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Comunicado: Custos de medicamentos entre as principais dificuldades financeiras no acesso aos cuidados de saúde

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Relatório “ Acesso a cuidados de saúde – As escolhas dos cidadãos 2020”

Custos de medicamentos entre as principais dificuldades financeiras no acesso aos cuidados de saúde

Carcavelos, 16 de junho de 2021 – A Fundação “la Caixa”, em colaboração com o BPI, e a Nova SBE, lançam o Relatório “Acesso a cuidados de saúde – As escolhas dos cidadãos 2020”, elaborado pelo Professor Pedro Pita Barros, a quem foi atribuída a Cátedra BPI | Fundação “la Caixa” de Economia da Saúde, no âmbito da Iniciativa para a Equidade Social, programa plurianual celebrado entre estas Instituições. O relatório agora apresentado visa traçar um retrato do acesso a cuidados de saúde por parte da população portuguesa.

O acesso adequado a cuidados de saúde, em tempo útil, por parte da população que deles tem necessidade é um dos objetivos centrais dos sistemas de saúde e está expresso quer na Constituição, quer na Lei de Bases da Saúde. Contudo, sabe-se pouco sobre o cidadão e as suas decisões de quando e como contactar o sistema de saúde quando se sente doente, antes de iniciar o seu percurso dentro do sistema de saúde público ou privado. Compreender o que fazem quando se sentem doentes é essencial para avaliar em que medida o acesso efetivo a cuidados de saúde em Portugal dá, ou não, expressão prática aos preceitos constitucionais. O documento agora apresentado permite também conhecer mais sobre o que não passa pelo sistema de saúde e o que não está registado no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Nas conclusões constata-se que, apesar de existirem desigualdades socioeconómicas na doença, o acesso ao sistema de saúde é similar para toda a população, tendo a decisão de primeiro contacto poucas barreiras de acesso. Sublinha-se, aliás, a perceção dos entrevistados é de que o acesso ao sistema de saúde melhorou, em geral, de 2015 até 2020.

De acordo com a informação recolhida, não houve uma “fuga” do SNS para o sector privado, mas sim uma reconfiguração dentro de cada sector nos últimos anos. Na decisão de primeiro contacto com o sistema de saúde, o SNS é a escolha maioritária em todos os grupos socioeconómicos. A opção pelo privado está concentrada nas classes socioeconómicas mais elevadas. Em 2020, a “fuga” foi das urgências hospitalares, públicas e privadas, para outro ponto de contacto dentro do mesmo sector. A proporção de pessoas que referiu a urgência hospitalar como primeiro ponto de contacto com o sistema de saúde caiu de 41,1% em 2019 para 32,2% em 2020 no sector público, e de 5% para 2,1% no sector privado.

Entre as principais dificuldades financeiras de acesso identificadas pelos inquiridos encontram-se os custos de medicamentos. Ainda assim, houve melhorias substanciais nos últimos anos. A proporção de pessoas que deixou de comprar os medicamentos que necessitava, pelo menos uma vez num ano, passou de 10,7% para 5,4% entre 2017 e 2020. Contudo, há desigualdades socioeconómicas relevantes: esta proporção foi de 2% nos dois anos para a classe socioeconómica mais elevada e passou de 11% para 15% na classe socioeconómica mais baixa. Evolução similar, embora com valores mais baixos, surgiu na medida “deixar de ir a uma consulta ou exame por falta de dinheiro”, com um crescimento de 7% em 2017 para 10% em 2019, na classe socioeconómica mais baixa. O valor médio esconde evoluções desiguais. A principal despesa de quem vai ao Serviço Nacional de Saúde com um episódio de doença inesperado está na comparticipação dos medicamentos prescritos.

Outro dos pontos percecionados é a predominância da automedicação. Cerca de 10% dos inquiridos, quando se sentem doentes, optam por não contactar o sistema de saúde, e destes, 63% escolheram automedicar-se.

Em 2020, há duas novas “barreiras de acesso” identificadas: o receio de ir ao sistema de saúde por causa da COVID-19, referida por 15% das pessoas, e o cancelamento de um agendamento por iniciativa do prestador, referido por 20% dos entrevistados. Os mais idosos e as classes socioeconómicas mais baixas indicaram maior receio. Os cancelamentos por iniciativa do prestador afetaram igualmente todas as classes socioeconómicas. Os mais idosos, tendo mais consultas marcadas, foram também mais afetados. Apesar do receio que se gerou, continua a existir confiança nos serviços de saúde, sendo que os que mais se isolaram durante a pandemia não têm mais receio de ir ao sistema de saúde.

Três em cada quatro pessoas sente que foi tratada com dignidade, compaixão e respeito no sistema de saúde. Apesar de um valor global de 76,6%, em 2020, de pessoas que referiram terem sido bem tratadas, há diferenças associadas ao nível de escolaridade: de 80% das pessoas com ensino básico para 72% para quem alcançou o ensino superior. Estes valores são mais baixos do que noutros países. Avaliações similares em Inglaterra apresentam valores acima de 80% e perto de 90% para serviços de saúde específicos.

Os dados do Relatório “Acesso aos cuidados de saúde – As escolhas dos cidadãos 2020” foram recolhidos pela empresa GfK, entre os dias 23 de Maio e 30 de Junho de 2020, através de inquérito elaborado pela equipa de investigação do Nova SBE Health Economics and Management Knowledge Centre, tendo como universo indivíduos com 15 ou mais anos de idade, residentes em Portugal Continental, numa amostra representativa constituída por 1271 entrevistas.

