100 anos da descoberta da insulina: o derradeiro marco revolucionário no tratamento da diabetes
“A descoberta da insulina foi um dos marcos mais extraordinários do século XX. Antes deste acontecimento ter diabetes era equivalente a uma condenação à morte”
17 de dezembro de 2020 - A descoberta da insulina foi um marco revolucionário no tratamento da diabetes e um dos feitos mais memoráveis na história da medicina e, em 2021, é comemorado o centenário deste acontecimento. Para assinalar este avanço, a comissão organizadora do Centenário da Descoberta de Insulina em Portugal dá os primeiros passos no arranque das comemorações e reforça que esta foi uma descoberta que permitiu salvar milhões de vidas.
A Comissão Executiva das Comemorações do Centenário da Descoberta da Insulina conta com elementos que acompanharam mais de meio século da história da insulina para trabalhar com Instituições e Sociedades ligadas ao tratamento da diabetes num programa vasto de atividades adequadas à ocasião, com a duração de um ano e com início em janeiro de 2021. O objetivo desta comissão é reforçar a importância da descoberta da insulina e os principais avanços que se fizeram sentir nos últimos cem anos.
“Estamos há quase cem anos a lutar contra a diabetes e comemorar o centenário da descoberta da insulina é celebrar a vida. Em 1921, a insulina foi isolada pela primeira vez em laboratório de forma bem-sucedida e foi aplicada numa pessoa, pela primeira vez, em janeiro de 1922. Desde então, é o principal tratamento na luta contra a diabetes. Esta era uma doença fatal e podemos referir que, antes deste acontecimento, a sobrevivência de uma criança com diabetes tipo 1 variava entre um mês e dois anos, no máximo. Atualmente, já conseguimos adaptar o tipo de insulina a cada doente, uma derradeira evolução na área da medicina.” explica Luis Gardete Correia, endocrinologista e presidente da Fundação Ernesto Roma.
“A descoberta da insulina veio prolongar a vida das pessoas com diabetes, sobretudo as que sofrem de diabetes tipo 1 e veio também abrir portas a mais e melhor investigação sobre novas insulinas e novos métodos de aplicação. Antes da descoberta da insulina, ter diabetes era equivalente a uma condenação à morte. O tempo de vida era curto e associado a complicações graves como a cegueira, as amputações dos membros, o acidente vascular cerebral, o enfarte do miocárdio, a insuficiência renal e a morte.” partilha José Luis Medina, especialista em Endocrinologia e professor catedrático jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
“Mesmo em tempos de pandemia não podemos deixar de assinalar este histórico acontecimento, manifestando o nosso apreço pelos investigadores de todo o mundo, que tanto contribuem para que a diabetes seja combatida com sucesso”, conclui Manuel Almeida Ruas, endocrinologista, fundador e ex-diretor do Serviço de Endocrinologia dos HUC – Coimbra.
No âmbito das comemorações será inaugurada a exposição “Uma Visita à História da Diabetes no Centenário da Descoberta da Insulina”, nos primeiros dias de janeiro de 2021, na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Trata-se de uma exposição itinerante que poderá, posteriormente, ser visitada nas cidades de Coimbra, Porto, Funchal e Ponta Delgada.
Os eventos que irão acontecer por todo o país, durante o decorrer do ano de 2021 e de iniciativa das entidades que se constituem enquanto Comissão Nacional das Comemorações do Centenário da Insulina, podem ser consultados no site oficial www.100anosinsulina.pt
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