O Duelo
CCB . 25 e 26 novembro . quinta e sexta . Palco do Grande Auditório dia 25 às 21h00 e dia 26 às 19h00 e 21h00
FICHA TÉCNICA
Autor Heinrich von Kleist
Tradução e dramaturgia Maria Filomena Molder
Direção cénica Carlos Pimenta
Interpretação Miguel Loureiro
Cenografia Carlos Pimenta e João Pedro Fonseca
Vídeo João Pedro Fonseca
Desenho de luz Rui Monteiro
A propósito da novela O Duelo (1811), de Heinrich von Kleist, que traduziu e agora adaptou para a encenação de Carlos Pimenta, diz Maria Filomena Molder: «Nem clássico nem romântico, Kleist é o primeiro moderno entre os poetas alemães.» Um dos autores prediletos de Kafka, mas renegado por Goethe e Hegel, que repudiavam o seu «teatro invisível», Kleist criou uma obra em desajuste com a sua época e as suas leis. História romântica de recorte policial passada no fim do século XIV, em O Duelo a honra e a sinceridade do triângulo de protagonistas parecem decidir-se no confronto que lhe dá título, onde será o juízo de Deus a conceder o triunfo à espada que defenda a verdade. Mas nada é o que parece, nem Deus é tão preciso como seria de esperar. Peça sobre o cálculo e o acaso, o fracasso e o sucesso, é regida pela vertigem de uma justiça poética e conduzida pela voz e corpo do ator Miguel Loureiro.
Muito seguramente a última novela escrita por Kleist, O Duelo é inspirado pelas Chroniques de France de Froissart. Apesar de nos ser lembrado que estamos «nos finais do século catorze», e de toda a acção se desenrolar segundo os pesos e medidas políticas, sociais e religiosas da Baixa Idade Média, o nosso ouvido moderno surpreende dissonâncias e harmónicos intempestivos. A composição fulgurante e concisa do desenrolar dos acontecimentos traça figurações enigmáticas de uma geometria não euclidiana.
Maria Filomena Molder
A autora escreve segundo o antigo Acordo Ortográfico
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