Carta Branca a Selma Uamusse > 1 novembro . sexta-feira . 20h00 . Grande Auditório
«Liberdade, querida liberdade
O nosso chão tem sonhos e vontades.»
A garota não
No ano em que se comemoram 50 anos de Liberdade e de fim da ditadura, em Portugal, mas também se celebram os movimentos de libertação dos países africanos de expressão portuguesa, este concerto surge como um desafio lisonjeador que representa a oportunidade de Selma Uamusse escrever uma Carta Aberta ao Futuro através da criação de um novo e inédito espetáculo ao vivo.
Desta carta resulta uma cooperação franca e honesta que propõe celebrar as gerações do pós-guerra, mas também proporcionar-lhes um mundo com oportunidades partilhadas e mais distribuídas. A música será o elemento transformador para esse futuro melhor, menos desigual, que proporciona a esta nova geração de músicos — à qual a música e um futuro colorido são mais distantes — a oportunidade de sonhar sem medo de olhar para trás, reconhecer as injustiças ou as desigualdades.
E que melhor forma de escrever para o futuro que não uma carta em que os protagonistas que a escrevem e definem são as gerações vindouras representadas pelos jovens da singular Orquestra Geração (Portugal) acompanhando Selma Uamusse?
O espetáculo também contará com as vozes de Bárbara Wahnon, Nayr Faquirá, Ola Mekelburgh, Yeni Varela e Yeri Varela, símbolos de mestria, talento vocal e de composição, bem como as Active Mess (Edvania Moreno, Jacqueline Monteiro, Lívia Mendes e Mariana Santos) com a sua elegância, jovialidade e generoso talento.
Selma Uamusse também se fará acompanhar pelos seus cúmplices do costume, que a acompanham desde sempre, com quem, há mais de 15 anos, tem voado, criado e crescido: Augusto Macedo, Gonçalo Santuns, Nataniel Melo e Milton Gulli.
Nesta noite celebra-se Moçambique, um país riquíssimo, o seu muitas vezes desconhecido património cultural. Celebram-se as línguas, os instrumentos tradicionais, os ritmos e as polifonias. E porque Moçambique e Portugal cooperam, olhos nos olhos, com o mesmo pulsar no coração através da música, Cátia Oliveira, A garota não, dona de uma das maiores vozes no panorama atual da música portuguesa, vai prestigiar este espetáculo com a sua voz, com as suas palavras, com a coragem que pede a procura de um futuro melhor.
Em palco, serão sonhadas e traçadas novas rotas marítimas e terrestres para o coração uns dos outros. De mãos unidas, serão restituídos legados e, em conjunto, se trabalhará para que o futuro seja mais promissor, digno e justo.
SELMA UAMUSSE
Cantora moçambicana nascida em 1981, vive em Portugal desde 1988. Com dois álbuns lançados, Mati (2018) e Liwoningo (2020), a sua música promove harmonia e esperança por uma sociedade mais livre e harmoniosa. Engajada em causas sociais, produziu concertos como Por Aleppo e Mão Dada a Moçambique. É diretora do Festival Política, da organização não governamental Helpo e do movimento Mulheres pelo Clima. Escreve para publicações como Revista da Amnistia, Gerador e Brotéria.
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