INVESTIDORES DO MÉDIO ORIENTE DEVERÃO INVESTIR NA EUROPA NA PRÓXIMA DÉCADA

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- Fundos soberanos posicionados para impactar os mercados imobiliários globais -
- Europa é região favorita com 80% da alocação esperada -
- Reino Unido, Itália, Alemanha, França e Espanha são destinos preferenciais -
 
Lisboa, 3 de setembro de 2014 – Segundo o mais recente estudo da consultora imobiliária global, CBRE, os investidores do Médio Oriente deverão despender 180 mil milhões de dólares em mercados imobiliários comerciais fora da sua região, durante a próxima década.
 
 

O aumento importante dos fluxos de capital do Médio Oriente para os mercados globais surge da disparidade extraordinária entre a ausência de imobiliário institucional no mercado interno e o imenso poder de compra concentrado na região. A Europa é o destino preferido com 80% dos 180 mil milhões de dólares (cerca de 145 mil milhões de dólares) previstos para a região nos próximos 10 anos. Perto de 85 mil milhões de dólares irão fluir para o Reino Unido, enquanto 60 mil milhões de dólares se destinam à Europa Continental, com França, Alemanha, Itália e Espanha entre os mercados-chave.

 
Os mercados imobiliários globais registaram um fluxo significativo de capital proveniente do Médio Oriente, com um investimento de 45 mil milhões de dólares entre 2007 e o final de 2013 - sete vezes a atividade registada no respetivo mercado interno. Face aos 20 mil milhões de dólares investidos em imobiliário comercial, fora da região de origem, apenas nos últimos dois anos, há sinais evidentes de que os investidores do Médio Oriente estão a aumentar o seu interesse imobiliário.
 
 

Os fundos soberanos do Médio Oriente estão hoje entre as maiores e mais influentes fontes de capital do mundo, representando 35% dos ativos sob gestão de fundos soberanos a nível mundial. Em comparação com os fundos soberanos asiáticos e do ocidente, estes fundos reservam atualmente a quota mais pequena (9% do portefólio total) para ativos alternativos. Um aumento adicional da alocação por parte dos fundos soberanos do Médio Oriente, mesmo que de uma pequena fração, representa uma quantidade extremamente grande de capital que teria um impacto significativo no mercado imobiliário comercial mundial.

 

A alocação média para imobiliário dos fundos soberanos globais é de 7,9%.[1] A aplicação desta percentagem aos 2,2 biliões de dólares em ativos sob gestão detidos pelos fundos soberanos do Médio Oriente fornece um valor total próximo de 175 mil milhões de dólares. Após exploração de vários cenários, incluindo um crescimento mais rápido e mais lento dos ativos sob gestão dos fundos soberanos, uma estimativa conservadora da CBRE coloca o investimento dos fundos soberanos do Médio Oriente no mercado imobiliário global, durante a próxima década, em 130 a 140 mil milhões de dólares. A combinação deste valor com o investimento esperado por parte de investidores privados do Médio Oriente, bem como de promotores e sociedades imobiliárias, traduz-se em cerca de 180 mil milhões de dólares, que irão fluir para os mercados globais ao longo dos próximos dez anos.
 
 Nick Maclean, Managing Director da região do Médio Oriente da CBRE, comenta:
 
“A estratégia 'buy and hold' adotada por muitos investidores do Médio Oriente e a consequente ausência de oportunidades de negócio deixa muita procura sem resposta na região. Aliado ao aumento de confiança nos mercados globais e à necessidade de diversificação, o investimento no estrangeiro cresceu fortemente. Esta tendência deverá continuar, e com a entrada prevista de novas fontes de capital do Médio Oriente no mercado durante os próximos dois anos, particularmente dos Sauditas, a procura de imobiliário está a aumentar grandemente.
 
 
“Desde a crise financeira mundial que os fundos soberanos do Médio Oriente se tornaram uma das fontes de capital mais significativas no panorama imobiliário global. A procura por parte destas instituições transformou-se, durante os últimos anos, numa fonte de liquidez sofisticada para muitos dos mercados imobiliários maduros de todo o mundo”.
 
Perto de 90% de todo o investimento do Médio Oriente em imobiliário comercial, fora da região, em 2013, foi realizado na Europa. Este comportamento contrasta visivelmente com o capital asiático, que tem mostrado uma diversificação crescente em termos geográficos nos últimos 18 meses. Embora se preveja um aumento das alocações para as regiões das Américas e Ásia-Pacífico, a maioria (80%) do investimento direto do Médio Oriente visará a Europa, na medida em que esta oferece diversificação, aceitação cultural, liquidez elevada e transparência de mercado.
 
Cerca de 85 mil milhões de dólares da alocação total serão investidos no Reino Unido, esperando-se que a Europa continental receba 60 mil milhões de dólares – um valor que é quase cinco vezes o valor do investimento direto dos investidores do Médio Oriente na década anterior. Enquanto a Alemanha e Itália são destinos-alvo, Espanha passou a ser um destino estratégico, particularmente ao nível do sector hoteleiro. França desenvolveu laços estreitos com os investidores do Médio Oriente em anos recentes e oferece uma vasta seleção de ativos troféu, pelo que continuará a atrair a forte procura.
 
Jonathan Hull, Managing Director, do Departamento de Capital Markets da região EMEA da CBRE, comenta:
 
“A grande maioria dos investidores do Médio Oriente procura a preservação da riqueza e ativos fortes de rendibilidade elevada, por oposição a investidores oportunísticos que aproveitam o ciclo para obter ganhos a curto prazo. Esta estratégia favorece edifícios prime em mercados core e, frequentemente, transações de valor muito elevado. Os escritórios têm uma presença forte nas suas aquisições, embora nos últimos dois anos tenha surgido um maior interesse no sector de retail, conforme ilustrado por uma série de aquisições em zonas de comércio de rua prime em Londres e Paris, bem como em cidades de província no Reino Unido e em França. O interesse em hotéis também é visível e é um prolongamento do interesse histórico no sector hoteleiro verificado nos mercados internos.”
 
Iryna Pylypchuk, do Departamento de Research & Consulting da região EMEA da CBRE, comenta:
 
“A cultura, a abertura e as leis de tributação favoráveis são fatores impulsionadores significativos para os compradores do Médio Oriente face à Europa e, em particular, ao Reino Unido. As relações históricas, políticas e económicas estreitas, assim como a recente decisão da Grã-Bretanha de tornar-se o primeiro país não muçulmano a emitir obrigações islâmicas conforme a Lei Sharia, confirmam a Europa como destino preferencial do capital do Médio Oriente.”
 
Embora se preveja algum aumento do interesse pelas Américas, a necessidade dos investidores do Médio Oriente de diversificarem os seus investimentos além de um portefólio dominado pelo dólar americano contrariará a atratividade básica do imobiliário como uma escolha de ativos. Segundo a estimativa da CBRE, cerca de 10% do capital (à volta de 18 mil milhões de dólares) fluirá para a região. Isto representa um investimento anual médio próximo de 1,8 mil milhões de dólares, um valor marcadamente acima dos 1,2 mil milhões de dólares investidos em 2013, que já de si foi relativamente elevado face aos padrões recentes.
 
As vantagens de diversificação que a região Ásia-Pacífico oferece poderão levar a uma alteração de estratégia dos investidores do Médio Oriente. Muito embora o número de negócios finalizados na região tenha vindo a crescer, resta saber a rapidez com que esse interesse cristalizará num ritmo mais sólido de aquisições, por oposição a um pequeno número de transações de grandes ativos. A previsão da CBRE é de que os restantes 10% dos 180 mil milhões de dólares se destinem a alocação para a região Ásia-Pacífico.
 
 
Sobre o Grupo CBRE
O Grupo CBRE, Inc., é uma empresa classificada na Fortune 500 e S&P 500, com sede em Los Angeles, líder mundial na prestação de serviços para o setor imobiliário (dados relativos a 2013). Com aproximadamente 44 mil colaboradores a nível mundial (excluindo empresas afiliadas), a CBRE desenvolve a sua atividade para promotores, investidores e ocupantes através de aproximadamente 350 escritórios em todo o mundo (excluindo empresas afiliadas). Entre os seus serviços contam-se a consultoria e mediação em operações de venda e arrendamento de imóveis, administração de imóveis, gestão de projetos, serviços de avaliação, promoção, investimento imobiliário, research e consultoria. Em Portugal a empresa está presente desde 1988, prestando uma vasta gama de serviços em todo o território nacional. Para mais informações visite www.cbre.pt

 
 
 

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