GAIVOTAS

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Joãozinho da Costa  > “Fidjo di Tchon”
Rua das Gaivotas 6 /  8 e 9 março / Ter e Qua / 20h00
 
Bruna Carvalho > “Penumbra”
Black Box do CCB /  9 e 10 março / Qua e Qui / 21h00
 
Silvestre Correia > “Filme”
Rua das Gaivotas 6 /  11 e 12 março / Sex e Sáb / 20h00
 
Luara Raio > “APOCALYPSO”
Black Box do CCB /  12 e 13 março / Sáb, 19h00 / Dom, 16h00
 
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Gaivotas <-> Belém é uma mostra de artes performativas que acontecerá na Rua das Gaivotas 6 e no Centro Cultural de Belém, de 8 a 13 de março de 2022. Resulta de uma união de esforços entre o Teatro Praga, O Espaço do Tempo e o Centro Cultural de Belém, no sentido de oferecer condições e espaços de visibilidade e de reconhecimento a artistas emergentes da cena contemporânea portuguesa. Esta primeira edição, com programação e coordenação de Rui Horta e Pedro Barreiro, contará com estreias de espetáculos de Bruna Carvalho, Joãozinho da Costa, Luara Raio e Silvestre Correia.
 
 
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Juntam-se em março, nas vésperas do início da primavera, três instituições com naturezas, missões e dimensões muito diferentes. Este encontro, ao qual chamámos Gaivotas <-> Belém, resulta de um acordo no qual decidimos que essas diferenças, em vez de pretexto para afastamento, seriam motor para a criação conjunta e potenciação mútua de um evento, no qual seriam coproduzidos espetáculos de quatro artistas emergentes da cena contemporânea portuguesa, apresentados em estreia na Rua das Gaivotas 6 e no Centro Cultural de Belém.
Em Gaivotas <-> Belém temos, por um lado, o CCB, uma das instituições culturais em Portugal de maior dimensão e recursos financeiros, que tem habituado o seu público a uma programação eclética, internacional e de diferentes escalas. Por outro lado, temos um projeto do Teatro Praga, a Rua das Gaivotas 6, que tem assumido um papel preponderante na cena artística independente lisboeta, operando sobretudo no acolhimento, no apoio e na apresentação de artistas emergentes, privilegiando abordagens experimentais e divergentes. Temos ainda O Espaço do Tempo, centro de residências e incubadora de criação artística, lugar transversal à maioria dos artistas da cena contemporânea nacional nos últimos 20 anos e que, em Gaivotas <-> Belém, acolhe a preparação da maioria dos trabalhos apresentados e funciona como elo de ligação entre a dinâmica independente e tendencialmente experimental da Rua das Gaivotas 6 e a referência institucional e de grande visibilidade que é o CCB.
Acreditamos que devemos prestar toda a atenção aos artistas que fazem parte desta primeira edição do Gaivotas <-> Belém e que foram escolhidos pela singularidade das suas operações de composição, pelo rigor com que tratam os materiais que dão forma aos seus espetáculos e pelas suas personalidades artísticas altamente diferenciadas, representando a mais rica diversidade que constitui o tecido de criação emergente das artes performativas em Portugal.
Gaivotas <-> Belém é um tomar de pulso ao nosso tecido criativo emergente, estabelece pontes improváveis entre diferentes instituições e abre um olhar sobre alguma da criação artística mais jovem e pertinente.
 
Delfim Sardo, Pedro Barreiro e Rui Horta
 
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Joãozinho da Costa
Fidjo di Tchon
 
8 e 9 março, ter e qua, 20h00
Rua das Gaivotas 6
 
Criação Joãozinho da Costa
Interpretes Luis Mucauro, Rolaisa Embaló, Joãozinho da Costa
Dramaturgia Madiu Furtado
Apoio à Dramaturgia Rui Catalão
Luzes João Chicó
Produção Gonçalo Rocha
Coprodução Câmara Municipal da Moita - CEA
Apoios Fundação Calouste Gulbenkian, Rua das Gaivotas 6, Self-Mistake
 
Crítica à conduta das sociedades em relação ao lixo que elas acumulam e aos comportamentos inconscientes dos cidadãos, a peça é construída a partir da chegada a Bissau de um guineense que mora na Europa. Essa personagem está de regresso ao seu país de origem após 18 anos, desejoso por conhecer e redescobrir todos os lugares. Num cenário que simula os lixos espalhados pelas ruas de Bandim, com roupas compondo a acumulação, ele surge a entregar o seu lixo a um grande amigo de infância, uma vez que não existem caixotes. É por meio desse ato, uma tentativa de se ilibar da responsabilidade pelo lixo que se vai amontoando, que surge a história da rapariga do chapéu, jovem que alimenta o sonho de viajar para Portugal e encontrar no país a felicidade. FIDJO DI TCHON invoca no palco os corpos em movimento que tomam a forma de pincéis e pintam com as suas danças as telas em branco, tendo como fundo musical melodias guineenses e projeções de vídeos e imagens das ruas de Guiné-Bissau.
 
