Projeto Bairro Setúbal Digital apresentado publicamente

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Setúbal, 14 de janeiro (DICI) – O presidente da Câmara Municipal, André Martins, afirmou ontem, na apresentação do projeto aos comerciantes e público em geral, que o Bairro Setúbal Digital pretende alavancar o crescimento e a qualificação do comércio local e atrair mais consumidores ao centro histórico.
 
“É uma iniciativa com que pretendemos alavancar o crescimento e a qualificação do comércio local situado na nossa baixa e atrair a esta área comercial mais consumidores.
Um crescimento que tem de ser baseado na inovação e na utilização de novas ferramentas digitais, num mundo em que as compras online assumiram já uma relevância determinante”, disse o presidente da Câmara no Fórum Luísa Todi.
 
Perante uma plateia de cerca de 200 pessoas, o autarca recordou que o projeto dos Bairros Comerciais Digitais resulta do facto de na Câmara Municipal se ter consciência “do acelerado desenvolvimento” do comércio online e da “necessidade de equipar” o comércio local de Setúbal “com as competências obrigatórias para lidar com o novo mundo digital”.
 
André Martins, que notou o facto de Setúbal ter o segundo maior investimento entre os 95 bairros digitais aprovados em Portugal, com quase um milhão e 300 mil euros, assumiu o compromisso da Câmara Municipal de “continuar a aperfeiçoar” a ação em áreas como a limpeza, a iluminação pública ou o estacionamento, defendendo neste caso “a procura de soluções que permitam melhor utilização do espaço disponível”.
 
No que diz respeito ao estacionamento, a procura de soluções implica que se contornem os “problemas gerados por um contrato de concessão de estacionamento tarifado, negociado no anterior mandato”, que, na sua opinião, “não é o que melhor serve” a cidade.
 
“Sabemos que muitos outros aspetos estão na ordem do dia quando se fala em vitalidade das baixas comercias em Setúbal e em Portugal, questões a que a nossa autarquia está e estará atenta e que devem ser sempre acompanhadas a par do projeto que hoje se apresenta”, disse, antes de abordar a questão da eventual implantação de videovigilância.
 
O autarca sublinhou que a Câmara Municipal não se opõe ao sistema de videovigilância, “desde que sejam salvaguardadas todas as garantias de privacidade” e que antes sejam “reforçadas as capacidades das forças policiais” no concelho.
 
“Por isso temos vindo a insistir, embora sem sucesso, junto dos Governos, para que reforcem o número de efetivos disponíveis no concelho para que tenhamos um policiamento efetivo e de qualidade e acabemos, de vez, com os repetidos relatos de pessoas que chamam as autoridades sem que estas intervenham porque não têm meios”, notou.
 
Segundo André Martins, “resolvido este problema”, haverá condições para “debater com mais tranquilidade as questões da videovigilância e outras matérias associadas à segurança, porque as câmaras de vídeo, só por si, não constituem meios capazes de impedir a criminalidade, ainda que tenham potencial para ajudar a prevenir”.
 
O Bairro Setúbal Digital resulta de um consórcio criado pela Câmara Municipal, que lidera esta parceria, a Associação Bairro Cool e a União das Freguesias de Setúbal, o qual viu aprovada uma candidatura ao aviso n.º 01/C16-i02/2022 do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência para um investimento elegível de um milhão, 272 mil, 256 euros e 95 cêntimos.
 
O projeto, apresentado por Jorge Patrício, em representação da MEO, empresa vencedora do concurso público internacional lançado para concretizar a componente tecnológica do projeto Bairros Comerciais Digitais de Setúbal, inclui a instalação de 30 pontos de acesso exterior WIFI e cobertura 5G na zona da Baixa de Setúbal.
 
Vão também ser instalados sete centros de informação digital (mupies de uma face outdoor) e seis bancos inteligentes energeticamente autónomos, que permitem o carregamento de smartphones, por ligação USB ou sem fios.
 
