Políticas da Estética: O Futuro do Sensível

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Curadoria e Moderação Jacinto Lageira
Evento organizado no âmbito da Temporada Portugal-França 2022
 
Alain Caillé, Catherine Larrère, Emanuele Coccia,
Fabienne Brugère, Jacques Rancière, Jean-Marie Schaeffer,
Marie-José Mondzain, Sandra Laugier
 
 
CCB . 17 março a 27 outubro . 18h30 . Centro de Congressos e Reuniões
Programa:
 
17 março: Jacques Rancière
Arte e Política: a travessia das fronteiras
 
21 abril: Sandra Laugier
Democracia do sensível e cultura popular
 
12 maio: Catherine Larrère
Será que existe uma estética da natureza?
 
26 maio: Alain Caillé
Para além do pensamento crítico crítico.
Paradigma do dom e Convivialismo
 
23 junho: Jean-Marie Schaeffer
Epifanias estéticas
 
22 setembro: Fabienne Brugère
As Novas Lealdades Tecnológicas
 
13 outubro: Emanuele Coccia
 
27 outubro: Marie-José Mondzain
 
 
Nestes tempos conturbados, devido às grandes dificuldades morais, físicas, materiais, relacionadas com a situação pandémica mundial, assistimos igualmente no campo intelectual a duas grandes tendências que se ignoram mutuamente e que muitas vezes se opõem pela negativa: uma profusão de publicações e de reflexões com o foco na situação atual e nos diferentes alertas que esta coloca ou que pode levar a colocar no que diz respeito à restruturação total em todos os domínios que tínhamos por adquiridos; a continuação de pesquisas que, sem evitar as problemáticas imediatas, consideram que é preferível contribuir para a preparação do terreno teórico e prático que nomeamos, de modo impreciso mas legítimo, o «mundo futuro». De facto, estas duas tendências articulam-se e não se podem excluir mutuamente, seja qual forem os campos de reflexão e de concretização. De entre eles, o mundo das artes foi fortemente atingido (cancelamentos, encerramentos, reagendamentos), mas ainda mais o foi o campo da estética, da aisthesis, do sensível. Dos mais simples atos do quotidiano às complexidades teóricas, a nossa sensibilidade pessoal e inter-humana, tal como o nosso relacionamento com o mundo sensível em que evoluímos e no qual vivemos, sentimos, existimos, suscita reações que se inscrevem também elas numa restruturação própria à atualidade e a um futuro mais ou menos próximo.
 
É a este modo estético da nossa relação com o mundo, com os vivos, com os outros – que toma inúmeras formas, entre as quais a arte, mas não só – que desejamos consagrar uma série de conferências que, sem cobrirem todos os aspetos dos diferentes domínios do conhecimento, pretenderiam revelar algumas pistas e desvendar possíveis perspetivas. Como pensar o sensível e a estética nestes tempos mais ou menos breves, distendidos, angustiantes ou promissores? Quais podem ser as suas finalidades, projetos, incógnitas? A própria estética tem capacidade para dar um contributo decisivo aos acontecimentos do presente e aos que poderão vir a ocorrer? As transformações radicais do que se entendia ou entende por aisthesis não deveriam acompanhar as mudanças consideráveis das nossas sociedades e, mais amplamente, das pessoas? 

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