ASPEA promove uma ronda de audiências com os Grupos Parlamentares para reforçar o papel dos jovens nas políticas públicas de Educação Ambiental
Esta segunda-feira, dia 2 de dezembro, a Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA) inicia uma ronda de reuniões com os Grupos Parlamentares da Assembleia da República, integrando na comitiva crianças e jovens da rede Vamos Cuidar do Planeta. Pelas 11h00 está marcada a reunião com o Grupo Parlamentar do CDS-PP e pelas 14h00 com o Grupo Parlamentar do Partido LIVRE.
No âmbito da rede “Vamos Cuidar do Planeta!”, coordenado em Portugal pela ASPEA, uma delegação de 12 crianças e jovens, em representação de mais de 8 000 alunos, acompanhados pelo Presidente da ASPEA, técnicos e professores do projeto, reúnem-se com deputados de dois grupos parlamentares para debaterem com os decisores políticos os problemas e ameaças ambientais que os inquietam - trazendo compromissos, propostas para que possam ser acarinhadas e integrar iniciativas parlamentares.
Serão levadas às reuniões com os Grupos Parlamentares problemas e ameaças ambientais identificadas pelas crianças e jovens, questões sobre iniciativas políticas dos Deputados e Governo, assim como propostas e desafios políticos para iniciativas parlamentares, em relação aos seguintes temas: Emergência Climática - fenómenos extremos; Água - Fast Fashion e consumo excessivo de água; Resíduos – beatas e embalagens descartáveis ou de uso único; Biodiversidade e Educação Ambiental nas escolas.
Os temas e questões colocadas resultam dos trabalhos desenvolvidos e das conferências escolares que se realizaram durante o ano de 2024, pretendendo-se, desta forma, promover a consciência cívica e fortalecer a cultura democrática das crianças e jovens em idade escolar.
Esta rede “Vamos Cuidar do Planeta!” procura promover a aproximação dos jovens aos órgãos do poder local, regional e nacional e às instituições democráticas no sentido de serem parte integrante nos processos de decisão política.
O Presidente da ASPEA, Joaquim Ramos Pinto, enfatiza “a necessidade de deixarmos os discursos de retórica, reconhecendo a importância de dar voz às crianças e jovens e deixá-los fazer parte das soluções, pelo que devem ser envolvidas e reconhecidas como aliados fundamentais na elaboração de políticas comprometidas com o envolvimento cívico, a cidadania ativa e a educação para a cidadania democrática, na qual se inclui a cidadania ambiental”.
É de salientar que o trabalho com crianças e jovens, mesmo que não seja em idade de votar, pode contribuir para darmos um passo muito importante, enquanto decisores políticos, na medida em que ao valorizar todo o seu potencial crítico e de criatividade possibilitamos que possam vir a desempenhar um papel construtivo no planeamento de uma sociedade ambientalmente mais responsável e socialmente justa, em tempos de várias crises que atravessamos.
Os jovens precisam de ter os canais de aproximação aos decisores políticos de forma a contribuírem para os processos de decisão e assim poderem apropriar-se das iniciativas parlamentares e políticas locais e nacionais envolvendo-se no presente e dando continuidade no futuro próximo, já em lugares de responsabilidade, seja na sociedade civil, nas empresas ou nos órgãos políticos.
Estas crianças e jovens da rede “Vamos Cuidar do Planeta!” apresentam-se nestas audiências com os Grupos Parlamentares, demonstrando que nas escolas, ou nos coletivos dinamizados a partir da sociedade civil, as crianças e os jovens podem identificar problemas e definir propostas na resolução das ameaças ambientais, que poderão ir desde a dimensão escolar, local até à nacional ou global. Após estudarem o tema selecionado, é desejado que os próprios alunos, através de diálogos com decisores políticos, técnicos e especialistas, possam elaborar propostas de possíveis soluções para os problemas anteriormente encontrados.
Reforça Joaquim Ramos Pinto que acreditarmos na participação como processo educativo e perante as problemáticas ambientais é mais importante o processo do que os fins. Neste percurso são importantes novas formas de relacionamento entre políticos e sociedade civil como forma de respondermos eficazmente à crise ambiental e, em particular, a crise climática que enfrentamos.
“Após as reuniões com o Grupos Parlamentares estaremos atentos às consequências, em particular às iniciativas parlamentares que possam surgir das propostas e desafios que as crianças e jovens apresentaram”, conclui.
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