Estão ainda previstos, entre outros itens, a instalação de sinalética para promover uma identidade visual comum, criando a marca “Setúbal Digital”, o desenvolvimento de um website, app e outras soluções tecnológicas para a criação de um Marketplace e a integração de sistemas de experiência de Realidade Aumentada, com a disponibilização de conteúdos interativos sobre a cidade em pontos de interesse.
 
Uma vertente importante é o Geo Analytics, que permite conhecer, em cada momento, o fluxo de pessoas em determinados locais do território e as suas características, através da utilização de dados das redes de comunicação anonimizados, com total respeito pela Proteção Individual de Dados.
 
Há 848 estabelecimentos comerciais elegíveis para o projeto, numa área de intervenção que vai do Troino ao Miradouro, abrangendo a Fonte Nova e a Baixa Comercial, e se estende para sul até à Avenida José Mourinho, incluindo, desta forma, o Mercado do Livramento. Há um Gestor do Bairro, Beatriz Amaro, que já está em contacto diário com os estabelecimentos, e está previsto um plano de formação para comerciantes.
 
“O desafio de digitalização do comércio que hoje aqui apresentamos, as diversas possibilidades de plataformas digitais que iremos disponibilizar e as componentes paralelas de formação, de promoção, de marketing e de informação que este projeto encerra é um importante fator para reforçar a atividade comercial e a vitalidade da nossa Baixa Comercial, para a manter viva e em crescimento, sempre a procurar aumentar o acesso dos cidadãos a estes negócios”, salientou o presidente da Câmara.
 
André Martins sublinhou a recuperação que tem sido feita do edificado privado em Setúbal e o “esforço público continuado e ao longo dos anos” da autarquia “na recuperação do valioso património histórico e cultural da cidade e do concelho”, dando o exemplo da recente inauguração da terceira fase de requalificação do Convento de Jesus e consequente reabertura do Museu de Setúbal.
 
O autarca agradeceu à União das Freguesias de Setúbal, à Associação Bairro Cool, à MEO e à Direção-Geral das Atividades Económicas e à sua diretora-geral, Fernanda Ferreira Dias, “pelo apoio e a coordenação nacional deste projeto”, bem como “a todos os trabalhadores do Município que, desde a fase de candidatura até à fase de implementação, têm dado o seu melhor para o sucesso” do projeto.
 
Agradeceu ainda aos comerciantes que compareceram no Fórum Luísa Todi, considerando que “este projeto é um importante contributo” para melhorar a sua atividade económica, “para o sucesso do comércio tradicional e para a atratividade da baixa comercial” de Setúbal, sublinhando que o sucesso do programa depende do trabalho de todos, comerciantes incluídos.
 
“Ficarão por resolver, com certeza, outros problemas e dificuldades, mas consideramos que os Bairros Comerciais são hoje um forte fator de crescimento e desenvolvimento. Queremos muito que o sintam como vosso, a ele adiram e que vejam nele pontos comuns de interesse para o vosso trabalho e para o desenvolvimento da nossa cidade”, concluiu.
 
A diretora-geral das Atividades Económicas, Fernanda Ferreira Dias, salientou “o bom exemplo de colaboração” registado no bairro comercial digital de Setúbal que “no final vai dar como resultado o objetivo pretendido”, que é, com recurso a meios digitais, atrair para o comércio tradicional “mais clientes, que, se calhar, de outra forma nem saberiam que determinada loja existe”.
 
Notou que existe uma dotação financeira de 77 milhões e 500 mil euros para o objetivo de criar 95 bairros digitais em Portugal, salientando que esta gestão comum em partes do território para promoção do comércio já é feita “há muitos anos” no Reino Unido com sucesso.
 
Diogo Rodrigues, representante dos comerciantes da Baixa na mesa-redonda, disse que o Bairro Setúbal Digital era “um presente” para quem tem atividade comercial no centro histórico. “O bairro digital vai permitir-nos ter uma montra muito, muito grande. Mas se não aproveitarmos isto, a montra vai encolher outra vez”.
 

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