Proteção, conservação e valorização da Arrábida objeto de protocolo

Report this content

Setúbal, 15 de outubro (DICI) – O presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, considerou ontem a Arrábida um destino de excelência para o turismo de natureza, antes de ser assinado um protocolo no âmbito da proteção, conservação e valorização daquele Parque Natural.
 
“O território Arrábida é um destino por excelência para a prática de turismo de natureza, dispondo de um riquíssimo património natural. Esta realidade confere a todos nós uma responsabilidade acrescida na defesa do Ambiente, porque a singularidade científica do nosso património ecológico, ambiental e paisagístico eleva o grau de exigência e responsabilidade quanto à sua proteção e salvaguarda”, afirmou o autarca.
 
O protocolo foi assinado no Encontro Sado-Arrábida, no Forte de Albarquel, pelos presidentes das câmaras municipais de Setúbal, Palmela e Sesimbra, André Martins, Álvaro Amaro e Francisco Jesus, e pelo diretor regional da Conservação da Natureza e Florestas de Lisboa e Vale do Tejo, Rui Pombo.
 
Com este acordo, as quatro entidades “comprometem-se a colaborar nos domínios da proteção, conservação e valorização da natureza e dos bens naturais do Parque Natural da Arrábida”, bem como a “cooperar no desenvolvimento de estratégias para a orientação, regulamentação e operacionalidade das atividades de turismo de natureza, de caráter desportivo, recreativo, lazer e culturais”.
 
As partes “concordam no desenvolvimento de projetos específicos que visem a dinamização de ações de desenvolvimento do turismo (de natureza) associado à conservação, valorização e usufruto sustentado dos recursos naturais”, como “projetos de marcação, sinalização e manutenção de percursos pedestres, cicláveis e equestres, assim como nas estratégias e suportes de comunicação e divulgação”.
 
Antes de o protocolo ser assinado, Pedro Ferreira, da Direção Regional da Conservação da Natureza e Florestas de Lisboa e Vale do Tejo, apresentou a comunicação “Caminhar entre a Serra e o Mar – Apresentação da Rede de Percursos Pedestres do Parque Natural da Arrábida”.
 
Apoiado pelas três autarquias e financiado pelo Poseur – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, este projeto de valorização da visitação e fruição do parque natural, com instalação de sinalização de interpretação e de percursos pedestres, surge após outros três, dedicados à gestão de habitats, à conservação de habitats naturais e à redução da pressão sobre a vegetação e a fauna.
 
No que diz respeito aos percursos pedestres vão ser criadas sete pequenas rotas, quatro em Palmela e três em Sesimbra, com um total de cerca de 45 quilómetros, e uma Grande Rota (GR11), que liga a Costa Vicentina à lagoa de Albufeira e à paisagem protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica, com cerca de 60 quilómetros.
 
Quando à sinalética com informação sobre o Parque Natural da Arrábida, vão ser instalados 18 painéis de boas-vindas, seis mesas grandes, 14 painéis grandes, sete painéis pequenos e oito totens de regime de proteção.
 
O protocolo foi assinado no Forte de Albarquel no dia do 26.º aniversário do Parque Marinho Professor Luiz Saldanha, criado em 14 de outubro de 1998, e numa cerimónia que também assinalou o 48.º aniversário do Parque Natural da Arrábida, fundado em 28 de julho de 1976, e o 44.º da Reserva Natural do Estuário do Sado, criada em 1 de outubro de 1980.
 
“Hoje encontramo-nos aqui sobretudo para continuar a valorizar o território Arrábida, que envolve os territórios dos concelhos de Sesimbra, Palmela e Setúbal, numa parceria alargada à Associação dos Municípios da Região de Setúbal e, naturalmente, ao papel fundamental que o ICNF representa na gestão das áreas protegidas situadas neste território”, sublinhou André Martins.
 
O autarca recordou que Setúbal situa-se “entre territórios com imenso valor patrimonial e ambiental”, salientando que aquelas três áreas protegidas “englobam 60 por cento do território do concelho e lhe conferem uma especificidade e atratividade muito relevante”, sendo a sua defesa “mais eficaz com trabalho em rede, em parceria”, como salientou.
“O território da Arrábida é algo que nos é precioso e, por isso, é essencial defender os seus valores naturais, tornar este território mais resiliente, assegurar o desenvolvimento económico da região e, simultaneamente, elevar a qualidade de vida das suas populações”, sustentou.
 
O presidente da Câmara considerou que a candidatura da Arrábida a Reserva da Biosfera é “um excelente exemplo do trabalho em rede” que tem sido desenvolvido “em defesa e na promoção deste território”, afirmando a convicção de que a candidatura apresentada é “vencedora” e com ela o território Arrábida continuará a ser valorizado.
 
“O Turismo de Natureza, com respeito pelos princípios da preservação e da conservação da natureza, é, também, uma peça basilar para a valorização e o desenvolvimento integrado e sustentado destes territórios”, disse.
 
Álvaro Amaro salientou, por seu lado, a necessidade de “continuar a dar e a acrescentar valor àquilo que tem de ser ambientalmente protegido”, notando que, “felizmente”, a Arrábida tende a ser cada vez mais procurada. “A pressão vai ser maior, mas com projetos desta natureza conseguimos proteger e potenciar os valores da Arrábida”.
 
Francisco Jesus considerou que foi possível “encontrar um caminho para que um património que é de todos seja valorizado” e afirmou que a candidatura da Arrábida à Reserva da Biosfera resultará na partilha do espaço protegido com a comunidade, de acordo com “algumas regras”.
 
Rui Pombo, destacou, por seu lado, o trabalho em parceria que tem sido feito na Arrábida pelo ICNF e pelas três autarquias.
 
Houve ainda uma comunicação científica do biólogo e investigador Gonçalo Silva, da MARDIVE – Associação Ciência e Educação para a Conservação da Biodiversidade Marinha, com o tema “Cavalos-marinhos como espécies bandeira: uma oportunidade para a conservação”, e outra da investigadora Ester Serrão, do CCMAr – Centro de Ciências do Mar do Algarve, intitulada “Projeto RESTORESEAGRASS – Conservação e restauro em grande escala de habitat de ervas marinhas criticamente ameaçado”.
 
 

Tags:

Subscrever

Media

Media