Rota Clandestina: apresentação

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02     RP   JM    25-06-2021
 

Rota Clandestina: apresentação

 
Setúbal, 25 de junho (DICI) – O projeto cultural inédito Rota Clandestina, que vai transformar Setúbal num laboratório teatral, com a realização de residências artísticas por criadores nacionais e internacionais consagrados, foi apresentado hoje.
 
A iniciativa, divulgada esta manhã, em conferência de imprensa, no Fórum Municipal Luísa Todi, pela Câmara Municipal de Setúbal e pela direção artística, encabeçada pelo produtor italiano Renzo Barsotti, assume-se como um projeto voltado para o território e para a comunidade.
 
De acordo com o vereador da Cultura do município, Pedro Pina, a Rota Clandestina reforça a projeção da “cidade como espaço de criação artística”, além de “desenvolver o território”, na medida em que os processos e as ideias são construídos com O envolvimento da própria comunidade e das pessoas.
 
Nesta estratégia de afirmação de Setúbal como Cidade da Criação Artística, que se destina a reforçar a identidade cultural do concelho e a dinamizar o território do ponto de vista artístico, equipamentos municipais como o Fórum Luísa Todi e A Gráfica são palco de várias residências artísticas.
 
As residências acolhem dezenas de artistas nacionais e estrangeiros convidados, como Marco Martins e Victor Hugo Pontes, de Portugal, e Pablo Rosal, de Espanha, Pippo Delbono, de Itália, e Leonardo Moreira, do Brasil, que vão explorar Setúbal nas criações.
 
A Rota Clandestina, assinalou o autarca, é um espaço de afirmação da liberdade. “A palavra ‘clandestina’ não se relaciona com o termo ilegal, mas, às vezes, parece que precisamos de ter este espaço de clandestinidade para afirmarmos as ideias e projetar a liberdade da Cultura.”
 
O novo programa cultural, a decorrer até, pelo menos, 2022, é dirigido artisticamente por Renzo Barsotti, que em Portugal, entre outros projetos, fundou o Centro de Criação para o Teatro e as Artes de Rua e organizou o espetáculo inaugural do MAAR – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia de Lisboa.
 
Segundo o produtor, a Rota Clandestina permite “estabelecer uma relação nova, diferente e não convencional entre espetador e ator”, com ensaios abertos, além de “libertar e despertar novas energias criativas no território de Setúbal”.
 
A iniciativa procura, igualmente, ser um lugar de pensamento, pesquisa e experimentação, com o objetivo de dar corpo às ideias nos tempos e modos de que os artistas precisam.
 
“A Rota Clandestina foge às características normais do processo de produção e de apresentação e permite deixar um tempo de trabalho e de pesquisa, que é uma pré-condição para garantir a criatividade.”
 
A primeira sessão realizada no âmbito do projeto decorreu dezembro do ano passado, em A Gráfica – Centro de Criação Artística, com a residência artística “Corpos Clandestinos”, conduzida pelo coreógrafo e encenador Victor Hugo Pontes, que volta a Setúbal em agosto para nova residência.
 
Desde o dia 17 de junho e até 3 de julho, o artista italiano Pippo Delbono está a preparar a estreia da produção teatral “Amore”, sobre a busca pelo amor que conduz a vida das pessoas, com um conjunto de ensaios no Fórum Municipal Luísa Todi.
 
Este espetáculo tem como coprodutores associados, além da Câmara Municipal de Setúbal, São Luiz Teatro Municipal, Pirilampo Artes Lda e Ministério da Cultura, de Portugal, Fondazione Teatro Metastasio di Prato, de Itália, Teatro Coliseo, Istituto Italiano di Cultura Buenos Aires e ItaliaXXI, da Argentina, The´a^tre de Lie`ge, da Be´lgica, Les 2 Sce`nes – Sce`ne Nationale de Besanc¸on, de Franc¸a, e Ministero della Cultura, de Itália.
 
Paralelamente, está a decorrer no Cinema Charlot – Auditório Municipal o Ciclo Pippo Delbono, de entrada gratuita, sempre a partir das 20h00, com a exibição de quatro registos em vídeo de peças de teatro criadas pelo artista italiano, com legendas em português.
 
As próximas sessões realizam-se a 28, na qual é exibido “Orchidee, de 2013, e a 30, com “Vangelo”, de 2016.
 
No próximo ano, é a vez de o dramaturgo e diretor artístico do Teatro Hiato de São Paulo, Brasil, Leonardo Moreira, desenvolver em Setúbal uma residência artística, na qual propõe abordar questões relativas ao processo colonial e à quebra de barreiras entre colonizadores e colonizados.
 
Limite e fronteira são conceitos explorados numa residência artística, a desenvolver, a partir de outubro, por Pau Palacios, da Agrupación Señor Serrano, de Barcelona.
 
 
 
19368/2021 Fim

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