Concelho do Seixal volta a acolher a música que se faz pelo mundo

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Shanbehzadeh Ensemble, com música e danças tradicionais do Golfo Pérsico, Karyna Gomes, Elida Almeida e África Negra, com os ritmos do continente africano, e a Criatura, que traz consigo um repertório inspirado na música tradicional portuguesa, são os nomes que compõem o cartaz deste ano.
 
O Seixal World Music acontece nos dias 9, 10 e 11 de junho, transformando o Parque Urbano José Afonso, em Miratejo, num palco gigante dedicado ao multiculturalismo e à promoção da tolerância, do conhecimento e da paz entre os povos.

«A música que se faz pelo mundo está de volta ao concelho do Seixal, num evento com entrada livre que é um verdadeiro hino à multiculturalidade. O Seixal World Music é um projeto singular na Área Metropolitana de Lisboa que traz, este ano, ao nosso concelho artistas de cinco países», afirma o presidente da Câmara Municipal do Seixal, Paulo Silva.

Além da música, não faltará igualmente o usual espaço dedicado às associações de imigrantes do concelho do Seixal, sempre com muita animação, exposições de artesanato, gastronomia do mundo e muito mais.
 
Programa

9 de junho, sexta-feira
20 horas
Saeid Shanbehzadeh | Irão
 
Shanbehzadeh Ensemble é uma abordagem única sobre danças e músicas tradicionais originárias do Golfo Pérsico, mais especificamente da província de Bushehr, região sul do Irão.
 
Os instrumentos explorados desdobram-se entre a neyanbânn (gaita de foles iraniana), a neydjofti (flauta dupla), o dammam (tambor de dupla face), o zarbetempo (percussão), a flauta tradicional, o senj (espécie de prato) e o boogh (chifre de bode).
 
Um grande virtuoso da gaita de foles, Saeid Shanbehzadeh defende com paixão e convicção uma tradição algo marginal do Irão moderno, fazendo parte de uma geração de músicos que defende um legado musical que é transmitido in situ. Movido pelo vasto movimento migratório da atualidade, busca inspiração noutras expressões musicais espalhadas pelo mundo.
 
22 horas
Karyna Gomes | Guiné-Bissau
 
Karyna Gomes, cantora e compositora, filha de pai guineense e mãe cabo-verdiana, nasceu em Bissau, cidade da África Ocidental, onde cresceu a ouvir música tradicional, urbana e ritmos de todo o mundo. Considera que a sua musicalidade está enraizada nos convívios de quintal, típicos das sociedades mestiças dos trópicos e do hemisfério sul e que é influenciada pela sua vivência em três continentes – África, América Latina e Europa.
 
Iniciou a sua carreira musical a cantar gospel no grupo Rejoicing Mass Choir em São Paulo, onde viveu cinco anos. Após regressar ao seu país natal, foi convidada por Adriano Ferreira (Atchutchi) para integrar o histórico e revolucionário grupo Super Mama Djombo.
 
Em 2014, lança o seu primeiro álbum, «Mindjer», bastante elogiado pela crítica nacional e internacional, nomeadamente pela «Blitz», que o considera um dos dez melhores editados em Portugal em 2014. Nesse ano é destacada, no seu país, com dois prémios de melhor cantora.
 
10 de junho, sábado
20 horas
Criatura | Portugal
 
A Criatura é um eclético bando de músicos, artistas e gente que se dedica a revisitar a memória popular do território que habita e que, a partir dela, se propõe criar música e arte que nasce de outras formas de olhar, sentir e ser a tradição.
 
Depois de editarem o primeiro disco, «Aurora», em 2016, editam cinco anos depois «Bem Bonda», designação que deriva da expressão beirã para «já chega», um disco inspirado na tradição musical portuguesa, que tem como foco romper padrões culturais já saturados e desfasados da realidade portuguesa.
 
22 horas
Elida Almeida | Cabo Verde
 
Elida Almeida é uma das maiores vozes da atualidade cabo-verdiana, referida por muitos como a líder da nova geração musical do país, conhecida pela maturidade, talento e generosidade da sua escrita e interpretação. Deu-se a conhecer em 2014, ano em que foi descoberta pelo produtor José da Silva – também responsável por apresentar Cesária Évora ao mundo.
 
Oito anos depois, Elida Almeida faz um balanço do seu percurso, batizando o seu quarto álbum com o título «Di Lonji», que em crioulo quer dizer «de longe», uma escolha que não é inocente, procurando espelhar a sua essência e trajeto, retratando Elida, de onde vem, mas também todas as distâncias de Cabo Verde, da zona de origem ao caminho da concretização dos sonhos, com todos os fatores que o dificultaram, mas que foram ultrapassados.
 
11 de junho, domingo
21 horas
África Negra | São Tomé e Príncipe
 
Embaixadores do som de São Tomé e Príncipe e do Mama Djumba, África Negra é uma banda de culto com mais de quarenta anos de história.
 
Entre 1972 e 1974, quando as forças portuguesas ainda ocupavam a ilha e a liberdade era parca, começaram a tocar ao vivo nos fundões da capital, São Tomé, em bailes ao ar livre que juntavam as diferentes comunidades locais.
 
No início da década seguinte editaram LP de originais, através da memorável Iefe Discos, o que os fez passar por vários países, entre os quais Portugal, Angola e Guiné-Bissau.
 
Apesar da triste notícia do recente falecimento do general João Seria, vocalista dos África Negra e um dos músicos mais importantes e carismáticos de São Tomé e Príncipe, a banda optou por manter as atuações que tinha agendadas para este verão no nosso país, nomeadamente a que acontece no Seixal World Music. Esta será também mais uma oportunidade de homenagear o general.

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