SOBRE OS SENTIMENTOS > ciclo de conferências de António de Castro Caeiro | 3 de outubro a 26 de junho às 19h00 na Sala Sophia de Mello

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Exceto as sessões de 3 de outubro, que se realizará na Sala Amália Rodrigues, e de 31 de outubro,
que se realizará na Sala Almada Negreiros
 
 
Que dias há que n'alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei porquê.
Camões
 
Um sentimento nasce, cresce e morre. Qual é o sentido do sentimento? Um sentimento faz-se sentir. Afeta-nos a partir do que quer que seja. É por uma pessoa, por uma circunstância no mundo. É pela situação em que cada um de nós se encontra. Alegramo-nos. Entristecemo-nos. Um sentimento, porém, não se faz apenas sentir. Não causa apenas impressões que nos deixa em tais estados. Um sentimento dá-nos a compreender como é connosco. Nenhum sentimento como nenhum amor é cego. Faz ver. Admite as mais variadas interpretações, tanto por intérpretes consagrados, como pelos protagonistas das nossas vidas: nós próprios.

Propomos, assim, reconstituir o que nos acontece quando sentimos. Começamos pelo espanto inaugural que nos faz sair do habitual normal. Passamos às experiências que desde sempre e a toda a hora fazemos, do desejo e da ira. A seguir, perguntamos de onde nos chegam as saudades do passado vivido e do que nunca vivemos, e por que motivo pode haver tanta melancolia. Mas queríamos, também, tentar aproximar-nos do sublime, da ânsia de liberdade, da possibilidade de sermos suscetíveis de amor e da esperança como o «possibilitante», sobretudo em tempos de descontentamento.
 

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