Pedro Pita Barros recebe Cátedra BPI | Fundação “la Caixa” em Economia da Saúde 

A Cátedra BPI | Fundação “la Caixa” em Economia da Saúde foi atribuída a Pedro Pita Barros, Professor de Economia na Nova SBE e Coordenador do Nova SBE Health Economics & Management Knowledge Center. O objetivo da cátedra é promover a investigação e discussão na economia da saúde, constituindo a escolha de Pedro Pita Barros o reconhecimento pelo excelente trabalho realizado nesta área, evidenciado pela sua participação no âmbito da Comissão Europeia, no “Expert panel on effective ways of investing in Health” e no “Mission Board for Cancer”, bem como no Conselho Nacional de Saúde e no Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

A cátedra faz parte da Iniciativa para a Equidade Social lançada em 2019 pela Fundação ”la Caixa”, pelo BPI e pela Nova SBE, para impulsionar o setor social em Portugal, traçando um retrato do seu estado e desenvolvendo programas de investigação e capacitação para apoiar organizações sociais. No seu conjunto, envolve a criação de duas cátedras e sete projetos dedicados a este setor, contando já com a participação de quatro Knowledge Centers da Nova SBE, a que agora se junta o Nova SBE Health Economics & Management Knowledge Center – grupo multidisciplinar da Nova SBE dedicado à análise de sistemas de saúde, mercados e organizações de saúde.

«Este reforço da parceria que temos com a Nova SBE irá proporcionar melhores condições para criar mais valor no sector da saúde do nosso país, e evidencia, uma vez mais, o compromisso que a Fundação ”la Caixa” e o BPI têm com o setor social em Portugal», afirma Artur Santos Silva, Curador da Fundação “la Caixa” e Presidente Honorário do BPI.

«Esta parceria é um exemplo da colaboração entre a universidade do futuro e a sociedade civil. O apoio da Fundação ”la Caixa”  à investigação do Professor Pedro Pita Barros permite concretizar a nossa missão de impacto, através da procura de respostas para o setor da saúde. A equidade no acesso de qualidade a cuidados de saúde, a sustentabilidade do SNS, a dinâmica de mercado entre setor público e privado ou até o impacto da tecnologia na prestação de cuidados, são temáticas em que a Nova SBE quer liderar e contribuir ativamente», declara Daniel Traça, Dean da Nova SBE.

«Esta cátedra vai contribuir para o conhecimento e para a discussão de políticas com ênfase na Saúde. Vai permitir continuar a analisar as novas tendências e desafios do setor seja através de avaliações de impacto independentes, de análises que permitam uma melhor resposta pelo sistema de saúde e seus decisores políticos às necessidades e expectativas da população», sublinha Pedro Pita Barros.

No âmbito da cátedra estão previstas reuniões anuais para discussão da evolução do setor da Saúde e a produção de um relatório anual sobre o Sistema de Saúde que terá um tópico diferente em cada ano, tendo sido escolhidos os temas de Recursos Humanos em Saúde e Envelhecimento para os dois primeiros anos.

A cátedra vem complementar a intervenção da Fundação “la Caixa” no setor da saúde, dando continuidade a outras iniciativas em Portugal, nomeadamente, na investigação em biomedicina e saúde, com 11,3 milhões de euros destinados entre 2018 e 2020, a 22 projetos de excelência (5,4 milhões correspondentes a cofinanciamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia) e o programa Humaniza, que já atendeu um total de cerca de 10.400 doentes com doenças avançadas e de 13.350 seus familiares.
 
Link para comunicado e Relatório na íntegra: https://we.tl/t-tpDNNwOh5M » link disponível até 23 de junho
 
 
 
 
Social Equity Initiative
Em 2019, a Fundação ”la Caixa”, o BPI e a Nova School of Business & Economics juntam-se para lançar a Iniciativa para a Equidade Social - a Social Equity Initiative, uma parceria que visa impulsionar o setor social em Portugal com uma visão de longo prazo, traçando um retrato do setor social em Portugal e desenvolvendo programas de investigação e capacitação para apoiar organizações sociais. No total, a iniciativa envolve a criação de oito projetos e duas cátedras, o que vem complementar a intervenção do BPI e da Fundação “la Caixa” neste setor em Portugal. Nesta parceria estão envolvidos 5 Centros de Conhecimento da Nova SBE, que lideram a execução dos projetos: Nova SBE Leadership for Impact Knowledge Center, Nova SBE Economics for Policy Knowledge Center, Nova SBE Finance Knowledge Center, Nova SBE Data Science Knowledge Center e Nova SBE Health Economics & Management.
 
Sobre a Fundação “la Caixa”
A Fundação “la Caixa” iniciou em 2018 a sua implantação em Portugal, consequência da entrada do BPI no CaixaBank. Em 2020, destinou 26 milhões de euros a projetos sociais, de investigação, educativos e de divulgação cultural e científica. A Fundação “la Caixa” mantém o seu compromisso de alcançar um investimento de até 50 milhões de euros anuais nos próximos anos, quando todos os seus programas estiverem implementados e a funcionar em pleno.
 
Sobre a Nova SBE
A Nova SBE é a mais prestigiada escola de “Business & Economics” em Portugal e uma das principais escolas de Business da Europa. É a faculdade de ciências económicas, financeiras e de gestão da Universidade NOVA de Lisboa. O atual Dean é o Prof. Dr. Daniel Traça (PhD, Columbia University). A Nova SBE é membro do CEMS desde dezembro de 2007. É uma das 77 escolas de Business com a atribuição de ser uma instituição Triple Crown em todo o mundo, o que implica a acreditação pela EQUIS, AMBA e AACSB. Foi a primeira escola de Business portuguesa a adquirir acreditações internacionais e reconhecimento de renome mundial no ensino superior. A visão internacional da Nova SBE também se reflete na adoção do inglês como o principal idioma de ensino. Mais da metade dos cursos de graduação e todos os programas de mestrado, MBA e PhD são lecionados em inglês.
 

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