Marlene Monteiro Freitas e Jefta van Dinther em HOTSPOT: Solos Internacionais de Dança > 24/25 e 25/26 de junho
Jefta van Dinther e Marlene Monteiro Freitas
HOTSPOT: Solos Internacionais de Dança
CCB . 24/25 e 25/26 junho . Palco do Grande Auditório e Pequeno AuditórioJefta van Dinther e Marlene Monteiro Freitas não são principiantes, mas é na constante reinvenção das suas linguagens que residem as suas maiores virtudes. Dois ícones da dança contemporânea atual, o seu trabalho não poderia ser mais diferente entre si (e no entanto tão estranhamente ligado).
Nesta segunda edição do ciclo HOTSPOT, navegamos entre coreógrafos da mesma geração e que têm influenciado de uma forma marcante a paisagem da dança internacional na última década. Corpos autênticos, ambos nos levam por mantras repetitivos em diálogo com uma matriz terrena, arcaica e fundadora.
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Cullberg/Jefta van Dinther
On Earth I’m Done: Mountains
CCB . 24 e 25 junho . sexta: 21h00 e sábado: 19h00 . Palco do Grande Auditório
Coreografia Jefta van Dinther
Intérprete Marco da Silva Ferreira*
Criado com Suelem de Oliveira da Silva
Desenho de som David Kiers
Cenário Numen/For Use
Desenho de luz Jonatan Winbo
Produzido por Cullberg
Coprodução PACT Zollverein Essen, Freiburg Theater and Vitlycke – Centre for Performing Arts
Estreia mundial no Dansens Hus, Estocolmo, a 20 de maio de 2021.
* Bailarino convidado
On Earth I’m Done: Mountains, realizado para a companhia sueca Cullberg, é o novo solo de Jefta van Dinther, que é habitualmente alternado na interpretação por dois bailarinos desta companhia e pelo intérprete/coreógrafo Marco da Silva Ferreira. Será, justamente, na interpretação de Marco da Silva Ferreira que esta obra será descoberta no CCB.
Jefta van Dinther é um coreógrafo que quase sempre dialoga com interessantíssimos mecanismos cénicos, cabos, roldanas, telas e, neste caso, uma enorme faixa de tecido que, inexoravelmente, é puxada para cima, como uma montanha que se eleva para um céu redentor, o que define e condiciona toda a composição coreográfica.
Obra profunda, a um tempo crua e sofisticada, convoca o espectador para um estado encantatório, uma alteração inesperada da relação espaço e tempo. Uma obra que opera no simbolismo espiritual de uma montanha e na relação que estabelece com um corpo arcaico e uma voz, omnipresente, neste caso do próprio intérprete. Uma obra que questiona a relação natura-cultura, sobre o que é existir e cuidar do planeta, uma interpelação a cada um de nós. Uma ampulheta virada ao contrário onde se inscreve um corpo, que exalta a inteligência da natureza e nos oferece uma viagem interior.
Rui Horta
TEASER
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Guintche
Marlene Monteiro Freitas
CCB . 25 e 26 junho . sábado: 21h00 e domingo: 19h00 . Pequeno Auditório
Coreografia e interpretação Marlene Monteiro Freitas
Música Henri «Cookie» Lesguiller e Simon Lacouture (baterias),
Johannes Krieger (trompete) a partir de Rotcha Scribida de Amândio Cabral,
Otomo Yoshihide (excerto de solo de guitarra), Anatol Waschke (estilhaços)
Som Tiago Cerqueira
Luz Yannick Fouassier
Espaço Yannick Fouassier e Marlene Monteiro Freitas
Figurinos Marlene Monteiro Freitas
Produção P.OR.K – Soraia Gonçalves, Joana Costa Santos (Lisboa, Portugal)
Distribuição Key Performance (Estocolmo, Suécia)
Coprodução ZDB-Negócio (Lisboa, Portugal)
Guintche é uma peça histórica no percurso de Marlene Monteiro Freitas. Depois de várias obras num contexto de enorme criatividade e precariedade, tudo o que estava para trás se condensou finalmente em Guinche, tal como tudo o que veio depois repousa igualmente em Guinche, nome crioulo de um pássaro, mas igualmente designação de prostituta, um solo selvagem que leva a intérprete à exaustão. África omnipresente nas percussões intermináveis e no movimento repetitivo nos limites do corpo. O excesso constante da expressão do rosto convoca em nós um espanto e uma estranheza que nos une a um corpo fundador e matricial, mas nunca domesticado, sempre urgente.
As ancas de Marlene não descansam, os seus olhos também não. Como diz Marlene Monteiro Freitas, é um ato de presente, do momento, no traço, na performance, isso tudo é Guintche, um nome também dado a alguém que vive apenas o presente sem estar agarrado a um passado ou preocupado com um futuro. E esse momento é o momento da obra face ao público, um fractal, uma enorme e generosa dádiva que nos une à intérprete, nessa e nas obras seguintes. Muito do que hoje identificamos como o mundo da coreógrafa está presente em Guintche e, por isso, faz todo o sentido que Marlene o tenha remontado, desta vez com a natural contribuição de Cookie, o seu colaborador musical de mais de uma década.
Rui Horta
TEASER
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Contamos com a vossa colaboração na divulgação destes solos de dois coreógrafos da mesma geração, que têm influenciado de uma forma marcante a paisagem da dança internacional na última década.
Um abraço e até breve.
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