CCB | REVOLUÇÕES > ciclo de conferências | em outubro com Jaime Nogueira Pinto, Bernardo Pires de Lima e Rui Tavares

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Revoluções

7, 14 e 28 out, 4, 11, 18 e 25 nov, 2 dez 2023

Sábados, 11h00

Sessões com interpretação em Língua Gestual Portuguesa

Programa:
7 outubro: Revolução Inglesa (entre 1640 e 1688), Jaime Nogueira Pinto
14 outubro: Revolução Americana (1776), Bernardo Pires de Lima
28 outubro: Revolução Francesa (1789), Rui Tavares
4 novembro: Revolução Russa (1917), Ana Isabel Xavier
11 novembro: Revolução Cubana (1953 -1959) Manuel Loff
18 novembro: China Popular: Da Longa Marcha à Revolução Cultural, Fernando Rosas
25 novembro: 25 de Abril (1974), Nuno Severiano Teixeira
2 dezembro: Primavera Árabe (2010), Orador(a) a confirmar

 
A História é feita de momentos de transformação. São estes momentos que ao longo da história da Humanidade promoveram mudanças políticas, económicas, sociais e culturais significativas. Vamos olhar para eles escolhendo apenas algumas revoluções, entendendo as suas causas e as suas consequências, para melhor compreendermos o passado e refletirmos sobre o futuro.

Ao delinearmos este ciclo escolhemos personalidades de diversas áreas da nossa sociedade para nos proporcionarem diferentes pontos de vista, ajudando-nos a compreender estes eventos históricos e impulsionando uma reflexão sobre as transformações sociais e humanas da sociedade dos dias de hoje.
 
 
7 outubro | Revolução Inglesa
Nesta conferência serão abordados os seguintes temas:
- Sentido do termo «revolução» como restauração da situação anterior.
- Os «direitos dos ingleses e os reis Stuart».
- A guerra civil.
- Religião e Política em Cromwell: Levellers e Diggers.
- A Restauração (1660).
- Jaime II, a crise de 1688-1689 e a «Gloriosa Revolução».
- A «via inglesa» para a Oligarquia.
- Comparação com a evolução política continental.
Jaime Nogueira Pinto
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14 outubro | A Revolução Americana
O fim da Guerra dos Sete Anos (1756-1763) levou à reconfiguração do sistema de alianças na Europa dos Impérios coloniais e mudou para sempre o destino da América, que se mobilizou para uma revolução política e ideológica, cujos efeitos ainda hoje são sentidos. Dos antecedentes da revolta antibritânica, ao primeiro Congresso Continental em Filadélfia, passando pela icónica Declaração de Independência de 1776, celebrada com vinho da Madeira, culminando no reconhecimento formal pelos britânicos em 1783, propomos uma viagem pelos primórdios do federalismo, pelos fundamentos da República e pelos pais fundadores dos Estados Unidos da América.
Bernardo Pires de Lima
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28 outubro | Revolução Francesa (1789)
Quando começaram as reuniões da Assembleia Constituinte, em Paris, 1789, um dos temas fulcrais foi o direito de veto do rei — defendido pela nobreza e recusado pelo povo. A partir de então, dá-se a divisão entre «direita e esquerda». Muito mais os distinguia além do mero direito de veto do rei: tratava-se de perspetivas divergentes em relação ao mundo e aos direitos humanos, uma visão plural das questões que abrangia desde o próprio exercício do poder até ao significado da História.
Era o início da Revolução Francesa e, mais do que isso, daquilo a podemos chamar hoje de modernidade política.
Rui Tavares
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4 novembro | Revolução Russa (1917)
1917 é um marco transformador para a história da então Rússia Imperial. Em fevereiro, o czar Nicolau II foi obrigado a abdicar, tornando-se o último Czar a governar, e a monarquia absoluta foi substituída por uma república do «Governo Provisório» de cunho liberal. A 25 de outubro (7 de novembro no calendário vigente), a Rússia ainda continuava empenhada na 1.ª Grande Guerra e o Partido Bolchevique, apoiado pelos partidos socialistas moderados, sobe ao poder e inicia a construção do primeiro Estado Comunista da História com a imposição de um governo socialista soviético. São estas datas em forma de cor (Branca e Vermelha) que constituem a Revolução Russa de 1917, com impactos para lá de qualquer paradigma ou liderança revolucionária da história do século XX. Mais de 100 anos depois, importa recordar os antecedentes e contexto desta Revolução e problematizar não só a formalização e apogeu da URSS, como a decadência do império soviético, que para Vladimir Putin constitui «a maior catástrofe geopolítica do século XX».
Ana Isabel Xavier
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18 novembro | China Popular: Da Longa Marcha à Revolução Cultural
A revolução socialista na China que instaura em 1949 a República Popular da China, tem 3 características que a individualizam historicamente. A primeira, é que foi a mais longa revolução do século XX: estende-se praticamente por toda a primeira metade do século passado numa sucessão de guerras civis e de guerras anti japonesas que culminam com a tomada do poder, em 1 de outubro de 1949, pelo Exército Popular de Libertação e o Partido Comunista Chinês (fundado em 1921). É esse processo que analisaremos sinteticamente na presente conferência. A segunda, reside na circunstância de ser a primeira revolução socialista que não parte dos centros urbanos, mas da revolta do campesinato, realizando a estratégia desde cedo defendida por Mao Tsé-Tung (mesmo contra a linha dominante do PCC) do «cerco das cidades pelos campos» e da «guerra popular prolongada». A terceira, resulta da decisiva influência política e militar que o sucesso dessa estratégia, em 1949, vai ter, após a II Guerra Mundial, nas guerras independentistas e anticoloniais que varrem as colónias francesas, holandesas e inglesas do extremo Oriente e do sudoeste asiático (Indochina, Indonésia, Malásia, etc.) na primeira vaga de descolonização após o conflito mundial. Essa originalidade da revolução na China marcará mais tarde, no início dos anos 60, o cisma estratégico sino-soviético e do movimento comunista internacional. Mas mais do que isso condiciona o debate interno no PCC cobre a estratégia de construção do socialismo no decurso do qual se repetem as iniciativas (por vezes desastrosas) de Mao Tsé-Tung retificar o rumo considerado burocrático, elitista e de influência soviética da construção económica e política da China Popular conduzida pela maioria da direção do PCC. O que culminará na Revolução Cultural desencadeada pelo líder histórico do PCC em 1966, uma verdadeira guerra civil que varre a China e culminará, já após a morte de Mao, com a derrota dos seus seguidores.
Fernando Rosas
Professor Catedrático Jubilado e Professor Emérito da FCSH/NOVA
Investigador do IHC/NOVA

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