Doping: Associação de Ciclismo do Minho exige processos judiciais contra prevaricadores
A Associação de Ciclismo do Minho propôs à Federação Portuguesa de Ciclismo que esta processe judicialmente os prevaricadores em matéria de dopagem exigindo indemnizações pelos prejuízos causados à modalidade. A proposta minhota foi apresentada na Assembleia Geral da FPC que ratificou o regulamento antidopagem. Além do acolhimento positivo por parte da Direção da FPC, a sugestão minhota recolheu anteriormente o apoio unânime de todas as associações regionais de ciclismo que também aprovaram uma posição conjunta exigindo um maior apoio do Estado ao ciclismo.
Recorde-se que a Associação de Ciclismo do Minho lançou, em 2009, o Jogo limpo - manifesto pela ética desportiva, um compromisso público em defesa da ética desportiva e contra o doping.
Na Assembleia-Geral da Federação Portuguesa de Ciclismo que ratificou o novo regulamento antidopagem, José Luís Ribeiro, Presidente da Associação de Ciclismo do Minho, instou a FPC a “agir judicialmente contra os prevaricadores em matéria de dopagem, visando o ressarcimento pelos prejuízos e danos causados à modalidade”.
Considerando que o doping “é uma traição aos princípios do desporto que não se cinge à prática desportiva de competição nem a nenhuma modalidade em particular”, o Presidente da Associação de Ciclismo do Minho diz ser primordial “reafirmar os princípios e valores do desporto, nomeadamente, a ética, a honestidade, o espírito e a verdade desportiva e assumir quotidianamente uma conduta de “tolerância zero”.
“Deploravelmente, o jogo sujo tem ferido a essência do desporto, originando uma imensa descrença que mina flagrantemente a continuidade do sistema desportivo, pondo em perigo a saúde pública e provocando elevados prejuízos e danos a cada uma das modalidades”, sustentou o dirigente desportivo minhoto salientando que “as proporções e a gravidade da dopagem no desporto fazem com que algumas modalidades corram o sério risco de sobrevivência e sofram prejuízos e danos grandiosos, perdendo igualmente as suas referências morais e descredibilizando-se socialmente”.
A proposta da Associação de Ciclismo do Minho mereceu a concordância na Direção da Federação Portuguesa de Ciclismo. De acordo com Delmino Pereira, Presidente da FPC, “o doping é grave e não podemos ter o ciclismo conotado com ele. Chegou, de facto, a hora de avançar com outras medidas e de exigir responsabilidades. A Direção da Federação Portuguesa de Ciclismo - havendo viabilidade jurídica - avançará com os processos judiciais pois os prevaricadores em matéria de dopagem lesam o ciclismo e o bom nome da nossa modalidade”.
Anteriormente, aquando de uma reunião geral realizada a 10 de outubro na Anadia, as associações regionais de ciclismo aprovaram por unanimidade a mesma proposta da Associação de Ciclismo do Minho que aponta para a instauração de processos judiciais a quem prevaricar em matéria de dopagem exigindo indemnizações pelos prejuízos causados à modalidade. Na mesma reunião e também por proposta da Associação de Ciclismo do Minho, as associações regionais de ciclismo aprovaram por unanimidade uma posição conjunta que reclama um acréscimo dos apoios do Estado ao ciclismo, modalidade que o próprio Instituto Português do Desporto e Juventude considera ser a número um em termos de desenvolvimento desportivo mas que é a décima primeira em termos de financiamento público.
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