ABANCA obteve lucros de 1.203 milhões de euros em 2024, com uma rentabilidade recorrente de 16,5%

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RESULTADOS 4T 2024

  • O banco terminou a sua primeira década como uma das instituições mais fortes e competitivas do sistema bancário ibérico
  • O crescimento eficiente do negócio e uma boa gestão do balanço geram uma rentabilidade recorrente robusta
  • Após a aquisição do EuroBic, o ABANCA eleva o seu volume de negócios para mais de 128.000 milhões de euros e reforça o seu perfil ibérico
  • Com uma atividade de concessão de crédito intensa, a formalização de novos créditos aumentou 23,8%
  • Estratégia de crescimento orgânico de elevado sucesso: captação de 135.000 novos clientes, com especial destaque fora da Galiza
  • A elevada rentabilidade e uma política prudente de reservas permitem que o rácio de capital se situe em linha com o nível de referência 13% CET1
  • A taxa de morosidade situou-se em 2,6%, enquanto o rácio Texas está em 26,7% e a cobertura de ativos duvidosos em 77,9%
 
28.01.2025. O ABANCA registou, em 2024, um lucro atribuído de 1.203,1 milhões de euros, com uma rentabilidade ROTE recorrente de 16,5%. Esta rentabilidade elevada é o reflexo do crescimento eficiente do negócio, que elevou a margem base para 28,9%, e de uma boa gestão do balanço.

Décimo aniversário

O ABANCA, em 2024, celebrou os seus primeiros dez anos no mercado, posicionando-se como uma das entidades mais sólidas da Península Ibérica. Isto deve-se à elevada qualidade dos seus ativos (rácio de morosidade de 2,6%, de cobertura de 77,9% e o rácio Texas 26,7%), aos seus níveis de capitalização robustos (CET1 de 12,8% e 1.770 milhões de euros de excesso face aos requisitos), à sua elevada liquidez (ratio LTD no retalho de 78,6% e 23.412 milhões de euros em ativos líquidos) e aos seus elevados níveis de rentabilidade (16,5% de rentabilidade recorrente em 2024 sem o efeito da integração do EuroBic).

Após a concretização da integração de dez operações corporativas com êxito, o ABANCA supera os 128.000 milhões de euros de volume de negócios e é reconhecido como um player relevante na Península Ibérica. O banco conta com uma presença crescente no mercado fora da Galiza, em especial, depois da compra do EuroBic, em Portugal, onde gere um negócio de 20.000 milhões de euros.

O processo de integração do EuroBic, que continua a demonstrar a sua solidez financeira, avança de acordo com o calendário previsto. Em 2024, foram implementadas diversas melhorias no modelo de gestão e corporativo da entidade e, em 2025, vai ser concluída a integração informática no Grupo. O banco português registou um desempenho muito positivo no ano, com um ROTE de 11,1% e um rácio de capital CET1 de 18%.

O ABANCA consolidou, em 2024, um desempenho diferenciado em relação ao setor. É o banco com maior crescimento de margem base, reflexo das receitas recorrentes, o que permite ter uma das rentabilidades mais elevadas do setor. Esta rentabilidade robusta, combinada com uma política prudente de reservas, permite que o ABANCA seja o banco com o maior crescimento de fundos próprios no ano.

Crescimento eficiente do negócio

Com a incorporação do EuroBic no Grupo, o volume de negócios sob gestão do ABANCA alcançou os 128.443 milhões de euros, depois de crescer 13,6% no ano passado.

A concessão de crédito continua a ser uma prioridade para a atividade do banco: as novas formalizações de crédito aumentaram tanto em Espanha (6,6%), como em Portugal (multiplicando por 2,5). O ABANCA aumentou a sua quota de mercado nos dois países: 14 p.b. em Espanha e 237 p.b. em Portugal.

A carteira de crédito situou-se nos 49.354 milhões de euros. O crédito em situação normal cresceu 8,3% para 48.920 milhões de euros. As empresas, com 46% do total, e os particulares, com 40%, são os principais destinatários.

