Setúbal, Palmela e Sesimbra voltam a reunir com ministro da Saúde em janeiro (com fotos)

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Os presidentes das câmaras municipais de Setúbal, Palmela e Sesimbra não saíram satisfeitos da reunião com o ministro da Saúde, na qual Manuel Pizarro apresentou uma solução provisória para as urgências obstetrícias e prometeu visitar o Hospital de Setúbal.
 
Durante a reunião de ontem com Manuel Pizarro e o secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, André Martins (Setúbal), Álvaro Amaro (Palmela) e Francisco Jesus (Sesimbra) foram informados de que voltava a haver constrangimentos na Urgência Geral do Hospital de São Bernardo, a qual não ia receber mais doentes enviados de ambulância pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) até às 08h00.
 
No final do encontro, André Martins voltou a sublinhar que as autarquias querem ser parceiras do Ministério da Saúde na resolução dos problemas do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS), que tem registado alguns encerramentos das urgências, e insistiu na recusa de “soluções pontuais”, como a que lhes foi apresentada para as maternidades.
 
“Claramente não podemos sair satisfeitos”, analisou, por seu lado, Francisco Jesus, admitindo, porém, que a disponibilidade demonstrada pelo ministro também não deixou os autarcas insatisfeitos.
 
Segundo Francisco Jesus, Manuel Pizarro disse aos autarcas que, “nos fins-de-semana que faltam até ao final do ano, e provavelmente no primeiro trimestre”, as urgências de obstetrícia dos hospitais de Setúbal e do Barreiro vão funcionar de forma alternada, funcionando uma maternidade num fim-de-semana e a outra no noutro, “por forma a que haja uma previsibilidade por parte dos utentes de que há um serviço aberto”.
 
“É uma medida de emergência que nós compreendemos, porque é fundamental que as pessoas saibam onde se devem dirigir quando têm um problema. Agora, o que nós afirmámos é que isto não é nenhuma medida de fundo e o Centro Hospitalar de Setúbal precisa de medidas de fundo”, disse o André Martins, enquanto Francisco Jesus reforçava que se tratava de “legitimar de certa forma as falhas em dias programados”.
 
O presidente da Câmara de Sesimbra reconheceu que os autarcas compreendem a posição do Ministério da Saúde, mas, “pela experiência” que têm, não podem concordar com ela, porque “o resultado final foi sempre o encerramento definitivo ou uma prática que passou a ser regular” de cada vez que se encerrou um serviço de atendimento permanente ou um atendimento complementar.
 
Os três autarcas saíram do encontro com a convicção de que o ministro e o secretário de Estado “compreenderam” a sua posição, “manifestaram disponibilidade” e “conhecem a situação”, tendo ficado agendada para o final de janeiro uma visita de Manuel Pizarro ao Centro Hospitalar de Setúbal (CHS), bem como uma nova reunião entre as partes, na qual será avaliado o efeito das medidas tomadas pelo Governo.
 
André Martins insistiu, no entanto, na necessidade de serem contratados profissionais para os diversos serviços do CHS, sublinhando que os presidentes de câmara pretendem “soluções definitivas para resolver estes problemas e não soluções pontuais”, embora tenha admitido a necessidade de tempo para as adotar.
 
“Nós compreendemos isso, mas fizemos questão de deixar bem claro que estas medidas pontuais não resolvem os problemas. Isso seria um engano para as populações e nós não aceitamos esse tipo de posições”, disse, adiantando que o ministro garantiu que, depois destas medidas de caráter imediato, serão tomadas outras “de fundo para resolver o problema” do CHS.
 
O presidente da Câmara de Setúbal considerou “positivo” o facto de o Ministério da Saúde estar a tomar medidas, mas sublinhou que há “limites” e que os autarcas pretendem ser “parceiros neste processo” no âmbito das suas responsabilidades, para defenderem os direitos “à saúde, aos serviços hospitalares e aos serviços primários de saúde” que as populações têm.
 
“Não queremos que isto se torne definitivo e não admitimos qualquer encerramento de qualquer especialidade no hospital de Setúbal. Queremos fazer uma avaliação permanente desta resposta”, afirmou, por seu lado, Álvaro Amaro, adiantando que também foi anunciado aos autarcas que “haverá medidas tendo em vista autonomizar e possibilitar as administrações dos hospitais de contratarem com mais flexibilidade”.
 
No conjunto dos três concelhos e também de áreas do Litoral Alentejano, o CHS serve uma população de 300 mil pessoas que estão a ser frequentemente privadas no acesso a cuidados básicos de saúde.

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