CCB | Lost in Translation > ANDRÉ CARVALHO | 1 abril às 21h00 no Pequeno Auditório

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André Carvalho

Lost in Translation
CCB  1 de abril . sábado . 21h00 . Pequeno Auditório


Saxofone José Soares
Guitarra André Matos
Contrabaixo e composição André Carvalho
 
Descrito como uma viagem ao desconhecido com uma elevada dose de adrenalina, o ciclo Lost in Translation de André Carvalho deixa os ouvintes suspensos no tempo por a música mudar rapidamente entre momentos contemplativos e turbulentos, como se tratasse de uma mistura entre um Zen Koan com um quadro de Francis Bacon.

O trio, formado por José Soares (saxofone), André Matos (guitarra) e André Carvalho (contrabaixo e composição), apresenta o segundo tomo desde ciclo (que será lançado pela editora Clean Feed Records), depois do muito elogiado primeiro álbum editado em 2021 pela editora americana Outside in Music, apoiado pela Fundação GDA, Antena 2, Companhia de Actores e Teatro Municipal Amélia Rey Colaço.
 
 
André Carvalho

«Alguma vez quiseram dizer algo, mas não encontraram a palavra certa? Às vezes está mesmo na ponta da língua, mas, outras vezes, simplesmente não existe uma palavra… ou pelo menos, na nossa língua. Por mais fascinante que a língua portuguesa seja, sempre tive dificuldade em expressar certas ideias usando apenas uma palavra. E, mesmo que soubesse todo o léxico, tenho a certeza que teria exatamente o mesmo problema.

As palavras são uma invenção Humana tão incrível e, visto serem o fruto da necessidade, podem dizer tanto da cultura que a criou. Num mundo cada vez mais interligado, é curioso notar que, apesar de termos formas mais rápidas, fáceis e baratas de comunicar, continuamos a ter problemas em exprimir de forma clara o que queremos, simplesmente porque por vezes não temos as palavras certas.

Ao longo da minha vida, conheci muitas pessoas de outras culturas que me ensinaram palavras incríveis e únicas. Únicas por serem intraduzíveis. «Karelu» (palavra Tulu para a marca deixada na pele por usar algo que está apertado) ou «Mångata» (palavra Sueca para o reflexo da lua na água, quando este fica como uma estrada de luz) são dois excelentes exemplos.
Após refletir sobre a importância e a beleza destas pérolas intraduzíveis, senti necessidade de compor um ciclo de música que intitulei Lost in Translation. Acredito que ao aprendermos palavras, a nossa consciência torna-se mais sensível aos outros, tornamo-nos mais empáticos e o mundo torna-se mais rico. O mesmo acontece quando ouvimos música que não conhecemos. É por isso que Lost in Translation abraça o desconhecido, com uma forte componente improvisacional, tornando cada performance única.»

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