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MAIOR ESTUDO EUROPEU DE PREVALÊNCIA DA INFEÇÃO PELA BACTÉRIA CLOSTRIDIUM DIFFICILE EVIDENCIA DISPARIDADES NO DIAGNÓSTICO E PROBLEMAS DO SUBDIAGNÓSTICO

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  • Estudo indica subdiagnóstico da infeção hospitalar por Clostridium difficile
  • Em média, diariamente falha o diagnóstico de 74 casos por hospital, sendo que 34 doentes recebem um resultado falso negativo Na Europa, cerca de 40.000 doentes por ano com a infeção estão subdiagnosticados

O maior estudo europeu de prevalência da infeção hospitalar pela bactéria Clostridium difficile (CDI), o estudo EUCLID, contou com a participação de 11 hospitais portugueses. Esta investigação, que teve como objetivo analisar a prevalência e a eficácia do diagnóstico junto de 482 hospitais em 20 países europeus, demonstrou elevadas disparidades nas práticas de diagnóstico e evidenciou o verdadeiro impacto da infeção.

O subdiagnóstico representa um problema por várias razões: doentes não diagnosticados representam risco de transmissão; doentes não diagnosticados estão sujeitos a muitos procedimentos desnecessários de procura da causa dos sintomas; um diagnóstico incorreto distorce os dados epidemiológicos.

As principais razões para o subdiagnóstico apontadas pelo estudo referem: pouca sensibilidade dos métodos de diagnóstico da infeção e ausência de suspeita clínica da presença da infecção.
Em relação a estas duas razões, os investigadores apontam como soluções a harmonização e estandardização dos métodos de diagnóstico, bem como um maior investimento em conhecimento dos profissionais de saúde relativamente à infeção e uma maior abertura em relação às políticas restritivas de pedido de análises laboratoriais.

Na Europa, 23% dos casos não foram diagnosticados pelos hospitais, representando quase 80 casos de infeção não detectados por dia.

Para a especialista Mónica Oleastro, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, coordenadora do estudo a nível nacional, “o subdiagnóstico representa um sério problema pois o doente infetado não recebe o tratamento adequado, e por outro lado não são aplicadas as devidas medidas de isolamento, potenciando a ocorrência de surtos da infeção. O subdiagnóstico leva também a que não se tenha uma noção exata da incidência desta grave infeção hospitalar, o que resulta num menor controlo da mesma.”

“A taxa de subdiagnóstico identificada no EUCLID é muito preocupante, especialmente quando pensamos que não foram diagnosticados 40.000 casos na amostra de 482 hospitais, dos 8.000 existentes no total, o que poderá aumentar exponencialmente este número”, continua a coordenadora nacional do estudo.

A CDI trata-se de uma grave infeção hospitalar, potencialmente fatal, sendo presentemente uma das infeções hospitalares mais comuns na Europa, representando um grande impacto económico negativo para os sistemas de saúde.

Com base nos dados reportados pelos hospitais participantes, verificou-se um aumento da incidência em vários países da Europa, sendo a média de 6,6 casos por cada 10.000 dias de internamento, contra uma taxa de 4,1 observada num estudo multicêntrico realizado em 2008. Estes dados contrastam marcadamente com os dados medidos no estudo EUCLID, que mostram uma incidência média na Europa de 19,0 casos por 10.000 dias de internamento, e uma incidência de 19,3 para Portugal, muito acima do valor médio nacional reportado de 2,9.

Para Mónica Oleastro “o estudo EUCLID é um importante contributo para o conhecimento da epidemiologia da infeção. Torna-se, contudo, essencial a realização de um estudo mais aprofundado em Portugal.”
 

Mais sobre o EUCLID (“European, multi-centre, prospective bi-annual point prevalency study of CLostridium difficile Infection in hospitalised patients with Diarrhoea”):

É um estudo multicêntrico europeu, coordenado pela Universidade de Leeds no Reino Unido, sob o auspício do grupo de estudos europeu de Clostridium difficile. Contou com a participação de 20 países europeus, incluindo Portugal, e tem como principal objetivo traçar a fotografia clara da verdadeira prevalência da infeção por Clostridium difficile e estudar a epidemiologia das estirpes circulantes na Europa.
O Estudo foi realizado entre dezembro de 2012 e agosto de 2013. Participaram 482 hospitais de 20 países europeus e foram recolhidas e analisadas 7297 amostras.
 

Mais sobre esta grave infeção hospitalar:
  • A CDI aumenta o período de hospitalização e estima-se que represente um custo para os sistemas de saúde europeus que ascendem a € 3 mil milhões anuais.
  • Os doentes em especial risco de desenvolver CDI são os idosos hospitalizados ou em estruturas de cuidados continuados.
  • Os doentes hospitalizados com CDI têm até três vezes mais probabilidades de morrer no hospital do que aqueles sem a infeção.
  • Cerca de 25% dos doentes com esta infeção sofrem recorrência no espaço de um mês e os doentes que já tiveram uma recorrência têm um risco de 40% sofrer um novo episódio de CDI.
  • A CDI é a principal causa de diarreia associada aos cuidados de saúde. Normalmente, a CDI resulta do uso de antibióticos que desregulam o normal funcionamento das bactérias intestinais permitindo que Clostridium difficile prolifere.
  • Os sintomas de CDI podem ir desde diarreia a complicações graves que podem ameaçar a vida.
  • O maior problema associado ao tratamento de CDI é a elevada probabilidade de recorrência da infeção, facto que causa maior sofrimento ao doente e aumenta substancialmente os custos associados ao sistema de saúde.

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