Voto de Pesar: Américo Leal

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Setúbal, 24 de junho (DICI) – A Câmara Municipal de Setúbal apresentou ontem, em reunião pública, um voto de pesar pelo falecimento, no dia 18 de junho, de Américo Leal, uma referência local da luta antifascista.
 
A autarquia lamenta o desaparecimento, aos 99 anos, de Américo Leal, que, embora nascido em Sines, destacou-se em Setúbal como resistente antifascista e “exemplo de luta pela conquista da liberdade e democracia para os trabalhadores e o povo”.
 
No contexto político, assumiu, no Partido Comunista Português responsabilidades a nível das organizações concelhias do Sul e da Direção da Organização Regional de Setúbal, órgão a que pertenceu até 2015.
 
Foi ainda deputado à Assembleia Constituinte e nas duas primeiras legislaturas da Assembleia da República, eleito pelo distrito de Setúbal.
 
Nascido a 20 de janeiro de 1922, Américo Lázaro Leal começou a trabalhar como operário corticeiro aos 12 anos, idade em que ficou órfão.
 
Em 1943, em Lisboa, foi preso pela PIDE, permanecendo 45 dias na Cadeia do Aljube, onde conheceu Militão Ribeiro, dirigente do PCP, que o ligou ao partido.
 
Um ano depois, aderiu ao PCP, onde assumiu tarefas na organização do partido e no organismo da direção regional do Alentejo Litoral.
 
Durante os 27 anos na clandestinidade, assumiu tarefas em diversas regiões do país, e, em 1956, foi cooptado para o Comité Central do PCP, onde permaneceu até 1988.
 
Américo Leal fez, igualmente, parte da comissão local do MUD – Movimento de Unidade Democrática.
 
Depois do 25 de Abril, destaca-se a sua atividade enquanto dirigente da URAP – União de Resistentes Antifascistas Portugueses, participando, com muitas centenas de crianças e jovens, em debates e reuniões sobre a luta pela liberdade e a democracia.
 
Já na Comissão de Utentes da Linha do Sado deu um contributo decisivo na defesa do serviço público ferroviário e da eletrificação da linha,
 
A Câmara Municipal de Setúbal endereça os pêsames à família enlutada e ao PCP.

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