SETOR PÚBLICO DEMORA 95 DIAS A PAGAR FATURAS

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  • Portugal é o país da Europa com risco mais elevado de pagamentos
  • Atrasos de pagamento impedem crescimento das empresas e inviabilizam novas contratações
  • Setor público não cumpre diretiva europeia dos atrasos de pagamento

O Relatório Europeu de Pagamentos 2017 elaborado pela Intrum Justitia coloca Portugal sob risco elevado (-1.08) e no fim da lista de países europeus, no que diz respeito ao Índice de Risco de Pagamentos, ultrapassando a Irlanda, a Itália e mesmo a Grécia.

Portugal é também um dos países onde os atrasos de pagamento no setor público são mais dilatados, de acordo com a pesquisa apresentada neste último Relatório da Intrum Justitia, que  inquiriu 10.468 empresas, em 29 países europeus, entre fevereiro e março deste ano.

O relatório conclui que Portugal e Itália (95 dias), bem como a Grécia (103 dias) são os países da Europa onde os atrasos de pagamento no setor público são mais dilatados. Situação oposta ao que se verifica em países como o Reino Unido, Estónia ou Finlândia, nos quais a média de pagamentos no setor público se situa nos 22 dias.

No entanto, apesar de o cenário ser mais confortável nos países do norte, o setor público, um pouco por toda a Europa,  tem pressionado as empresas para alargarem os prazos de pagamento, numa situação que se agravou comparativamente com o ano anterior.

Para Luis Salvaterra, Diretor Geral da Intrum Justitia Portugal, «São notícias preocupantes para os governos europeus, que vêm as suas próprias entidades contribuir para os atrasos de pagamento e ao mesmo tempo impedem os esforços para estimular o crescimento económico e a criação de emprego. Há entidades públicas que não cumprem o que está estabelecido na diretiva europeia para os atrasos de pagamento, que estabelece que o setor público deve pagar os bens e serviços no prazo de 30 dias, salvo circunstâncias muito excecionais. Com os números que obtivemos no estudo posso afirmar que esta exceção se tornou uma regra».

Em relação ao setor empresarial, o estudo conclui que os atrasos de pagamento impedem o crescimento das empresas portuguesas, com 58% dos inquiridos a apontarem esta situação como uma das mais graves consequências. Cerca de três quartos (76%) das empresas já aceitaram prazos de pagamentos mais longos do que consideram razoável, valor mais elevado do que a média europeia (58%).

«A mensagem do setor empresarial, em Portugal e por toda a Europa é clara, o pagamento dentro dos prazos pode influenciar positivamente a contratação de novos colaboradores. Já o inverso pode contribuir para o aumento do desemprego. Uma em cada cinco empresas, que responderam ao nosso inquérito, afirmam que esta situação está a originar situações de despedimentos e mais de uma em cada quatro defendem que o atraso nos pagamentos é uma ameaça à sobrevivência da sua empresa».

Relativamente ao motivo dos atrasos de pagamentos, 82% dos inquiridos nacionais apontam a situação financeira dos devedores como a principal causa, uma percentagem igualmente superior à média europeia (67%). Segue-se o atraso de pagamento intencional, referido por 62% das empresas que responderam ao inquérito.

Portugal inverte a tendência comparativamente à Europa apenas quando falamos em controlo de crédito e dilatação dos prazos de pagamento. Aqui, 56% das empresas nacionais utilizam esta medida preventiva para se protegerem contra os atrasos de pagamento, um valor superior ao registado na Europa (30%). Quanto à dilatação dos prazos, os mesmos 56% afirmaram que oferecem planos de pagamento quando os clientes pedem, já na Europa, apenas 32% considera esta possibilidade.

Sobre a Intrum Justitia

A Intrum Justitia é a maior consultora europeia de serviços de gestão de crédito e cobranças (CMS), oferece um vasto leque de serviços incluindo a compra de créditos e que tem como missão melhorar o cash flow e a rentabilidade a longo prazo dos seus clientes. Fundada em 1923, a Intrum Justitia tem 4 000 funcionários em 20 países. A faturação consolidada em 2016 foi de 643 milhões de euros. Intrum Justitia AB está cotada na bolsa Nasdaq de Estocolmo desde 2002. Em Portugal desde 1997 e conta com mais de 200 colaboradores. Para mais informações, visite: www.intrum.com

Sobre o European Payment Report 2017

O Relatório Europeu de Pagamentos 2017 é baseado numa pesquisa realizada simultaneamente em 29 países europeus, entre fevereiro e março de 2017. Neste relatório a Intrum Justitia reúne dados de milhares de empresas na Europa para ter uma melhor compreensão dos comportamentos de pagamento e a saúde financeira das empresas na Europa, facultando uma visão geral dos riscos de pagamento e vulnerabilidade dos mercados e das empresas.

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