Campanha alerta para importância do conhecimento dos sintomas da insuficiência cardíaca em Portugal
6 de maio | Dia Europeu da Insuficiência Cardíaca
? Falta de ar e fadiga são os principais sintomas de uma doença cuja prevalência nacional é ainda desconhecida (3);
? Estudo PORTHOS está a percorrer o País, para atualizar dados da insuficiência cardíaca
Lisboa, 5 de maio de 2023 - Tem mais de 20 anos o estudo que quantifica o número de pessoas que, em Portugal, vivem com insuficiência cardíaca. Uma ausência de dados que impede o conhecimento real sobre o impacto desta doença, que a julgar pelos resultados da investigação CaReMe HF, feita em 11 países, um dos quais o nosso (com uma amostra local), afetará até 2% dos adultos na Europa, América do Norte e Israel, colocando-os em risco acrescido de complicações e morte (1). Dados que justificam a realização do estudo PORTHOS, uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Cardiologia e da AstraZeneca, em parceria com a Nova Medical School, que se encontra a avaliar uma amostra representativa da população portuguesa. E que justificam também o lançamento de uma campanha de alerta nas redes sociais, a propósito do Dia Europeu da Insuficiência Cardíaca, que deixa a certeza: "Coração Saudável. Coração Feliz".
Esta campanha, uma iniciativa da Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca (AADIC), da Sociedade Portuguesa de Cardiologia e da AstraZeneca, chama a atenção para os sinais deste problema, que se caracteriza pela incapacidade do coração em bombear o sangue de forma adequada e suficiente para suprir as necessidades de oxigénio e de nutrientes dos tecidos e órgãos (2), resultando numa acumulação de fluídos no organismo. Falta de ar (ou dispneia) e fadiga são os principais sintomas, mas podem surgir também tosse, dificuldade em dormir ou perda de apetite (2,3).
Segundo o presidente da AADIC, Luís Filipe Pereira, “esta campanha pretende divulgar o conhecimento da Insuficiência Cardíaca (IC) junto da população. Este objectivo é essencial pois a IC é uma doença crónica mal compreendida pelas pessoas, muitas vezes tardiamente diagnosticada e com uma mortalidade elevada, superior à dos cancros mais comuns. Se, perante esta situação, considerarmos ainda, por um lado, que a IC incide em larga medida nos estratos etários mais elevados e, por outro lado, o progressivo envelhecimento do país (Portugal é um dos países mais envelhecidos do mundo) torna-se evidente que esta doença poderá constituir, no futuro próximo, uma das principais patologias, senão a principal “.
Para a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, “a prevenção da insuficiência cardíaca é a medida fundamental para reduzir a prevalência desta entidade e para tal é de capital importância a promoção de estilos de vida saudáveis, incluindo a prática de exercício físico regular, dieta equilibrada, evitando o excesso de álcool, o controlo eficaz dos fatores de risco cardiovascular, como a hipertensão arterial, o colesterol elevado, a diabetes mellitus, o tabagismo e a obesidade”.
São ainda os dados do estudo CaReMe HF que mostram que a insuficiência cardíaca é responsável por uma taxa de mortalidade por todas as causas anual de 13% nos países avaliados e por custos hospitalares mais elevados do que outras doenças cardiovasculares, como o ataque cardíaco e o acidente vascular cerebral (1). O que justifica a importância da gestão da doença para melhorar a vida dos doentes e reduzir os custos em saúde.
Para mais informações sobre insuficiência cardíaca, visite Bate Certo Coração (https://www.batecertocoracao.pt/) ou www.saudeflix.pt.
Sobre a Insuficiência Cardíaca
A insuficiência cardíaca surge quando o coração é incapaz de bombear o sangue em quantidade adequada e os órgãos e músculos e não recebem os nutrientes e oxigénio suficientes para o seu normal funcionamento, ocorrendo quando existem lesões no músculo cardíaco ou nas válvulas cardíacas. Uma das causas mais comuns é a doença das artérias coronárias, mas existem muitas outras, como a hipertensão arterial (mal controlada), diabetes mellitus, inflamação do músculo cardíaco (miocardite), tóxicos (como o álcool em excesso) ou mesmo alterações genéticas (miocardiopatias familiares) (3).
Referências
1. Norhammar A, et al. Prevalence, outcomes and costs of a contemporary, multinational population with heart failure. Heart Published Online First: 13
February 2023. doi: 10.1136/heartjnl-2022-321702
2. Guidelines da European Society of Cardiology (ESC) para o Diagnóstico e Tratamento da Insuficiência Cardíaca Aguda e Crónica, European Heart Journal 2016;37:2129-2200
3. ESC Heart Failure Matters. Disponível em https://www.heartfailurematters.org/, consultado em abril de 2023
4. PT-15891 aprovado em maio de 2023
Tags: