Bolieiro em conferência sobre o Espírito Santo
O Presidente da Câmara Municipal, José Manuel Bolieiro, participou, sábado, na conferência sobre o Espírito Santo integrada no Império da Trindade da Atafona, freguesia de São Vivente Ferreira.
“Espírito Santo – o sentido atual” foi o tema da conferência, em que o edil, a convite do mordomo Paulo Vicente Cabral, partilhou uma reflexão sobre o Espírito Santo enquanto elemento identitário do povo açoriano, falou da relação entre a política e o Espírito Santo e abordou as Grandes Festas do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada.
Foram também oradores o pároco Hélio Soares e o professor Miguel Soares.
“Há na matriz, no nosso povo, nos Açores uma identidade com a devoção ao Espírito Santo, independentemente das diferenças de prática”, afirmou o Presidente do Município, acrescentando que o Divino Espírito Santo apresenta-se como uma “inspiração e referência para a prática de convívio integrado e inclusivo e solidariedade entre comunidades e entre pessoas”. “É a espiritualidade como inspiração para a prática popular” e uma “devoção inspiradora do nosso modo de ser e de estar”, concluiu Bolieiro.
Como elemento de manifestação popular transversal a todo o arquipélago e identitário, o Espírito Santo tem também marcado a agenda política.
Atente-se no facto de, numa decisão que mereceu largo consenso, o Feriado Regional ser na Segunda-feira do Espírito Santo. É um exemplo de uma posição política respeitadora da identidade de um povo.
Outro exemplo é o envolvimento do poder político na organização das festas, como acontece em Ponta Delgada, e em que o poder político, o governante, é colocado ao serviço do povo, dos governados.
O edil contextualizou que nos anos 70, por iniciativa de Victor Cruz, realizaram-se cortejos etnográficos ao longo da Avenida Infante D. Henrique, e no campo de São Francisco, pela mão do coral de São José, serviram-se as sopas do Espírito Santo; mas, por imperativos diversos, estas iniciativas deixaram de se realizar.
Mais tarde, a Câmara Municipal de Ponta Delgada resgatou a ideia de realizar uma festa grandiosa que envolvesse, neste caso, as 24 freguesia do concelho e delineou um figurino, que ainda hoje se mantém e que contempla entre outros eventos: a realização da conferência inaugural na quinta-feira; a mudança da bandeira, a abertura do quarto do Espírito Santo, e o arraial na sexta-feira; a distribuição das pensões, partilha das sopas e o cortejo etnográfico no sábado; a missa, o bodo de leite e a coroação no domingo.
“Uma festa popular inspirada na fé e na crença, que acrescenta o facto de se ter constituído como ancora de interesse turístico”, defendeu o Presidente, lembrando o seu impacte na economia local e regional e a projeção do povo e da sua identidade.
Bolieiro lembrou a expressão das festas junto da diáspora. “Apraz-nos constatar que é cada vez maior a participação da nossa população, dos nossos emigrantes e dos nossos turistas”, congratulou-se.
De 11 a 14 de julho de 2019, o Município organiza, pelo 16º ano consecutivo, as Grandes Festas do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada.Tags: