CCB PROGRAMAÇÃO ABRIL A JUNHO

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Os modos dos mundos
 
Crystal Pite, Teatro Praga, Marlene Monteiro Freitas, Miguel Loureiro, Hermeto Pascoal, Virgínia Rodrigues entre muitos outros
Os próximos meses no CCB marcam a plenitude da retoma da atividade cultural, agora que a pandemia parece ter, finalmente, dado tréguas. A programação continua seguir o mote Mundos, criado para a temporada 2021/2022, aberta às diferentes formas de entender o mundo.


A programação de abril a junho é marcada por uma continuada aposta na dança e na apresentação de obras de grandes coreógrafos contemporâneos no Grande Auditório. É o caso de Revisor (29 e 30 abril), criação da canadiana Crystal Pite com o dramaturgo Jonathon Young e a companhia Kidd Pivot, um híbrido de dança e teatro que foi descrito pelo jornal The Guardian como «fascinante, tanto pela articulação inventiva dos corpos individuais quanto pela dinâmica afinada do elenco». O alemão Moritz Ostruschnjak regressa ao CCB com YESTER:NOW (8 e 9 abril), que aborda temáticas como a propaganda e a violência a partir da ubiquidade da cultura pop. Já a grega Kat Válastur apresenta Eye, Lash! (20 e 21 maio), no qual a coreógrafa e performer irá encarnar vários arquétipos e personas femininas.
 
Neste trimestre, retomamos ainda o ciclo HOTSPOT: Solos Internacionais de Dança com espetáculos de dois ícones da dança contemporânea atual que têm influenciado de uma forma marcante a paisagem da dança internacional na última década – Jefta van Dinther com On Earth I’m Done: Mountains (24 e 25 junho) e Marlene Monteiro Freitas com Guintche (25 e 26 de junho).

No teatro, há uma nova criação de Miguel Loureiro – BOOM! (8, 9 e 10 abril) – versão integral da peça The Milk Train Doesn’t Stop Here Anymore, de Tennessee Williams. Um espetáculo sobre a redenção, o erotismo, o misticismo, a doença e o fim dos caminhos. Há ainda uma grande aposta na nova obra do Teatro Praga, em parceria com a Orquestra Sinfónica Metropolitana – A Sagração da Primavera (17 e 18 de junho). Entendendo-se esta obra como um marco na história das artes performativas, e tendo em conta o seu peso simbólico, A Sagração da Primavera do Teatro Praga segue a vontade de trazer história para o palco e entender como ela reverbera na contemporaneidade.
 
Na música erudita, mantêm-se as parcerias com a Metropolitana e o Teatro Nacional de São Carlos, que trazem diferentes mundos culturais para o palco do CCB. Na Páscoa, a Orquestra Metropolitana de Lisboa apresenta o Concerto da Paixão (14 abril). A representação do sofrimento de Cristo na Cruz é assumida neste concerto por três compositores temporalmente distantes entre si: Joseph Haydn (1732-1809), Johannes Brahms (1833-1897) e Frank Martin (1890-1974). Iremos ainda ouvir uma das mais amadas obras de Brahms – Um Requiem Alemão (24 abril) – pelo Coro do Teatro Nacional de São Carlos e pela Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP). A OSP irá ainda dedicar todo um concerto à obra de Luís de Freitas Branco (8 maio).
 
A música de câmara terá um especial destaque com recitais de Raquel Cravino e Cristiano Holtz (1 abril); Ensemble Pulcinella (3 abril); Folefest Ensemble (22 abril); Ophélie Gaillard e o Quarteto Tejo (29 abril); Jill Lawson (6 maio); Marta Menezes (13 maio); Tatiana Samouil e Frank Braley (15 maio).

Mantemos a parceria com o Museu do Fado, através do ciclo Há Fado no Cais, com concertos dos fadistas Jonas (22 abril), Gisela João (13 maio) e Vânia Duarte (9 junho). Todos estes concertos realizam-se não só presencialmente como serão transmitidos na plataforma da BOL, numa continuada aposta no mundo digital.
 
Continuamos com o ciclo de conferências Políticas da Estética: O Futuro do Sensível, que traz ao CCB alguns dos mais marcantes pensadores contemporâneos, conectando a estética, a política e a reflexão ecológica, neste trimestre com palestras de Sandra Laugier (21 abril), Catherine Larrère (12 maio), Alain Caillé (26 maio) e Jean-Marie Schaeffer (23 junho).


Entre abril e maio propomos ainda o ciclo de conferências Visualidades Negras, durante o qual se irá pensar sobre as questões de representação numa ótica de descolonização. Com a participação da antropóloga brasileira Heloisa Pires Lima (6 abril), do cineasta norte-americano Billy Woodberry (13 abril), da professora norte-americana Deborah Willis (27 abril), do curador canadiano Kenneth Montague (4 maio) e da professora norte-americana Ruth Wilson Gilmore (18 maio).
 
A Garagem Sul vai manter um programa de exposições intenso. Sound it. Rádio Antecâmara, com curadoria de Alessia Allegri e Pedro Campos Costa e instalação sonora de João Galante, abre novas perspetivas sobre o ambiente construído, questionando e expandindo o seu sentido. É por meio de diálogos entre arquitetos, artistas, designers, e nas conversas com poetas ou paisagistas, entre os interlúdios feitos de sons e de música, que a Rádio Antecâmara observa mais de perto a nossa contemporaneidade. Já a exposição Os Novos Novos, com curadoria de André Tavares, destaca o trabalho de cinco ateliers de arquitetos portugueses — rar.studio, fala, Diogo Aguiar Studio, Ponto Atelier, Barão-Hutter — que constroem um retrato das preocupações, objetivos e processos de trabalho de hoje, naturalmente diferentes de outros arquitetos e arquiteturas que precederam o nosso tempo.
 
A atenção à infância na Fábrica das Artes será uma constante, com a apresentação de espetáculos internacionais – Loo (28, 29 e 30 abril) da companhia catalã Ponten Pie e 9 (3, 4 e 5 junho) da companhia canadiana Cas Public e do teatro belga Kopergietery –, mas também com o encerramento do ciclo Sete / Novos Criadores das Infâncias e ainda a estreia de um novo espetáculo de Margarida Mestre e Rui Ferreira, Balada das vinte meninas friorentas, que parte de um poema com o mesmo nome de Matilde Rosa Araújo.
 
E, cereja no topo do bolo, destaque para a presença da música brasileira com o extraordinário Hermeto Pascoal e o seu Grupo (3 junho) e a figura singular que é Virgínia Rodrigues (14 maio), esta última integrada na continuação da Carta Branca a Jonathan Uliel Saldanha.
 
Portanto, presenças muito fortes nas áreas da música, do teatro, da dança, do pensamento e da reflexão, da arquitetura e da bolsa criativa para a infância.
 

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