Festival Luísa Todi é evento cultural de extraordinária relevância
Setúbal, 4 de janeiro (DICI) – O Festival Luísa Todi – Canto Lírico em Setúbal, promovido pela Câmara Municipal e pela Associação Setúbal Voz, é um evento cultural de extraordinária relevância, disse hoje o presidente da autarquia, André Martins, na apresentação da segunda edição.
“Extraordinária porque neste festival invocamos a ímpar cantora lírica setubalense que foi Luísa Todi e porque é uma iniciativa cultural que mostra o importante destaque que o canto lírico continua a ter na nossa cidade, uma cidade de cultura e de talento, como, aliás, poderemos comprovar, uma vez mais, nesta série de espetáculos que hoje aqui começa”, afirmou.
Na Igreja do Convento de Jesus, antes do primeiro evento do festival, o concerto encenado “Os três Barítonos”, o presidente da Câmara recordou que, o festival “nasceu em 2024 para transfigurar todo o concelho de Setúbal num epicentro de excelência cultural”, fazendo uma “justa homenagem à notável Luísa Todi, cujo legado musical continua a ser fonte inesgotável de inspiração”.
Após dizer que a parceria entre a autarquia e a Associação Setúbal Voz “tem sido vital para o fortalecimento da cultura e para promover o enriquecimento artístico” da comunidade, salientou que o canto lírico vai continuar a ser promovido no concelho, oferecendo a oportunidade de todos “se relacionarem com uma arte que tantas vezes parece distante e apenas dedicada às elites”.
André Martins recordou que a Câmara Municipal vai avançar com a reabilitação da casa onde nasceu Luísa Todi, na Fonte Nova, “num investimento global superior a meio milhão de euros que permitirá dar a conhecer quem foi esta grande cantora lírica setubalense” e tornar a sua habitação num “espaço de valorização da vida e obra” da artista.
“Esta é uma mais do que justa homenagem, que representa também um investimento na valorização da nossa identidade setubalense e na cada vez maior afirmação de Setúbal como cidade de cultura nas mais variadas vertentes”, afirmou.
O autarca recordou que Luísa Todi foi “uma das maiores cantoras líricas do século XVIII”, com sucesso nas cortes de França, Inglaterra, Alemanha, Rússia e Itália, sendo “uma figura de imensa relevância para a cidade, não apenas em resultado da sua projeção no cenário musical europeu, mas também como símbolo cultural e histórico local”.
Considerou Luísa Todi “um exemplo do poder transformador da arte e da cultura” e afirmou que, com a sua ajuda, “Setúbal continua a consolidar-se como cidade que reconhece e preserva a importância de seus talentos, promovendo o orgulho e a identidade local” setubalense.
“E é precisamente investir nos nossos talentos culturais o que hoje aqui estamos a fazer com esta segunda edição do Festival Luísa Todi – Canto Lírico em Setúbal”, salientou.
O diretor artístico do festival, Jorge Salgueiro, agradeceu o apoio do município, “sem o qual nada disto era possível”, e disse esperar que “o festival crie, mais uma vez, espetáculos que enriqueçam o património da cidade e o património da Associação Setúbal Voz”.
O maestro e compositor lembrou que “este ano a Associação Setúbal Voz voltou a ser apoiada pelo Estado português para o desenvolvimento da ópera em Portugal”, tendo um projeto que “pretende enriquecer a região, criando estruturas e fixando conhecimento no território”.
Segundo Jorge Salgueiro, “é nesse sentido que é construído” o Festival Luísa Todi, que, apesar de também convidar “grandes artistas internacionais e nacionais”, incide em “80 por cento” na preocupação “com o desenvolvimento e a fixação de profissionais, em especial do canto lírico, mas também músicos”, como os da sua orquestra.
O diretor artístico do festival recordou que “Setúbal tem como ícone uma cantora lírica muito especial”, que “se tornou mundialmente conhecida num período em que as viagens eram praticamente uma aventura”, o que faz dela não “apenas uma cantora importante”, mas também “durante séculos provavelmente a personagem mais importante e mais internacional da história” de Portugal.
O festival conta com 16 espetáculos e workshops para celebrar o canto lírico e homenagear Luísa Todi, que, como recorda o programa, é “considerada a cantora lírica portuguesa mais célebre de todos os tempos, nascida a 9 de janeiro de 1753, em Setúbal”.
A segunda edição decorre entre 4 de janeiro e 2 de fevereiro. No primeiro dia, a Igreja do Convento de Jesus foi palco da apresentação do festival e encheu-se para o primeiro evento, o concerto “Os Três Barítonos”, inspirado nos “Três Tenores” e no qual Gonçalo Martins, Diogo Oliveira e João Merino, três dos maiores barítonos portugueses da atualidade, foram acompanhados ao piano por Tiago Mileu.
O programa é retomado às 11h00 de 9 de janeiro, data em que Luísa Todi nasceu há 272 anos, com a cerimónia de abertura na Glorieta a Luísa Todi, na avenida com o nome da cantora lírica, com deposição de flores e intervenção de convidados, e o segundo evento, “As Viagens de Luísa Todi à Chuva”, com a soprano Helena de Castro e a participação da Academia de Dança Contemporânea de Setúbal.
O concerto cómico de encerramento, “Constança e a Orquestra de Assobios”, com a cantora Constança Melo acompanhada pela Orquestra de Assobios, sob direção de Jorge Salgueiro e do maestro brasileiro Aldo Brizzi, do Núcleo de Ópera da Bahia, tem lugar às 21h00 de 1 de fevereiro no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
O último evento do festival, a formação/oficina “Canto Lírico no Brasil”, com os formadores Graça Reis e Aldo Brizzi – e entrada livre com participação por ordem de inscrição para o email setubalvozcomunicacao@gmail.com –, realiza-se, no entanto no dia seguinte, a partir das 17h00 no Auditório do Mercado do Livramento.
Pelo meio há eventos no Fórum Municipal Luísa Todi, no Auditório Bocage, no Auditório da Escola Secundária D. João II e na Igreja do Convento de Jesus, alguns pagos e outros de entrada livre, embora nalguns casos sujeita a reserva.
Um cine-concerto da Companhia de Ópera de Setúbal, Coro Setúbal Voz e Pequena Orquestra com música e imagens da série da RTP O Americano, concertos encenados, um musical juvenil, óperas para o 1.º ciclo e para bebés e um recital coletivo por alunos dos Conservatórios de Palmela, Setúbal e Montijo integram o programa, disponível em https://www.festivalluisatodi.com/_files/ugd/251202_ac7f0bd0551c498782d8f7ce868e66c6.pdf.
Também fazem parte do programa recitais de Canto e Piano por Elisa Bastos, vencedora do Concurso Setúbal Voz para Jovens Cantores de Ópera 2024, Carlos Guilherme, Carla Caramujo e Graça Reis, do Núcleo de Ópera da Bahia, os dois primeiros acompanhados ao piano por Tiago Mileu, a terceira por Pedro Oliveira Lopes e a última por Eduardo Jordão.
Os bilhetes estão à venda na bilheteira online www.bol.pt ou nos locais dos espetáculos – com exceção do concerto de encerramento, em que o local de venda é o Fórum Luísa Todi. Os bilhetes para a Ópera para Bebés carecem de reserva através do email setubalvozcomunicacao@gmail.com.
Mais informações podem ser obtidas através do endereço de email dicul@mun-setubal.pt.
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