CCB | MUNDOS > programação janeiro a março > Temporada 2021/22

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Entre janeiro e março de 2022, o Centro Cultural de Belém apresenta cerca de cinco dezenas de espetáculos – da música erudita à contemporânea, passando pelo jazz, teatro, dança –, de conferências, exposições e atividades para as crianças.
 
A Propósito de Orfeu
 

Orfeu, uma das personagens mais marcantes da mitologia grega, tem sido fonte de inspiração a muitos artistas ao longo da história da música. Este nome dá o mote a duas propostas de grande destaque durante o mês de janeiro.
Serviu de inspiração ao compositor Philip Glass, de quem vamos apresentar a ópera Orphée (27 e 29 de janeiro). Uma coprodução com o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que conta com encenação do brasileiro Felipe Hirsch. A música será interpretada pela Orquestra Metropolitana de Lisboa, dirigida pelo maestro Pedro Neves. O elenco é 100% português e é composto por Carla Caramujo, Susana Gaspar, Luís Gomes, Marco Alves dos Santos, André Baleiro, Nuno Dias, Luís Rodrigues, Cátia Moreso e João Pedro Cabral.
Orfeu é também o mote do concerto da Orquestra Sinfónica Portuguesa (16 janeiro), composto por obras de Jacques Offenbach e Franz Liszt inspiradas no mito grego, que se cruzam com o Duplo Concerto para Violino e Violoncelo, do próprio Philip Glass. Direção musical de Antonio Pirolli.
 
Carta Branca a Jonathan Uliel Saldanha
 
 
Jonathan Uliel Saldanha, músico, artista visual, construtor sonoro e cénico, que investiga zonas de interceção entre a pré-linguagem, a alteridade, a ficção científica, o som enquanto vetor de contágio e a tensão entre o sintético e a paisagem, foi desafiado pelo CCB a desenvolver uma curadoria de uma série de concertos que envolvem música eletrónica, músicos do Uganda, Brasil, Haiti, entre outras propostas. Uma Carta Branca que nos revela novos Mundos.
O primeiro concerto desta Carta Branca (29 de janeiro) junta os HHY & The Kampala Unit, fundados por Jonathan Saldanha, à trompetista e ativista ugandesa Florence Lugemwa e ao percussionista congolês Sekelembele.
Este programa continua com o coletivo vocal Cobra’Coral (12 de março), com a cantora brasileira Virgínia Rodrigues (maio), acompanhada por um quarteto de mulheres contrabaixistas, com a instalação/concerto Libidinal Lake (julho), e ainda com atuações de músicos do Uganda – Arsenal – e Haiti – Chowk Bwa (agosto).
 
 
Gil Vicente e os 500 anos das Cortes de Júpiter
 
Em fevereiro, destacamos a criação do Laboratório de Ópera Portuguesa do CCB, em parceria com o Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical da Universidade Nova de Lisboa (CESEM) e a Academia Portuguesa de Artes Musicais (APARM). A primeira obra que sairá deste esforço conjunto será a ópera Cortes de Júpiter (5 e 6 de fevereiro), revelando facetas menos conhecidas de Gil Vicente. Desafiámos o encenador Ricardo Neves-Neves a adaptar esta tragicomédia. Para esta reconstrução, fomos ainda buscar ao mundo do jazz o compositor e pianista Filipe Raposo, que terá como missão dar uma estrutura de ópera à peça e à música de Gil Vicente.
Antes realizamos um Colóquio Internacional (4 de fevereiro) focado na importância musicológica de Gil Vicente, com direção científica de Manuel Pedro Ferreira e Luísa Cymbron (NOVA FCSH/CESEM).
Gil Vicente é também o mote para explorarmos todo um outro mundo de apropriações musicais, a começar pela própria Folia. É a partir deste género musical que se desenvolvem os programas apresentados pela Orquestra de Câmara Portuguesa (6 de fevereiro), Vasco Dantas Rocha (11 de fevereiro), e António Carrilho, Catherine Strynckx e Jenny Silvestre (25 de fevereiro), além de recuperarmos a Trilogia das Barcas de Gil Vicente, pelo Toy Ensemble (4 de março).
 
 
Peeping Tom e La Veronal
 
 
Neste trimestre, a programação do CCB dará atenção à dança mais interessante e atuante que se produz no mundo de hoje. As consagradas companhias europeias Peeping Tom e La Veronal serão responsáveis, em fevereiro, por dois dos principais espetáculos desta temporada.
Os Peeping Tom voltam ao CCB (2 e 3 de fevereiro) para apresentar Kind (Filho/a), terceira parte de uma trilogia dedicada à família.
Já os catalães La Veronal (11 e 12 de fevereiro), do coreógrafo Marcos Morau, estreiam-se em Lisboa com Pasionaria, espetáculo que propõe uma reflexão sobre a ideia de progresso que nos é imposta.
Também regressarão ao CCB nomes marcantes da história da dança em Portugal: a Companhia Olga Roriz com Insónia (13 e 14 de janeiro) e a Companhia Clara Andermatt com Pantera (19 e 20 de março).
Vamos ainda dar espaço de visibilidade e reconhecimento a artistas emergentes, através do festival Gaivotas <-> Belém (8 a 13 março), que resulta de uma união de esforços entre o CCB, a Rua das Gaivotas 6/Teatro Praga e O Espaço do Tempo. Bruna Carvalho e Luara Raio apresentarão as suas criações na Black Box do CCB, enquanto Joãozinho da Costa e Silvestre Correia apresentam-se na Rua das Gaivotas 6.
 
 
André e. Teodósio, mala voadora e Tónan Quito
 
 
No campo do teatro, em fevereiro a Black Box do CCB irá acolher dois monólogos. André e. Teodósio (10 a 13 de fevereiro), do Teatro Praga, apresenta INFO MANÍACO, uma criação conjunta com José Maria Vieira Mendes. Já a companhia mala voadora (18 a 20 de fevereiro) traz-nos inFausto, monólogo escrito por Alex Cassal para Jorge Andrade e que se sucede a Fausto, espetáculo concebido em 2018 para comemorar os 25 anos do CCB.
Já o ator e encenador Tónan Quito (4 e 5 de março) junta-se ao pianista Filipe Melo para uma adaptação do filme Ensaio de Orquestra, de Federico Fellini, com a participação da Orquestra de Jazz do Hot Club de Portugal.
 
 
Pensamento
 
 
Neste trimestre, começa o ciclo de conferências Diálogos de Estética (17 março a 27 outubro), com o apoio da Temporada Portugal-França 2022. Com curadoria e moderação do filósofo Jacinto Lageira, este ciclo reúne alguns dos nomes centrais do pensamento francófono. Jacques Rancière (17 março), uma referência nos campos da história, da política, da filosofia e da estética, será o primeiro orador destas conferências, que contarão ainda com Sandra Laugier, Catherine Larrère, Alain Caillé, Jean-Marie Schaeffer, Jean-Louis Cohen, Fabienne Brugère e Marie-José Mondzian.
Vamos ainda discutir a monumental obra Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust, no ciclo Formas de Ler (13 janeiro a 9 junho), de Helena Vasconcelos.
Já a historiadora Raquel Varela continuará as suas Conversas com História, neste trimestre com António Galopim de Carvalho (22 janeiro), Jorge Gaspar (5 fevereiro) e Ângela Ferreira (5 março).
 
 
Fábrica das Artes
 
 
Desde 2018 que a Fábrica das Artes do CCB lança o desafio a jovens artistas para que pensem e procurem caminhos de continuidade e mudança no trabalho de programação para todas as infâncias. Em 2022, esse trabalho será feito com os Sete Lágrimas no ciclo Sete, que envolve o espetáculo Lágrimas Sete (18 fevereiro), que junta o ensemble de Filipe Faria e Sérgio Peixoto a estes jovens criadores; uma formação para educadores, professores, artistas e mediadores culturais – Caminhos Sete (27 e 29 de janeiro) –; quatro concertos dados por um grupo de jovens músicos, inspirados no universo dos Sete Lágrimas – Concertos Portáteis Sete (24 fevereiro a 24 abril) –; e ainda um ciclo de conversas à volta do universo do grupo – Diálogos Sete (26 fevereiro e 20 março).
Além deste ciclo, a Fábrica das Artes acolhe a companhia Caótica (12 a 16 janeiro) com a estreia de PAOO Papalagui, onde se vai falar de propriedade privada, divisão social das tarefas, dinheiro, Internet e o papel do trabalho, mas também a associação UMCOLETIVO (15, 18 a 21 janeiro), de Cátia Terrinca, com O Cão que Vem de Tão-Tão Longe, inspirado na vida e música de Moondog, e ainda o coletivo Primeiros Sintomas (26 a 30 março), que propõe uma adaptação cénica de História de Babar, o Pequeno Elefante, de Jean de Brunhoff.
 
Garagem Sul
 
 
Continua patente na Garagem Sul, até 30 de janeiro, a exposição At Play: Arquitetura & Jogo, com curadoria de David Malaud e na qual se abordam temas tão variados como a infância e a educação, o planeamento urbano, o espaço público, a história, a arquitetura, a arte e a invenção. Esta exposição desdobra-se numa série de oficinas para as famílias e em visitas à exposição e à cidade.
Simultaneamente, pode ainda ser visitada até 30 de janeiro a exposição Fragmentos Arqueológicos da Arquitetura Portuguesa (1987-2006), com curadoria de André Tavares, que reúne um conjunto de maquetas que, após terem sido expostas no passado para representar obras de arquitetura, ficaram à guarda do CCB.
No dia 8 de março inaugura uma nova exposição na Garagem Sul, Rádio Antecâmara: Espaços Sonoros (8 março a 4 setembro), com curadoria de Alessia Allegri e Pedro Campos Costa. A componente central da exposição é um estúdio de gravação que vai acolher em residência a Rádio Antecâmara, uma rádio que emite programas de rádio sobre arquitetura, lutando por fazer da cidade um lugar heterogéneo de encontro e de descoberta.
 
 

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