Setúbal Bay 2021: entrevista do selecionador de águas abertas (com foto)

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Setúbal, 9 de junho (DICI) – O selecionador nacional de natação em águas abertas, Daniel Viegas, em entrevista à Câmara Municipal de Setúbal, está confiante na qualificação de um atleta para os Jogos Olímpicos de Tóquio na prova de apuramento a realizar nos dias 19 e 20 de junho.
 
A entrevista concedida ao município pelo selecionador nacional Daniel Viegas é enquadrada na realização, em Setúbal, da FINA Marathon Swimming Olympic Games Qualification Tournament 2021.
 
Segue, em baixo, a entrevista na íntegra, a qual pode ser utilizada neste formato ou adaptada a notícia com base nas declarações do técnico nacional.
 
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ENTREVISTA
 
Selecionador nacional de águas abertas, Daniel Viegas
 
“A perspetiva é de conseguirmos pelo menos um apuramento”
 
Daniel Viegas é o selecionador nacional de águas abertas e responsável pelo acompanhamento e preparação da equipa portuguesa que está presente no apuramento olímpico que se realiza em Setúbal, nos dias 19 e 20 de junho. Acredita que Angélica André pode ter uma palavra a dizer no que diz respeito à presença na final olímpica, apesar de considerar que as adversárias não lhe vão facilitar a tarefa. Mais difícil parece ser o apuramento no setor masculino atendendo que a dupla lusa é ainda bastante jovem e pouco experiente. Ainda assim, não descarta a possibilidade de surgir uma surpresa na prova. Não vislumbra um vencedor em nenhuma das categorias até porque há um grande equilíbrio de forças entre as seleções presentes e são muitos os nomes sonantes que vão estar à partida na luta pelo apuramento.
 
Temos uma vez mais em perspetiva uma grande prova de apuramento olímpico. Tanto em 2012 como em 2016, apuraram-se em Setúbal dois representantes portugueses para a final olímpica. Que expectativas para a prova deste ano?
A perspetiva é de conseguirmos pelo menos um apuramento, embora só se possa apurar um nadador por género. No setor feminino, estamos muito bem representados, com a experiência e os excelentes resultados da Angélica André nos últimos anos e com a benjamim Mafalda Rosa, que, embora só com 17 anos, começa a apresentar bons resultados. No setor masculino, temos o Tiago Campos, que pode fazer uma surpresa, embora seja algo mais difícil, dada a profundidade e heterogeneidade do pelotão masculino. O Diogo Cardoso apresenta-se com menos experiência e é um dos jovens que queremos ver crescer na modalidade.
 
Em termos globais e ao longo dos anos, quer nas qualificações olímpicas, quer na Taça do Mundo, os atletas têm elogiado a prova de Setúbal, mas, simultaneamente, consideram-na difícil. De que forma se preparam os atletas portugueses para a competição em Setúbal?
Os nadadores portugueses são dos mais preparados para condições variadas, pois temos águas frias, com correntes, com ondas, e temos lagos, com água quente e mais calma. Muitos dos países que vêm aqui nadar não têm a variabilidade de experiências que os nossos nadadores têm. Claro que, neste contexto, eles realizam algum treino específico, tanto aqui em Setúbal, como em locais semelhantes, e tentamos recriar as dificuldades.
 
O apuramento olímpico é motivação mais do que suficiente, mas, ainda assim, como se prepara psicologicamente um atleta para este momento do ‘tudo ou nada’?
A preparação é diária. Todos os dias no trabalho é algo presente, mesmo que não se fale nisso. E existe a preparação mental, que em muitos casos tem uma equipa por trás, com psicólogos que encaminham os nadadores no sentido do sucesso, e no sentido de saber conviver com a responsabilidade. Mas também existe o fator intrínseco de cada um. Há uma parte individual de cada um que faz com que nestes momentos eles se superem. O que quero dizer é que existe o trabalho de uma equipa com o nadador e a sua capacidade inata de lidar com isso e de se superar noa hora H. E neste caso os que aqui chegam é porque já têm essa capacidade!
 
Num ano tão atípico, como correu a preparação para o apuramento olímpico?
A preparação correu bem, a nível de treino até posso dizer que vamos estar melhor este ano do que estaríamos em 2020. Ninguém baixou os braços e fomos à luta diária. A única questão mais deficitária foi a falta de competições internacionais de grande nível que ajudam a manter o ritmo competitivo, mas, pelos resultados recentes positivos dos nossos nadadores, não nos parece que seja um problema.
 
De entre o lote de atletas que estarão à partida, quais lhe parecem os mais habilitados a ganhar esta competição e a conseguir o apuramento?
É difícil enumerar todos. No setor feminino, parece-me que Portugal, Espanha, Hungria, Equador, Grã-Bretanha e Rússia estão na linha da frente para garantir o apuramento, fruto dos resultados recentes. Mas há mais candidatas e depois, no terreno, as coisas nunca são simples. No setor masculino, é ainda mais difícil fazer esse apontamento, tendo seleções como Austrália, Brasil, Equador, Grã-Bretanha, que têm sido regulares em bons lugares em Jogos Olímpicos, e há muitos outros países que estão neste momento ao mesmo nível e que podem facilmente entrar na luta. Em relação a vencedores, não arrisco mesmo uma resposta. Posso, talvez no final da competição, dizer-vos quais eram as minhas convicções.


 

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