9 (Neuf)

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A coreógrafa Hélène Blackburn deu um passo fora do vulgar e usou a deficiência auditiva de Cai Glover como ponto de partida para a sua nova criação.
Percebendo, experimentando e compreendendo.
 
Cas Public & Kopergietery
 
CCB . 3, 4 e 5 junho . Pequeno Auditório
Sexta: 11h00 e 14h30 // Sábado: 19h00 e 21h00 // Domingo: 11h30

Coreografia e direção artística Hélène Blackburn
Assistente da direção artística Cai Glover
Bailarinos Cai Glover, Guyonn Auriau, Alexander Ellison,
Jaym O’Esso, Florence Hughes, Laura Vande Zande
Dramaturgia Johan De Smet
Música Martin Tétreault
Vídeos Kenneth Michiels
 
Conhecida pela sua dança eloquente, a companhia Cas Public acolhe um performer atípico, Cai Glover, que superou uma deficiência auditiva e se tornou um bailarino profissional.
Os nossos sentidos permitem-nos apreender o mundo à nossa volta. Esta condição essencial é como uma janela para aquilo que está fora de nós; sem ela somos iludidos. Como é possível captar a grandeza monumental da 9.ª Sinfonia – uma das obras-primas do repertório clássico – se, como Beethoven, a nossa audição é prejudicada? O espetáculo 9 tornou este desafio numa viagem ousada e cheia de sensações. Em coprodução com o teatro Kopergietery, o trabalho foi desenvolvido para atrair todas as gerações, quebrando os limites do silêncio de forma a superar as diferenças e transformar o corpo em linguagem.

Fundada em 1989 pela coreógrafa Hélène Blackburn, a companhia Cas Public é um grande nome no contexto atual da dança contemporânea, com um repertório de vinte obras, metade das quais direcionadas para os públicos jovens.
A Cas Public tem uma propensão para encontros inusitados entre o ballet, a dança contemporânea e a dança urbana; entre a música clássica ou ópera e os efeitos sonoros produzidos por um DJ; entre linguagens cénicas e linguagens cinematográficas; entre linguagem gestual e a dança como ato de linguagem. Com base nos clássicos do repertório ocidental e nos contos, lendas e mitos que compõem a tradição oral, as suas obras abordam os grandes enigmas da existência humana — o amor, a morte, a identidade, o medo do outro — e analisam de forma cuidada e penetrante as partes mais reluzentes e negras da humanidade.
A Cas Public tem uma missão: criar obras de alta qualidade para o público com um estilo de dança acessível e inclusivo. A infância abraça a idade adulta, e vice-versa, numa atmosfera mágica incutida por espetáculos que, como as bonecas russas, revelam camada por camada o poder evocativo e empático do corpo dançante.
 
O Kopergietery é um espaço criativo para jovens, com especial atenção ao teatro, dança e música. Uma casa onde crianças e jovens são confrontados com a arte. Uma casa onde artistas e crianças criam em conjunto e se inspiram. Uma casa que realiza espetáculos, convida artistas e organiza oficinas de teatro.
O diretor artístico Johan De Smet e toda a equipa optaram resolutamente por seguir a linha de interação entre continuidade e inovação. Criadores idiossincráticos de todas as idades criam e apresentam produções, o que resulta numa dinâmica artística especial. A busca pela autenticidade e por uma verdadeira afinidade/interesse pelas crianças e jovens adultos é a cola que une este grupo de criadores.
As crianças são vistas como a fonte, a força motriz, o solo sob toda a arte. As crianças são aceites como são, mas também pelo que podem ser. As crianças são instigadas a tornarem-se seres humanos criativos e tolerantes que aprendem a pensar por si mesmas através da arte.
A abordagem geral do Kopergietery transformou-o numa casa criativa e em digressão que está profundamente inserida na sua própria cidade, que investe continuamente em novos criadores e que conta com uma extensa rede internacional.
 

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