PSORÍASE: SÓ PELA EDUCAÇÃO SE COMBATE O PRECONCEITO

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A integração social dos pacientes e os estigmas associados a esta patologia foi um dos temas centrais nas 5ª Jornadas de Actualização em Psoríase, evento que se realizou no passado sábado em Lisboa e que contou com a participação cerca de duas centenas de participantes, entre doentes, médicos e outros profissionais de saúde.

A propósito desta doença, que afecta cerca de 250 mil portugueses e que causa um elevado estigma social, Catarina Furtado, uma das convidadas das jornadas, destacou o efeito crítico e destrutivo dos preconceitos, designadamente a partir de sinais dados pelos doentes, o que, no caso da psoríase, é imediato. Na sua intervenção sobre “A imagem enquanto instrumento de trabalho e de socialização”, a apresentadora de televisão sublinhou que “só pela educação se poderá combater o preconceito e as pessoas devem perceber que o essencial é, na esmagadora maioria das situações, invisível. Há que educar o olhar dos outros”.

Ainda na perspectiva da discriminação social dos doentes com psoríase, uma doença crónica e sistémica não contagiosa, Fernando Negrão, presidente da Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias considerou que “os direitos, liberdades e garantias são cada vez mais uma realidade, mas que é um processo muito lento”. Segundo aquele responsável, “existem duas formas de discriminação: a directa, que reprova de imediato, e a indirecta, onde actos aparentemente neutros têm efeitos nefastos". Recorde-se que os doentes com psoríase se vêem confrontados, no seu dia-a-dia, com a incompreensão que ainda rodeia esta patologia, seja no local de trabalho ou na impossibilidade de acesso ao emprego, em actividades de lazer ou na simples interacção social.

A Psoríase é uma doença que afecta entre um a três por cento da população, sendo que dos 250 mil casos referenciados em Portugal, apenas 100 mil estão sob observação. Para o dermatologista Paulo Ferreira a relação médico-doente é fundamental para aumentar a adesão à terapêutica, um dos principais problemas da doença, e o grau de satisfação dos doentes. Neste sentido, o dermatologista defende que é necessário que os médicos tenham uma abordagem global, que coloquem a tónica no indivíduo e não na doença, baseada na confiança e na empatia, assumindo uma postura claramente motivacional. “Perceber o doente, sentir o que o doente sentiria caso estivesse na mesma situação” é fundamental para que os médicos ajudem, percebem e estimulem o paciente a conviver de forma saudável com a patologia. "Todos os dias os doentes enfrentam situações no dia-a-dia que se para um cidadão comum são banais, para quem tem psoríase podem ser dramáticas. A grande arte está na forma como o médico cria empatia com o doente."

A “Auto-Imagem e a Auto-Estima e o Impacto da doença crónica que se vê” foi o tema da intervenção do Prof. Eduardo Sá nesta jornadas que sublinhou a importância de os doentes com psoríase não se conformarem com o seu estado, libertando as emoções, evitando, desta forma, estados depressivos associados à forma como terceiros os olha. A atitude e o estado de espírito dos doentes é fundamental na forma como os outros nos vêem.

Centrando parte significativa da sua alocação no contexto relacional, Eduardo Sá abordou ainda diferentes questões que afectam a vida dos casais, onde a psoríase está presente, designadamente no que concerne aos afectos quotidianos ou a sexualidade.

Organizado pelo hospitalcuf descobertas e patrocinado pela Leo Farmacêuticos, o debate teve transmissão em tempo real, estando disponível em http://new.livestream.com/hospitalcufdescobertas/5jornadaspsoriase/videos/33188744

Um dos pontos altos destas jornadas foi a mesa redonda subordinada à temática «Psoríase: Impactos socio-relacionais e o doente enquanto cidadão”, assunto de particular importância tendo em conta o estigma social que ainda rodeia a doença, que não sendo contagiosa, causa problemas de integração a quem dela padece. Moderado por Catarina Furtado, este painel de discussão contou com a presença do Prof. Américo Figueiredo, presidente da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia, Vitor Baião, presidente da PSO Portugal, Prof. Eduardo Sá, Psicólogo e Psicanalista, e Dr. Paulo Ferreira, dermatologista.

Sobre o hospitalcuf descobertas

Inaugurado em 2001, o hospitalcuf descobertas foi o primeiro dos hospitais privados de nova geração, construído de raiz, com equipas dedicadas e estruturado e equipado para prestar os mais diferenciados cuidados de saúde.

Integra a rede da saúdecuf, propriedade da José de Mello Saúde, regendo-se pelos Valores fundamentais deste operador de referência da Saúde em Portugal: respeito pela dignidade e bem-estar da pessoa, desenvolvimento humano, competência e inovação.

Actualmente, um dia no hospitalcuf descobertas traduz-se em 1100 consultas, 1500 exames, 300 urgências, 45 doentes operados, 11 partos e 45 doentes saídos. Tem uma actividade crescente no domínio da formação médica.

Sobre a Leo Farmacêuticos

“Ajudar as pessoas a ter uma pele saudável” é a missão da empresa dinamarquesa LEO Pharma, laboratório de referência a nível mundial da área da Dermatologia. Fundado em 1908, pelos farmacêuticos Anton Antons e August Kongsted, está actualmente presente em mais de 100 países, assumindo ao longo de mais de um século de existência um papel de vanguarda na área da investigação científica.

Propriedade da Fundação Leo, criada em 1983, é a única farmacêutica do mundo com este modelo de gestão, onde a totalidade dos lucros são canalizados para a investigação e desenvolvimento de novos produtos. Foi a primeira empresa, fora dos Estados Unidos da América e do Reino Unido, a produzir penicilina, especializando-se, hoje em dia, nas áreas da Dermatologia e da Trombose, onde tem conseguido resultados notáveis com fármacos de uso humano eficazes e inovadores. Psoríase, eczema, infecções da pele e tecidos moles e coagulação são as áreas terapêuticas por excelência de intervenção da LEO.

Actualmente tem em todo mundo mais de 5.000 colaboradores dedicados a investigar e desenvolver soluções com o objectivo de ajudar as pessoas a ter uma pele saudável. A LEO Pharma está presente em Portugal desde 1997 através da subsidiária Leo Farmacêuticos, com sede em Lisboa e uma delegação no Porto.

Link’s directos para as intervenções de cada orador:
Boas Vindas
Dr. Paulo Ferreira
Dr. Fernando Negrão
Catarina Furtado
Prof. Eduardo Sá
Mesa Redonda

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