Paralelamente, o banco registou um aumento acentuado na captação de recursos de clientes – 17% face a 2023 – situando-se nos 79.089 milhões de euros. Os depósitos no retalho aumentaram 17,2% e fixaram-se no valor total de 62.773 milhões de euros. Deste montante total, 93% dos depósitos do ABANCA correspondem a famílias e empresas. Outra característica que se destaca é a sua elevada granularidade: 69% dos depósitos tem um montante inferior a 100.000 euros.

A captação de recursos fora do balanço e a venda de seguros continua com forte crescimento. Os montantes fora do balanço cresceram 16,4% face a dezembro de 2023, até 16.316 milhões de euros. Os prémios de seguros gerais e de vida aumentaram 15,6% no ano, até 567 milhões de euros. Os prémios dos seguros de vida aumentaram 103%, os de saúde cresceram 43% e os prémios dos seguros de habitação subiram 17% e os das empresas 16%.

Em 2024, o ABANCA continuou a reforçar a sua base comercial de forma orgânica, com a captação de 135.000 novos clientes distribuídos por Portugal e Espanha. A taxa de recomendação de novos clientes, que reflete a avaliação que estes fazem do banco, situa-se nos 65 pontos.

O dinamismo foi particularmente elevado nas geografias em expansão, que originaram 66% dos novos clientes. Destacamos o crescimento de 83% da captação de novos clientes em Portugal (22.179 novos clientes).

Inovação tecnológica focada no cliente

A tecnologia é uma ferramenta fundamental para adaptar a proposta comercial do banco às necessidades dos clientes e para aproveitar as oportunidades abertas pelos novos canais. Entre os clientes do ABANCA, 75% utilizam os canais digitais como principal ponto de contacto com o banco, sendo que 44% têm o seu primeiro contacto com o banco através destes canais.

Após investir mais de 1.000 milhões de euros em infraestrutura tecnológica nos últimos dez anos, o ABANCA continua a incorporar novas soluções, tanto nas suas operações com os clientes, como no funcionamento da instituição. O banco continua a reforçar os seus canais remotos, expandindo as suas capacidades e reforçando a sua segurança. No caso da IA generativa, o ABANCA é o primeiro banco espanhol a integrá-la na resposta às questões dos clientes. Além disso, 60% dos colaboradores do banco já utilizam esta tecnologia no seu local de trabalho.

O B100, a marca de banca digital com a qual o Grupo ABANCA foi pioneiro na criação do conceito de healthy banking, alcançou no final de 2024 – ano em que iniciou a sua atividade – mais de 230 milhões de euros.

Resultados de elevada qualidade

O resultado obtido pelo ABANCA, em 2024, tem como base a boa evolução do negócio comercial com os clientes. A margem financeira registou um crescimento de 32,9% em termos anuais, enquanto as receitas de serviços cresceram 12,3%. Consequentemente, a margem base registou um aumento de 28,9%.

A estratégia de diversificação do ABANCA traduziu-se num aumento notável das receitas provenientes da prestação de serviços de valor acrescentado, que representam agora 44% do total, tendo aumentado 16,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

O aumento das receitas recorrentes e diversificadas, que constituem o núcleo do modelo do banco, permitiu continuar a progredir em eficiência, que melhorou 2,1 p.p. para 47,8%, muito abaixo dos 50%. 

A evolução dos gastos está condicionada pela incorporação das integrações no perímetro de consolidação e pelo esforço realizado para aumentar as capacidades de atendimento e serviço ao cliente, reforçar a proteção contra os riscos cibernéticos (onde o banco investiu 135 milhões de euros nos últimos dois anos), impulsionar o negócio e melhorar a remuneração dos colaboradores.

Apesar dos seus sólidos níveis de solvência e morosidade, o ABANCA mantém uma política de prudência no que diz respeito à gestão de riscos. O custo do risco mantém-se controlado em 0,27%, com o rácio de morosidade em 2,6% e uma taxa de cobertura em 77,9%.

Solidez do perfil financeiro

O ABANCA mantém a solidez do seu perfil financeiro, uma das suas caraterísticas mais marcantes. A taxa de morosidade situou-se em 2,6% no final do ano, um nível estável e abaixo da média do sistema. O rácio de cobertura destes ativos foi de 77,9%, o que representa 773 p.b. acima da média do sistema.

