Lancet Oncology publica resultados do ensaio clínico de fase II, TERRAIN, que compara a enzalutamida com a bicalutamida no cancro da próstata metastático resistente à castração (CPRCm)
-Estudo disponível a 13 de janeiro, 2016, na edição online-
Lisboa, janeiro, 2016 -- Astellas Pharma anunciou que os resultados do ensaio clínico de fase II, TERRAIN, que compara XTANDI (enzalutamida) com bicalutamida no cancro da próstata metastático resistente à castração (CPRCm), foram publicados na Lancet Oncology. O artigo intitulado “Eficácia e Segurança de Enzalutamida versus Bicalutamida em doentes com Cancro da Próstata Metastático (TERRAIN): Um ensaio clínico aleatorizado, de fase II, em dupla ocultação” está disponível desde 13 de janeiro, 2016, na edição online, com autor principal o Dr Neal D Shore. O artigo vai ser publicado na futura versão em papel, desta revista científica.[i]
O estudo alcançou o seu objetivo primário demonstrando um aumento estatísticamente significativo na sobrevivência livre de progressão (PFS) para enzalutamida comparativamente a bicalutamida (Hazard Ratio (HR) de 0,44; intervalo de confiança de 95%, 0,34-0,57; p<0,0001).
A mediana de PFS foi 15,7 meses no braço enzalutamida, comparada com 5,8 meses do braço bicalutamida. Os efeitos adversos observados no TERRAIN, foram consistentes com os obtidos nos ensaios de fase III com enzatulamida.
“Agora que esta informação foi publicada, mais profissionais de saúde terão possibilidade de verem a promessa da enzatulamida versus bicalutamida no cancro da próstata metastático resistente à castração” afirma o Professor Axel Heidenreich, M.D., Ph.D., Professor e Diretor do Departamento de Urologia do Hospital Universitário de Colónia, na Alemanha. “A enzalutamida foi superior a bicalutamida em todos os objetivos primários e secundários, demonstrando a eficácia oncológica do medicamento. Apesar do facto de os doentes terem sido tratados durante um período de tempo duas vezes superior com enzalutamida do que com bicalutamida, não foi observada nenhuma interferência significativa na qualidade de vida. Estes resultados podem ter implicações significativas na prática clínica.”
O tempo mediano do grupo em tratamento com enzalutamida no TERRAIN foi de 11,7 meses, comparativamente a 5,8 meses com bicalutamida. Efeitos adversos graves (EAs) foram notificados em 31,1% de doentes tratados com enzalutamida versus 23,3% de doentes tratados com bicalutamida. EAs individuais de grau 3 ou superior ocorreram a uma taxa semelhante (<1%>vs. 4,2%) e dorsalgias (2,7% vs. 1,6%), que ocorreram mais frequentemente no grupo de tratamento com enzalutamida.
EAs cardíacos de grau 3 ou superior foram observados em 5% dos doentes tratados com enzalutamida versus 2% dos doentes tratados com bicalutamida. A maioria dos doentes com estes EAs em ambos os grupos tinham risco cardiovascular na baseline. Foram notificadas duas convulsões com enzalutamida e uma com bicalutamida. Os EAs comuns notificados mais frequentemente com enzalutamida versus bicalutamida foram: fadiga, dorsalgia, rubor quente, hipertensão, diarreia, perda de peso e dor nas extremidades.
“TERRAIN é o primeiro ensaio clínico que compara diretamente enzalutamida com bicalutamida, que avaliou tanto a eficácia como a segurança destes agentes no tratamento de homens com cancro da próstata metastático resistente à castração” afirma Claire Thom, Senior Vice Presidente Sénior e Responável da Área Oncológica da Astellas. “Acreditamos que estes resultados acrescentam valor à já robusta informação da enzalutamida e parecem consistentes com os resultados de múltiplos ensaios clínicos e estadios avançados de cancro da próstata que foram estudados. Estamos muito satisfeitos pela Lancet Oncology ter escolhido publicar estes importantes resultados.”
Sobre o ensaio clínico TERRAIN
O ensaio clínico TERRAIN, de fase II, envolveu 375 doentes na América do Norte e Europa. O ensaio incluiu doentes com cancro da próstata metastático, cuja doença progrediu apesar do tratamento com análogo LHRH ou após castração cirúrgica. O objetivo primário do ensaio foi a sobrevivência livre de progressão (PFS), definida enquanto tempo desde a aleatorização até à confirmação de progressão radiográfica, ocorrência de acontecimentos músculo-esqueléticos, início de nova terapia antineoplásica ou morte, dependendo de qual acontecer primeiro. O ensaio clínico foi desenvolvido para avaliar a enzalutamida numa dose de 160 mg em toma única diária oralmente versus bicalutamida numa dose de 50 mg tomados uma vez ao dia, sendo esta a dose aprovada em combinação com análogo LHRH.
Sobre XTANDI™ (enzalutamida)
XTANDI é um inibidor da via de sinalização do recetor androgénico (RA), com toma única diária por via oral. XTANDI atua em três fases diferentes da via de sinalização do recetor androgénico:
- Bloqueia a ligação dos androgénios[ii]
- Inibe competitivamente a ligação dos androgénios aos recetores androgénicos[iii]
- Impede a translocação nuclear dos RA1
- Afeta a ligação ao DNA, impedindo a modulação da expressão genética1
- A interação do recetor androgénico ao DNA é essencial para a modelação da expressão do gene2
Sobre a Astellas Pharma
A Astellas Pharma é uma companhia farmacêutica comprometida com a melhoria do estado de saúde das populações mundiais, fornecendo as mais recentes e inovadoras terapêuticas. O foco da organização está na disponibilização de terapêuticas, ao nível da I&D e da comercialização de tratamentos eficazes, que melhorem a vida dos doentes, continuando a crescer de forma sustentada no seu setor. É uma das 20 maiores empresas farmacêuticas, que emprega cerca de 15 mil colaboradores em todo o mundo.
A Astellas está em Portugal desde 1967, conta com cerca de 53 colaboradores e focaliza-se nas seguintes áreas terapêuticas: Oncologia, Urologia, Dermatologia, Transplantação, Anti-infecciosos e Dor.
Para mais informações sobre a Astellas visite http://www.astellas.com.pt/pt/.
Sobre a colaboração Medivation/Astellas
Em Outubro de 2009 a Medivation e a Astellas entraram num acordo global para desenvolver e comercializar em conjunto a enzalutamida. As companhias estão a colaborar num programa de desenvolvimento abrangente que inclui estudos para desenvolver a enzalutamida em todo o espectro do cancro da próstata avançado e no cancro da mama avançado. As empresas comercializam em conjunto XTANDI nos EUA, sendo que a Astellas tem a responsabilidade de fabrico e de todos os processos adicionais de registo a nível global, bem como a comercialização fora dos EUA.
[i] Shore ND, Chowdhury S, Villers A, et al. Efficacy and safety of enzalutamide versus bicalutamide for patients with metastatic prostate cancer (TERRAIN): a randomised, double-blind, phase 2 study. Lancet Oncol 2016; published online January 13. http://dx.doi.org/10.1016/S1470-2045(15)00518-5
[ii] Tran C, et al. Development of a second-generation antiandrogen for treatment of advanced prostate cancer. Science 2009; 324:787-790
[iii] Hu R, Denmeade SR and Luo J. Molecular processes leading to aberrant androgen receptor signaling and castration resistance in prostate cancer. Expert Rev Endocrinol Metab 2010; 5 (5): 753–764
4 European Medicines Agency. XTANDI (enzalutamida). Resumo das Características do Medicamento, 2015.
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