Homenagem ao Artista Leonel Borrela
A Câmara Municipal de Beja decidiu promover uma homenagem ao Artista Leonel Borrela (1955-2017), no âmbito das comemorações dos 350 anos da primeira edição das Cartas Portuguesas e inserido no FESTIVAL B – BEJA, CIDADE DE MARIANA ALCOFORADO, contando com o apoio da família, do jornal Diário do Alentejo e do Museu Regional de Beja.
Sendo a promoção internacional de Mariana Alcoforado e das Cartas Portuguesas um objetivo claro da autarquia, não seria possível desenvolver qualquer projeto ou iniciativa sem reconhecer publicamente, infelizmente a título póstumo, o mérito do esforço e do empenho de investigação, de estudo e de projeção de Leonel Borrela sobre a freira bejense, tornando-se uma referência para todos aqueles que de Mariana Alcoforado queiram saber com curiosidade e rigor.
Mas a evocação de Leonel Borrela não se esgota no seu trabalho profundo sobre Mariana Alcoforado. Ao longo da sua vida participou em diversas áreas da cultura e sobretudo da promoção e na proteção do património, como são o caso da arqueologia, da Iconografia Pacense e dos Fortins do Guadiana. Também ao longo da sua vida pintou aguarelas de Beja e da região, fez gravuras e muitas obras que se perpetuam no tempo, sobretudo na sua mais pura finalidade: a casa das pessoas, as suas mãos e os olhares que as admiram constantemente.
A homenagem é feita com o sentido de absoluta justiça, como reconhecimento a um grande Homem e Artista que escolheu a nossa terra para viver, trabalhar e criar família e a quem, desinteressadamente se dedicou admirando como ninguém o nosso património.
A iniciativa da homenagem conta.
PROGRAMA: DIA 1DE JUNHO || MUSEU REGIONAL DE BEJA
17H00: CONFERÊNCIA
Martinho Marques
poeta
António Paizana
artista plástico
Dr. Francisco Paixão
Responsável do Museu Regional de Beja
Prof. Doutor Filipe Delfim Santos
Coordenador do Congresso Internacional sobre Mariana Alcoforado
18H15:
Inauguração de Exposições
22H00: Concerto PASSIONE
Largo do Museu
Dados Biográficos
LEONEL ANTÓNIO JERÓNIMO BORRELA nasceu em Loulé, a 22 de Fevereiro de 1955 num dia de Carnaval.
Com uma infância difícil, da qual evitava falar, foi desenvolvendo características de auto-aprendizagem que acabaram por definir a sua postura de autodidacta.
A partir dos 5 anos de idade passou a viver com os seus avós maternos e trabalhou na loja do seu avô em São Bartolomeu de Messines (pessoa que teve muita influência na sua educação).
As diversas deslocações familiares devido ao comércio nas Feiras não permitiam uma grande estabilidade para um jovem estudante. Em parte, por esse motivo, veio viver para Beja aos 14anos, ficando alojado na casa de Maria José Correia ( sua madrinha de casamento).
Entre 1968 e 1974 tirou o Curso de Formação de Electromecânica na Escola Industrial e Comercial de Beja.
Conheceu a sua amada Hermínia em 1973 numa visita de estudo de arqueologia e desde então nunca mais se separaram. O destino quis que fosse Beja a naturalidade dos seus 2 filhos e a sua adoptiva, cidade amada cujo património defendeu e valorizou.
Em 1976 foi desenhador de Artes Gráficas na Empresa “Contamira”, em Beja.
Nos momentos de festa, ou até mesmo enquanto pintava, a música esteve sempre presente. Tocava de ouvido pois não tivera formação musical, no entanto, o seu talento nato para as artes, fê-lo compor, nos anos 80, uma música para piano à qual intitulou de “saudade”.
Desde 1 de Abril de 1977 até à sua morte a 12 de maio de 2017 trabalhou no Museu Regional de Beja, como Técnico de Museografia.
Em 1994 concluiu o Curso de «Formação de Formadores no domínio do Património Cultural», realizado pelo Gabinete Português de Estudos Humanísticos.
Devido à necessidade de ver valorizada e credibilizada a sua obra, licenciou-se no ano de 2005 em História Ramo do Património Cultural, pela Universidade de Évora.
Adorava partilhar com os outros o seu conhecimento e chegou a ajudar em muitas teses e mestrados ( nas mais diversas áreas como Artes, História e Património Cultural, Arqueologia, etc), quando solicitado.
Em 2017 teve um AVC hemorrágico enquanto fazia mais uma das suas visitas guiadas, desta vez ao museu de Beja, precisamente em frente da famosa janela de Mariana Alcoforado (tema que aprofundou e sobre o qual se apaixonou nos últimos anos da sua vida). Este infortúnio acabou por levá-lo à morte poucos dias depois em pleno ativo com uma exposição coletiva patente na Pousada do Convento de Beja.
Distinções:
1989 - I° Prémio do Concurso de Ideias para a construção de um Monumento ao Bombeiro Voluntário Alentejano. Beja (até ao momento não edificado).
2000 - Medalha de Mérito Municipal Grau Prata.
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