Setúbal, Palmela e Sesimbra reúnem com ministro da Saúde em 20 de dezembro (com fotos)
Os presidentes das câmaras municipais de Setúbal, Palmela e Sesimbra vão reunir-se com o ministro da Saúde em 20 de dezembro, às 19h00, num encontro em que pretendem garantias para o funcionamento regular do Centro Hospitalar de Setúbal.
André Martins (Setúbal), Álvaro Amaro (Palmela) e Francisco de Jesus (Sesimbra) foram recebidos esta manhã pela chefe de gabinete e por um adjunto do ministro Manuel Pizarro, tendo saído do Ministério da Saúde com uma reunião com o ministro marcada para as 19h00 de 20 de dezembro.
No final do encontro, André Martins, porta-voz dos três presidentes, sublinhou que as autarquias querem ser parceiras do Ministério da Saúde na resolução dos problemas do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS), que vem registando alguns encerramentos das urgências, mas recusou soluções pontuais e defendeu a necessidade de um reforço dos quadros de pessoal do hospital.
O presidente da Câmara de Setúbal afirmou a necessidade de serem defendidos os “interesses das populações” dos três concelhos, “que precisam de ter melhores condições de acesso” ao CHS, e manifestou a expectativa de que na reunião da próxima semana os autarcas possam explicar ao ministro as questões que os preocupam.
“Não é a resolução de questões pontuais, é a garantia de que haverá medidas que façam um caminho para resolver definitivamente os problemas do Centro Hospitalar de Setúbal. Ter um quadro de pessoal no hospital de Setúbal, nos diversos departamentos, para garantir que os serviços estão em condições de funcionar com pessoal próprio, médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico”, referiu.
O conselho de administração do hospital informou “que iria tomar medidas no sentido de procurar evitar” a repetição do encerramento das urgências, mas André Martins salientou que os autarcas sabem que isso tem acontecido, “ciclicamente e cada vez com maior frequência”, porque existe “um défice muito grande de pessoal nos vários serviços do hospital”.
Porque querem “ultrapassar essa situação”, em 6 de dezembro os três autarcas pediram uma reunião com Manuel Pizarro com caráter de urgência, mas, como não obtiveram resposta, hoje compareceram no Ministério da Saúde na tentativa de serem recebidos pelo ministro, tendo, finalmente, conseguido agendar uma reunião com o governante.
Admitindo que a sua deslocação a Lisboa “podia ter sido evitada”, o porta-voz dos presidentes de câmara salientou que estes pretendem, com as suas “informações”, “avaliação” e “sensibilidade”, contribuir para resolver um problema “que se arrasta há vários anos” no CHS.
Depois de referir que a garantia de que as urgências não voltam a fechar “tem de ser dada pelo conselho de administração, pela Administração Regional de Saúde e pelo ministério”, indicou que aos autarcas cabe fazer tudo ao seu alcance “para que a situação entre na normalidade e não se volte a criar estes problemas”.
Na reunião com o ministro da Saúde, vão dizer a Manuel Pizarro que o problema não é resolvido com “soluções pontuais”, como a contratação de tarefeiros ou a transferência de doentes para outros hospitais, neste caso até porque, “como se tem verificado, a situação é geral na Península de Setúbal, na própria Área Metropolitana de Lisboa e um pouco por todo o país”.
Segundo André Martins, os autarcas possuem “a informação de que vários serviços do CHS não têm pessoal próprio” e acreditam que “contratar pessoal para os quadros do hospital” é “o caminho que tem de ser tomado”, para aquele equipamento de saúde ficar “em condições de poder dar resposta, por si próprio, aos problemas que vão surgindo”.
O presidente da Câmara de Setúbal sublinhou a exigência de “garantias de que os serviços são dotados dos meios humanos para poderem dar resposta definitiva” aos problemas, manifestando a intenção dos autarcas de darem “um contributo” para que o Serviço Nacional de Saúde “seja, de facto, cumprido” em Portugal, como prevê a Constituição da República.
No conjunto dos três concelhos e também de áreas do Litoral Alentejano, o CHS serve uma população de 300 mil pessoas, que estão a ser frequentemente privadas no acesso a cuidados básicos de saúde.
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