TIME STANDS STILL > Nuno Côrte-Real com Ensemble Darcos & Eduarda Melo | 6 MARÇO ÀS 17H00 NO PEQUENO AUDITÓRIO

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TIME STANDS STILL

Nuno Côrte-Real com Ensemble Darcos & Eduarda Melo

CCB . 6 março . domingo . 17h00 . Pequeno Auditório

 
Programa:
Maurice Ravel (1875 – 1937) Introdução e Allegro (septeto com harpa)
 
John Dowland (1563 – 1626) / Nuno Côrte-Real (n.1971) Time Stands Still
1. Mr. Sérgio Azevedo's Prelude
2. «Come again! sweet Love doth now invite»
3. Mr. António Pinho Vargas Pavan
4. «Flow, my tears»
5. Mr. Artur Ribeiro's Air
6. «Awake, sweet love»
7. Mr. Mats Lidstrom his Fantasia
8. «I saw my lady weep»
9. Sir Christopher Bochmann his atonal transition
10. «Shall I sue»
11. Mr. Eurico Carrapatoso's Fugue
12. «Weep you no more, sad fountains»
13. Lady Maria João's Improvisation
14. «Time stands still»
15. «I Know not what tomorrow will bring»
(Fernando Pessoa's last written words on the day of his death)
 
Música e direção musical Nuno Côrte-Real
Soprano Eduarda Melo
 
Ensemble Darcos
Flauta Marina Camponês
Clarinete Bruno Graça
I Violino José Pereira
II Violino Paula Carneiro
Viola Reyes Gallardo
Violoncelo Carolina Matos
Contrabaixo Duncan Fox
Harpa Carolina Coimbra
Percussão Marco Fernandes
Percussão Cristiano Rios
Piano Hélder Marques
 
 
Time Stands Still é uma revisitação moderna, de Nuno Côrte-Real, das canções para alaúde do compositor inglês John Dowland. Nesta versão, as canções são cantadas por Eduarda Melo, e intercaladas com obras originais de Côrte-Real em jeito de homenagem a artistas que o compositor admira. 

Time Stands Still, título de uma das canções de John Dowland (1563-1626) – importante compositor e músico inglês, contemporâneo de Shakespeare –faz-nos refletir sobre a recente pandemia que assolou o mundo obrigando-o a parar – o tempo parou. E, as últimas palavras de Fernando Pessoa, no dia da sua morte («I know not what tomorrow will bring»), falam-nos sobre a incerteza de não saber o que o amanhã nos trará, à semelhança da insegurança em que vivemos, não sabendo o futuro, não sabendo quando voltaremos a conseguir fazer previsões e quando voltamos a controlar o dia de amanhã. 

As Lute Songs (canções de alaúde) de John Dowland são verdadeiros tesouros musicais. Não possuem, é certo, a grandiosidade sinfónica, nem o dramatismo operático, nem são religiosas ou diabólicas, nem tão pouco exibem complexidade na escrita e na forma. É na sublime intimidade espiritual que reside a sua maior virtude. São canções que manifestam o paradoxo e a melancolia, tão típicas do período Isabelino inglês, e que oferecem um lirismo delicado, nunca deixando o ouvinte entediado. O paradoxo vem da mestria com que Dowland canta, por exemplo, o pranto de um desgosto de amor, revelando ao mesmo tempo a beleza que reside na tristeza desse desgosto (I saw my lady weep); a melancolia, que naquela época estava em moda, percorre, com mais ou menos intensidade, todas as suas maravilhosas canções.

Apesar de já estarmos longe desse período da História, há, porém, uma certa melancolia nas entrelinhas do nosso tempo que tornam estas canções vivíssimas. Assim como o paradoxo (ou a contradição) que vivemos hoje em dia – está em todo o lado, em todos os cantos, na essência da vida que levamos, feroz, violento – faz com que os sentimentos contidos naquelas pequenas e íntimas canções se elevem e se tornem ensurdecedores aos nossos ouvidos. Time Stands Still é o perfeito epíteto para uma filosofia do tempo e da vida que urge debater e construir, com todo o nosso ímpeto e todo o nosso espírito.

Entrelaçadas com as canções do mestre inglês, são também incluídas pequenas peças com música original de Nuno Côrte-Real, criando uma ponte entre a época de John Dowland e os nossos dias. 
 
TIME STANDS STILL PROMO VIDEO

Contamos com a vossa colaboração na divulgação de Time Stands Still, uma revisitação moderna da belíssima música para voz e alaúde de John Dowland, numa fusão de algumas das mais delicadas melodias da Alta Renascença e a fascinante e envolvente criação contemporânea de Nuno Côrte-Real, numa nova edição fonográfica assinada por intérpretes de referência.
 

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