Orçamento do Estado tem de recuperar o Investimento Público
AICCOPN alerta que só será possível captar mais investimento privado, com investimento público estruturante
Perante as últimas indicações acerca do processo de negociação do Orçamento do Estado para 2018 e a eventual preparação de um radical corte nas verbas para o investimento público, a AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas considera que este Governo tem de reassumir o compromisso com a retoma do investimento público, recordando que esta é uma prioridade consensualmente reconhecida, mas que está ainda por implementar, sendo que Portugal é, atualmente, o País com menor peso do investimento público no PIB, de entre todas as economias avançadas.
A Associação recorda que, no OE’2017, foi assumido um crescimento de 22% para o investimento público em 2017, reconhecendo-se a necessidade urgente de recuperar de mínimos históricos de 30 anos. Um ano depois, verifica-se que, não só se estará a apontar para uma execução relativa a 2017 que se vai traduzir numa quebra de 23%, apenas 3.244 milhões, como se prevê uma dotação orçamental para 2018, que resulta numa redução orçamental de 10,2%, para 3.754 milhões de euros.
Reis Campos, Presidente da AICCOPN, refere que “a recente retoma do investimento privado, alicerçada no investimento em imobiliário, no interesse dos investidores e no bom momento que o País atravessa, em domínios como o turismo, tem permitido compensar a quebra do investimento público, mas esta é uma realidade conjuntural e, por isso, de natureza temporária, pelo que o crescimento económico não pode estar exclusivamente dependente destes fatores.”
Para o dirigente, “a discussão política em torno da necessidade de um planeamento estratégico do investimento a fazer até 2030, o reconhecimento da necessidade de uma nova política da habitação com uma visão global e integrada, ou o enfoque em domínios estratégicos como a Reabilitação Urbana, são desenvolvimentos positivos, mas têm que ter uma aplicação prática. É necessário começar a materializar estas medidas, as quais, necessariamente têm de ser acompanhadas pelo necessário investimento público.
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