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Bruna Carvalho
Penumbra
 
9 e 10 março, qua e qui, 21h00
Black Box do CCB
 
Criação e Interpretação Bruna Carvalho
Música Bruna Carvalho
Desenho de Luz Zeca Iglésias, Bruna Carvalho
Direção Técnica Zeca Iglésias
Cenário Bruna Carvalho
Produção Bruna Carvalho
Apoio Textual Rita Bernardes, Fernando Figueiredo
Imagens Zeca Iglésias, José Presumido
Vídeo Rui Graça
Comunicação Eduardo Hall
Apoios BLX-Biblioteca de Marvila, Centro de Experimentação Artística-Município da Moita, Devir-Capa, Eira, Fundação Centro Cultural de Belém, Forum Dança, Musibéria, O Espaço do Tempo, Rua das Gaivotas 6, Teatro do Noroeste-Centro Dramático de Viana
 
Penumbra é uma composição a solo que explora a cristalização de imagens no plano da luz e sombra puras. Nela questiona-se o que construir a partir da impossibilidade em observar e escutar o corpo na sua totalidade enquanto elemento externo e de que forma é possível trabalhar o potencial da luz na nossa perceção do mundo.
Num processo de trabalho coreográfico, de sonoplastia e de desenho de luz sem relação hierárquica, a luz opera como um mote para sequências figurativas, inscrevendo o movimento do corpo numa relação perene com a sombra, que propõe uma poética conjunta do que propriamente não se define ou fecha por natureza, apenas se figura ou projeta entre luz e sombra: Penumbra.
 
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Silvestre Correia
Filme
11 e 12 março, sex e sáb, 20h00
Rua das Gaivotas 6
 
Criação Silvestre Correia
Com Silvestre Correia
Assistência Carolina Dominguez
Registo Vídeo Francisco Carvalho
 
Filme procura o encontro da ferramenta teatral com a do cinema.
Trata-se de um ato performativo que se duplica e cujas partes jogam entre si numa constante luta pelo incerto. Em Filme, encontramos uma cadeira solitária e nela um indivíduo (igualmente solitário) que observa o que ditará as suas futuras ações. Uma tempestade de imagens e sons que transportarão o espectador para um universo que outrora não existia. Um presente em constante construção ao procurar alcançar algo inatingível: o Belo, um ser divino que se esconde e pouco se mostra.
 
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Luara Raio
APOCALYPSO
 
12 e 13 março, sáb às 19h00, dom às 16h00
Black Box do CCB
 
Conceção e dramaturgia Luara Raio
Coreografia e performance Luara Raio e Acauã El Bandide Sereia
Cenografia e figurinos Luara Raio e Anat Bosak
Desenho de luz Luisa L’Abbate
Residências artísticas Honolulu Residency (Nantes, França), Criatório – Circolando (Porto, Portugal), ICI—CCN (Montpellier, Frana), Forum Dança (Lisboa, Portugal)
Apoios ICI—CCN, Circolando, Centro Cultural de Belém, Rua das Gaivotas 6, O Espaço do Tempo
 
Aqui neste espaço onde nos encontramos as paredes amolecem-se. Elas estão húmidas e começam a suar um líquido cheio de feromonas que nos sinalizam calma e prazer. Começamos também a transpirar de leve, e os nossos orifícios lubrificam-se relaxados. Boto o meu dedo indicador na boca, e com a saliva que recolho desenho no chão uma encruzilhada. O rastro molhado começa a acender-se, enquanto o interior desses caminhos escurece. Estamos no meio da encruzilhada, e as quatro direções à nossa volta espiralam, planam, explodem, replicam-se.
Seguimos todos os caminhos ao mesmo tempo.
A palavra apocalipse vem do grego APO – tirar, e KALUMA – véu, significando literalmente DESVELAR. DES-VER. VELAR. Pensamos APOCALYPSO como uma possibilidade de retirar os véus que cobrem construções invisíveis do mundo colonial enquanto uma maneira de destruí-lo. Essa destruição surge numa encruzilhada sensitiva que ativa o corpo como lugar cartográfico de atravessamento, onde performatividade, espiritualidade, ficção e feitiço se cruzam e turvam os seus limites.
Apocalypso é um duo conceptualizado e dirigido por Luara Raio, interpretado e cocriado com a bailarina e coreógrafa brasileira Acauã El Bandide Sereia. A cenografia é de autoria da artista, performer e cenógrafa Anat Bosak e a iluminação assinada pela performer e iluminadora Luisa Labatte. O processo criativo teve início em dezembro de 2021 no ICI-CCN – Centro Coreográfico Internacional de Montpellier no contexto do Master exerce.
Após o espetáculo, realizar-se-á uma conversa sobre a primeira edição do festival Gaivotas <-> Belém.

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