RETIFICAÇÃO | Fórum Intermunicipal da Saúde quer reunião urgente com ministra
Setúbal, 04 de outubro (DICI) – O Fórum Intermunicipal da Saúde, que reúne os municípios de Setúbal, Palmela e Sesimbra, decidiu pedir uma reunião com urgência à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, para debater a situação do Centro Hospitalar de Setúbal e dos cuidados de saúde primários na região.
A quarta reunião do Fórum decorreu na noite desta sexta-feira no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Setúbal, com a presença dos presidentes das câmaras Municipais de Setúbal, Palmela e de Sesimbra, André Martins, Álvaro Amaro e Francisco Jesus, bem como da vice-presidente da Câmara de Setúbal, Carla Guerreiro, e dos vereadores Pedro Pina e Rita Carvalho.
Foi ainda decidido que, se a ministra não responder no prazo de 15 dias após o pedido de reunião ser feito, os três presidentes de câmara irão ao Ministério da Saúde com o objetivo de serem recebidos, eventualmente acompanhados pelas comissões de utentes da região, como sugeriram os representantes das comissões de utentes do Pinhal Novo e da Quinta do Conde.
O presidente da Câmara de Setúbal notou que, desde que novo Governo implementou o Plano de Emergência e Transformação da Saúde, os utentes sem médico de família nos três municípios passaram a ser 75.654, ou seja, mais 13.325 do que há um ano, mais 17,6 por cento, que significa que só nos cuidados de saúde primários faltam “entre 40 e 50 médicos”.
“No que se refere aos cuidados hospitalares, o governo não teve sequer o cuidado de contactar previamente os municípios quando decidiu estabelecer o atual regime de urgências de obstetrícia e pediatria na península de Setúbal, impondo o seu encerramento rotativo”, acrescentou. “Ou seja, estamos agora em pior situação do que do que há um ano”.
André Martins afirmou que é necessário colocar à ministra a “questão muito importante” relacionada com a falta de profissionais de saúde, nomeadamente médicos e enfermeiros, enquanto Álvaro Amaro sublinhou a importância de voltar a reunir “urgentemente” com a titular da pasta da saúde, porque aos autarcas compete “exigir serviços de saúde com dignidade e com qualidade” para as populações.
Salientando que o “sentido de responsabilidade” dos autarcas obriga-os a “representar a população para chegar a um entendimento com a administração central”, Francisco Jesus afirmou, por seu lado, que “a situação está relativamente pior do que há dois anos” no que diz respeito ao Centro Hospitalar de Setúbal e que neste período não foram obtidas respostas ou melhoras também quanto aos cuidados de saúde primários.
Enquanto esperam pela marcação da reunião, os responsáveis de cada município ficaram de colher mais informação sobre a situação que se regista nos respetivos territórios, enquanto vai ser pedida uma reunião com a Unidade Local de Saúde da Arrábida para obter informação mais atualizada sobre as dificuldades existentes.
A realização desta quarta reunião do Fórum pretendeu atualizar a avaliação das condições de acesso aos cuidados de saúde nos três municípios, nomeadamente os prejuízos para os doentes resultantes da falta de médicos de família nos centros de saúde e dos sucessivos encerramentos de urgências no Centro Hospitalar de Setúbal.
Estiveram ainda presentes os presidentes das assembleias municipais de Setúbal e Sesimbra, Manuel Pisco Lopes e João Narciso, o presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião, Luís Matos, Fátima Silveirinha, do executivo da União das Freguesias de Setúbal, representantes de comissões de utentes dos serviços de saúde, do MURPI – Confederação Nacional de Reformados Pensionistas e Idosos, da Ordem dos Médicos, da Associação Nacional das Farmácias e da Rede Europeia Anti-Pobreza.
Reunido pela primeira vez em 17 de dezembro de 2021, o Fórum Intermunicipal da Saúde é um movimento criado pelos municípios de Setúbal, Palmela e Sesimbra com o objetivo de debater as questões da saúde e exigir respostas para os problemas nesta área, com destaque para o Centro Hospitalar de Setúbal, que serve os três concelhos.
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