42,3 por cento dos jovens executivos querem sair das empresas onde trabalham

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Lisboa, 12 de setembro de 2024 – O estudo “Atrito e retenção de talento”, realizado pela AESE Business School, conclui que 42,3 por cento dos jovens executivos (40-55 anos) querem sair das empresas onde trabalham.

Entre os fatores de atrito apontados na investigação, que esteve a cargo dos docentes António Capela, José Fonseca Pires e Pedro Afonso, da AESE Business School, e de Miguel Fonseca, da Universidade Nova de Lisboa, estão: chefia tóxica (73,3 por cento); cultura empresarial tóxica (58 por cento); falta de perspetivas de carreira (41,8 por cento); falta de reconhecimento (39,5 por cento); e remuneração baixa (38,3 por cento).

“Focámo-nos nesta franja de profissionais porque é uma geração negligenciada nos estudos, ainda que seja a mais presente nas empresas e responsável por áreas importantes, como estratégia, operação, expansão, crescimento, abertura de novos mercados, de novos negócios, entre outras”, afirma José Fonseca Pires, um dos autores.

À pergunta “No último ano, pensou seriamente em sair da sua empresa?”, 42,3 por cento dos inquiridos responderam afirmativamente. Na intenção de sair da empresa, são variáveis estatisticamente significativas o sexo (mulheres 47,4 por cento vs homens 35,8 por cento), o nível de escolaridade (mestrado 48,1 por cento vs secundário 26,1 por cento) e o nível de responsabilidades na empresa (cargos técnicos 64,1 por cento vs alta direção 35,4 por cento).

O estudo aponta alguns caminhos para reduzir o atrito, nomeadamente a construção de lideranças competentes e humanistas. Além disso, para impulsionar a fidelização destes executivos, sugerem-se estratégias para: dar espaço a que assumam ainda mais responsabilidades, com autonomia; reconhecimento e valorização; acompanhamento discreto, atento e personalizado (para evitar sinais de burnout); e formação em Direção.

“O estudo procurou entender os principais fatores que levam à saída voluntária de colaboradores, mas também aos fatores que conduzem à sua fidelização”, nota José Fonseca Pires. Entre estes encontram-se: chefia que valoriza o trabalho e o bom ambiente (65 por cento); dar perspetivas de carreira (53,5 por cento); favorecimento de cultura empresarial positiva (50,8 por cento); fomentar equilíbrio trabalho/família (46,5 por cento); e incentivos financeiros (43,8 por cento).

A amostra do estudo “Atrito e retenção de talento” foi retirada da base de dados Alumni AESE, que consentiu em ser contactada para o efeito. De 7073 pessoas contactadas via e-mail, foram obtidas 751 respostas, das quais 645 são completas, obtendo-se assim uma taxa de resposta efetiva de 9,1 por cento. Nesta amostra, dois terços são homens, 96 por cento com ensino superior, 50 por cento na faixa etária 40-55 anos, 94 por cento com cargos executivos, estando disperso o sector de atividade e a tipologia da empresa (público/privado, familiares, cotadas, etc.).

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