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Pessoas com diabetes representam um terço das mortes por COVID-19 no Reino Unido

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A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) alerta para os resultados de uma avaliação do Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido que demonstra que as pessoas com diabetes tipo 2 têm o dobro da probabilidade de morrer após infeção por SARS-Cov-2 do que a população que não tem diabetes. Já as pessoas com diabetes tipo 1 têm três vezes e meia mais risco do que a restante população. Algumas das medidas que estão agora a ser implementas no Reino Unido para combater estes números já tinham sido implementadas, em Portugal, pela APDP, nas primeiras semanas da pandemia.

“A pandemia da COVID-19 afeta todos de forma diferente e este é mais um estudo que veio demonstrar que há evidência de um maior risco de morte e morbilidade nas pessoas com diabetes. A APDP tem estado na linha da frente para encontrar novas soluções e para conseguir manter um acompanhamento regular de todos as pessoas com diabetes. Afinal, pensa-se que o risco de pessoas com diabetes face à COVID-19 está em linha com o risco adicional analisado com outras infeções, como, por exemplo, a pneumonia. Deriva da diminuição da capacidade de resposta à infeção com a descompensação da diabetes” refere José Manuel Boavida, presidente da APDP.

O estudo realizado no Reino Unido revela que a mortalidade aumenta com a idade (a percentagem abaixo dos 40 é diminuta) e que a taxa geral de pessoas com diabetes duplicou durante o período inicial de pandemia, principalmente em comunidades mais carenciadas. E que, tanto na diabetes tipo 1 como na tipo 2, as pessoas com doença renal preexistente e insuficiência cardíaca estavam em maior risco.

José Manuel Boavida defende que este estudo não pode ser negligenciado e afirma que “estes dados comprovam a grande preocupação da APDP com as pessoas com diabetes em que, apesar de não terem maior probabilidade de contrair infeção por SARS-Cov-2, apresentam maior risco de complicações se infetadas. O NHS do Reino Unido adotou uma série de medidas como a criação de uma linha de apoio, alargou as medidas de apoio às pessoas com diabetes, e desenvolveu ferramentas digitais para ajudar as pessoas a gerirem a diabetes durante a pandemia. Medidas que a APDP já adotou desde o início do confinamento” e menciona que “a comunidade inglesa vai também receber apoio adicional para a autogestão da diabetes, através de serviços de educação online. Precisamos deste apoio, interesse e envolvimento por parte do Serviço Nacional de Saúde. Estamos disponíveis para lançar um programa de educação nos cuidados primários para todos os novos diagnosticados: o ABC Diabetes”.

“Desde o início da pandemia que a APDP implementou um sistema de teleconsultas, contactos diários aos seus utentes para dar uma palavra de conforto, elaborou um manual de apoio para as pessoas com diabetes após resultado positivo de COVID-19, um manual com as mesmas indicações partilhadas atualmente pelo NHS do Reino Unido, criou a Linha de Apoio Diabetes (21 381 61 61) para prestar aconselhamento especializado, criou um serviço domiciliar de entrega de medicamentos e forneceu as ferramentas necessárias para a autogestão de cuidados”, afirma João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP.

Sobre a APDP  

Fundada em 1926, a APDP é a associação de pessoas com diabetes mais antiga do mundo. Com cerca de 15 mil associados, desenvolve a sua atividade na luta contra a diabetes e no apoio à pessoa com esta doença, tendo sempre como meta a integração das pessoas com diabetes enquanto elementos ativos na sociedade. A APDP tem sido pioneira na prevenção, na educação e no acompanhamento personalizado. Conhecer melhor a doença e explorar novas formas de tratamento são os seus principais objetivos, a par da criação de estruturas capazes de dar resposta aos diversos problemas que envolvem a diabetes.

www.apdp.pt

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