Informação e Computação Autónoma. A importância atribuída a estas temáticas levou o Fraunhofer AICOS a criar, em 2013, dois Centros de Competências: o Fall Competence Center (FCC) e o Information and Communication Technologies for Development Competence Center (ICT4DCC) nos quais se desenvolvem atualmente tecnologias que são utilizadas por entidades nacionais e estrangeiras.

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