O ABANCA continua a melhorar o seu nível de solvência graças à combinação de uma elevada rentabilidade recorrente e de uma gestão prudente do capital. Apesar das aquisições, o banco apresenta um rácio de capital CET1 de qualidade superior de 12,8%, próximo do seu nível de referência de 13%. O rácio de capital total foi de 17,1%, com uma almofada de 458 p.b. sobre os requisitos regulamentares, equivalente a 1.770 milhões de euros. O banco cumpre o requisito MREL fixado para 2024 com uma almofada de 77 p.b.

Em termos de liquidez, o ABANCA tem 23.412 milhões de euros em ativos líquidos, valor que representa o equivalente a 4,5 vezes os valores previstos das emissões. Além disso, dispõe de uma capacidade de emissão de obrigações de 5.984 milhões de euros, o que faz com que a sua posição total seja de 29.396 milhões de euros. A sua estrutura de financiamento é principalmente de retalho, com um rácio LTD de retalho de 78,6%. O banco tem rácios de liquidez de 147% em financiamento estável líquido (NSFR) e 239% em cobertura de liquidez (LCR).
Tudo isto, além de outros fatores, reforça a imagem do banco face a investidores e agências de notação financeira. O banco realizou a sua última emissão em novembro de 2024, mais uma vez com êxito: participaram mais de 120 investidores internacionais e a procura foi quatro vezes superior ao montante emitido. Por sua vez, as agências de notação financeira divulgaram em 2024 novas ações positivas em relação ao ABANCA, reiterando a sua confiança no banco. Destaque para a subida num nível por parte da Moody’s e a melhoria da perspetiva para positivo nas outras três agências.

Banca responsável e sustentável

O banco continua a avançar na sua estratégia social e de sustentabilidade com novas iniciativas, incluindo as que visam o apoio financeiro à transição energética, a redução das emissões, a descarbonização da carteira de empréstimos, a conservação e melhoria do ambiente, a educação financeira e o apoio aos grupos afetados pela DANA.

O ABANCA concluiu no final do exercício do ano passado o seu Plano de Banca Responsável e Sustentável 2021-2024, focado em apoiar os seus clientes na transição para um modelo produtivo mais sustentável.

Em novembro, a agência de notação Sustainalytics, pertencente ao grupo Morningstar, classificou o ABANCA como a melhor instituição financeira espanhola no seu ranking de sustentabilidade. A sua classificação de 6,8 pontos colocou-o na categoria de “risco negligenciável” (‘Negligible risk’), a melhor possível na escala da agência.

Em 2024, o banco gerou um volume de negócios total de 3.000 milhões de euros para apoiar a transição energética. Mais de 50% do stock de crédito concedido pelo ABANCA é atribuído a setores menos sujeitos à necessidade de transição, ou seja, com um carácter mais sustentável.

Em termos de emissões, em 2024, o banco atingiu 7.076 toneladas de CO2eq evitadas graças à utilização de eletricidade 100% renovável com garantia de origem nas suas operações enquanto empresa. Através do financiamento de projetos de energias renováveis, foi evitado um total de 225.049 toneladas de CO2eq.

No âmbito da sua trajetória para a descarbonização, sete setores foram identificados, que representam 80% do total, e já se encontram abaixo dos cenários de Zero Emissões Líquidas estabelecidos como meta para 2030.

No âmbito social, o Programa de Educação Financeira da ABANCA e da Afundación contou com 202.492 participantes no ano passado, enquanto o Plano de Formação e Capacitação Digital para a Terceira Idade realizou cerca de 80 novas ações.

Foram ainda realizadas 598 ações de voluntariado, que envolveram 23.021 horas e 2.970 participações.

Para além de outras medidas de apoio às vítimas da DANA, o ABANCA fez uma doação de 1 milhão de euros, criou uma conta solidária e, em colaboração com a Afundación, enviou 57 toneladas de alimentos e entregou 2.600 brinquedos a crianças valencianas.

Para materializar estas ações, o banco desenvolveu um vasto esforço organizativo e de apoio que se traduziu no equivalente operacional de 73 postos de trabalho a tempo inteiro, 17.500 horas de trabalho em projetos tecnológicos, na formação de mais de 3.000 colaboradores, bem como no acompanhamento de 496 agentes formados para aconselhar 15.000 PME em matéria ESG no âmbito do Programa de aconselhamento para a transição.
 

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