Festival promoveu partilha entre músicos profissionais e jovens (com fotos)

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O presidente da Câmara Municipal, André Martins, sublinhou ontem, no encerramento do 11.º Festival Internacional de Música de Setúbal, a partilha entre músicos profissionais, alunos e a comunidade proporcionada pelo evento.
 
“Pelo 11.º ano consecutivo, a música foi o elemento comum de união e partilha entre músicos profissionais, alunos e a comunidade local. E o público teve a oportunidade de tirar partido dos resultados deste trabalho de equipa ao encher as salas onde decorreram os espetáculos, sem deixar de aplaudir com alegria e justeza todos quantos subiram ao palco”, salientou André Martins, no Fórum Municipal Luísa Todi.
 
O autarca sublinhou que, além de ligar e envolver as pessoas, a música “é a base para o desenvolvimento de projetos educativos e pedagógicos” que dão aos jovens “a oportunidade de, através da arte, conquistarem novas competências”, facto que está na “essência” do festival desde o primeiro dia.
 
O presidente da Câmara destacou a música enquanto “objeto de promoção do património cultural e social” e “elemento agregador e motivador para o sucesso educativo”, considerando, por isso, “importante e salutar” a participação no festival das escolas e instituições de ensino musical do concelho.
 
“Quando faculta aos participantes a possibilidade de, lado a lado com músicos conceituados, mostrarem todo o seu empenho e talento, o Festival Internacional de Música de Setúbal assume-se como o palco e a montra que lhes abre portas e os alavanca para um futuro musical que poderá ser de sucesso, se for esse o seu propósito”, afirmou André Martins. “Ao longo destes anos, tem sido absolutamente gratificante a forma como a participação dos nossos jovens tem crescido.”
 
Referindo-se ao tema do festival, “Escutar a diferença”, salientou que são as diferenças que “enriquecem” e “complementam” as comunidades, por ser nelas que se encontram “pontos comuns de ligação”.
 
O autarca notou que o festival “só é possível” devido aos “tão proveitosos” frutos gerados pela parceria entre a Câmara Municipal, o Helen Hamlyn Trust e a A7M – Associação do Festival de Música de Setúbal, iniciada em 2011. “Hoje, o Festival é uma realidade com fortes alicerces que mobiliza a cidade e o concelho.”
 
Agradeceu ainda aos músicos e artistas que “proporcionaram tão bons momentos”, aos “jovens e aos seus professores”, a todos quantos participaram na organização e a Lady Helen Hamlyn, “pela confiança depositada hoje, tal como há 11 anos, nesta iniciativa”.
 
Lucy O'Rorke, representante do Helen Hamlyn Trust, felicitou todos os que ajudaram a tornar esta edição “tão alegre, cheia de caráter e personalidade” e assegurou que este é “um festival muito importante” para Lady Helen Hamlyn e para a fundação.
 
“A música é como a comida, todos precisamos dela. Aproxima as pessoas, para partilharem, conversarem, encontrarem-se, vindos de todos os lados desta maravilhosa comunidade”, disse. “É disto que este festival trata. Existe para juntar as crianças de Setúbal, a comunidade de Setúbal, para partilhar experiências através da música e abrir portas à compreensão e às oportunidades.”
 
Lucy O’Rorke salientou que o evento dá às crianças “experiências que vão permanecer com elas para o resto das suas vidas” e abre portas “para aprofundar a sua relação com a música, entre elas e com a sua cidade”, adiantando a intenção do Helen Hamlyn Trust de “partilhar de forma alargada” este exemplo de “um festival socialmente inclusivo para que outros possam aprender” com ele e “escutar a diferença”.
 
O presidente da A7M – Associação do Festival de Música de Setúbal, Carlos Biscaia, notou que o “trabalho de fundo” no evento é feito por Câmara Municipal, patrocinadores, escolas, instituições de solidariedade social e escolas de música públicas e privadas.
 
“A equipa da A7M é pequena, mas é uma equipa que se sente muito orgulhosa por poder trabalhar com todos vós e daí retirar todo este potencial do nosso concelho e entregá-lo às nossas crianças”, indicou, agradecendo particularmente, entre outros, a Lady Helen Hamlyn, a todos os educadores que trabalham com as crianças e “põem estes projetos de pé” e à equipa da organização.
 
A 11.ª edição terminou em 28 de maio com um concerto da Orquestra Sinfónica do Festival Internacional de Música de Setúbal, dirigida pelo maestro Pablo Urbina, no Fórum Municipal Luísa Todi, que no mesmo dia acolheu ainda duas sessões do concerto “Escrita de Canções”, com alunos de várias escolas do ensino básico dirigidos por Carlos Garrote e acompanhados por Ariel Rodriguez, Ale Damasceno e Ana Marques.
 
O Festival teve início no dia 19 com o habitual desfile de percussão pelas ruas da cidade, com alunos das escolas do concelho, num dia concluído com um concerto do fadista Camané no Fórum Luísa Todi, com o Coro Feminino do Conservatório Regional de Setúbal e o Coro Feminino TuttiEncantus.
 
Ao longo de dez dias, vários espaços do concelho receberam concertos de diversos estilos musicais, workshops de música para crianças, uma conferência sobre “Práticas Artísticas, Diálogos e Comunidades” e uma exposição retrospetiva do Festival, patente ao público até 30 de junho no Forte de Albarquel.
 
O Fórum Luísa Todi acolheu ainda Bárbara Tinoco, a Orquestra Académica Metropolitana, os Pulsat Percussion Group e o Fado Jazz Ensemble de Júlio Resende. Nestes concertos, os cabeças de cartaz foram acompanhados pelo Coral Infantil de Setúbal, por alunos do Conservatório Regional de Setúbal e da Academia de Música e Belas-Artes Luísa Todi e pela Escola de Jazz da Sociedade Capricho Setubalense.
 
A principal sala de espetáculos de Setúbal foi também palco do concerto pedagógico Histórias de Cantar, de Maria Fonseca Santos, apresentado pelo Conservatório Regional de Música de Setúbal e direcionado às escolas do ensino básico e secundário.
 
Os Claustros do Convento de Jesus receberam o Ensemble Juvenil de Setúbal com Ana Laíns e o Ensemble Vocal Nova Era, formação dirigida por João Barros e composta por 24 jovens músicos, com a participação da Academia de Música de Almada.
 
Na Casa-Museu José Maria da Fonseca, em Azeitão, houve um concerto de Henk Van Twillert com Vento do Norte, no qual participaram a Academia Luísa Todi e os conservatórios regionais de Palmela e de Setúbal.
 
Já na Praça de Bocage o Conservatório Regional de Setúbal e a Academia Luísa Todi apresentaram Sons na Cidade em duas sessões.
 
A Academia Luísa Todi, os conservatórios regionais de Palmela e de Setúbal e a APPACDM participaram igualmente no espetáculo Sons do Mar, no Forte de Albarquel.

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