Reabilitação do Convento de Jesus orgulha Setúbal
Setúbal, 4 de abril (DICI) – O presidente da Câmara Municipal, André Martins, considerou ser um grande orgulho para Setúbal a autarquia ter assumido a responsabilidade das obras de reabilitação do Convento de Jesus e que estas estejam na fase final no que diz respeito ao edificado.
“Embora tratando-se de um monumento nacional, foi a Câmara Municipal de Setúbal que assumiu esta responsabilidade e que fez com que a obra chegasse ao fim, como está agora a acontecer. É um grande orgulho para Setúbal que a sua Câmara Municipal tenha assumido esta responsabilidade e já esteja nesta fase final de edificação”, disse ontem o autarca durante uma visita ao Convento de Jesus.
André Martins, que esteve acompanhado pela vice-presidente da Câmara, Carla Guerreiro, e pelos vereadores Rita Carvalho, Pedro Pina e Carlos Rabaçal, sublinhou que estas são “as ações de reabilitação da terceira e última fase da edificação” do Museu de Setúbal, cujas obras serão instaladas no Convento de Jesus após a intervenção no edifício estar concluída.
“Naturalmente que são ações que têm de ser desenvolvidas com muita minúcia, com muito conhecimento técnico. São obras que levam tempo, mas estamos convencidos de que dentro de mais três meses, aproximadamente, esta fase final estará concluída e a partir daí haverá as condições para instalar aqui o museu”, afirmou no final da visita, realizada num momento de interrupção da obra.
O desenrolar da obra tem sofrido alguns constrangimentos relacionados com o fornecimento da pedra, que deve ter características específicas, e com a dimensão dos vidros a instalar, mas estas são questões consideradas normais em intervenções em edifícios centenários como o Convento de Jesus, que implicam total respeito pela sua classificação como monumento nacional.
Iniciada em fevereiro de 2022, a empreitada “Museu de Setúbal – Recuperação do Convento de Jesus – Alas Norte e Nascente”, terceira e última fase do projeto de requalificação do Museu de Setúbal/Convento de Jesus, tem por objetivo a beneficiação e o alargamento da área expositiva do equipamento cultural, num investimento 2 milhões 299 mil e 27 euros, aos quais acresce o IVA.
A empreitada visa finalizar a recuperação do Museu de Setúbal/Convento de Jesus, com a execução de trabalhos no interior das salas expositivas, localizadas nas alas norte e nascente, que incluem os projetos de conservação e restauro, museografia e de iluminação museológica.
A intervenção incide nos pisos 0 e 1 e inclui o alargamento da área expositiva e beneficiações na zona exterior, designadamente no Pátio do Claustro, além de trabalhos de especialidades ao nível de estruturas, instalações elétricas e instalações mecânicas de climatização e ventilação.
O projeto de requalificação do Museu de Setúbal/Convento de Jesus inclui três fases de intervenção, representando um investimento global de perto de nove milhões de euros, com a Câmara Municipal, que conduz o processo ao assumir uma responsabilidade da competência da Administração Central, a suportar metade do valor.
O valor restante é proveniente de fundos comunitários resultantes de candidaturas aprovadas pelo Lisboa 2020 – Programa Operacional Regional de Lisboa.
A primeira fase das obras, concluída em 2015, incidiu na recuperação estrutural de todo o convento, com execução da cobertura e restauro da ala poente. A ala nascente e duas outras salas foram também intervencionadas e construiu-se um novo edifício para a área técnica do Museu de Setúbal, tendo ainda sido integralmente escorada a Sala do Coro Alto e Deambulatório, por apresentar sinais de degradação muito avançados.
A necessidade de centrar atenções na Sala do Coro Alto fez com que os trabalhos previstos na primeira empreitada não tenham sido concluídos no piso térreo, para assegurar a prevenção e salvaguarda do património integrado até estarem garantidas as condições de estabilidade e segurança.
Na segunda fase do projeto, concluída em outubro de 2020, foi executada toda a envolvente exterior do Convento, assim como o Deambulatório, a cafetaria, duas salas, a Sala da Roda e instalações sanitárias.
O sistema composto de reboco à base de cal para o revestimento exterior do edifício está enriquecido com cortiça, incorporando, assim, capacidades desumidificantes e de isolamento térmico e acústico.
A conclusão da segunda fase do projeto permitiu a reabertura de mais espaços de visita ao público, em particular a Sala do Capítulo, os Claustros e a Sala do Coro Alto.
Em simultâneo, na Igreja de Jesus procedeu-se a uma intervenção de luminotécnica, destinada a melhorar a eficiência energética do edifício e, também, a destacar todos os elementos arquitetónicos e decorativos que definam as três naves do templo e da capela-mor.
No exterior, o Largo de Jesus, espaço público defronte do edifício conventual, foi totalmente renovado, com a criação de amplas zonas de relva e árvores, após uma intervenção que incluiu a recuperação e relocalização para a posição original do cruzeiro ali instalado.
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