Variações sobre A Folia > Bach, Berio e Salieri pela Orquestra de Câmara Portuguesa
Variações sobre A Folia
Orquestra de Câmara Portuguesa
Direção musical Pedro Carneiro
Maestro assistente Henrique Constância
Soprano Eduarda Melo
Barítono Hugo Oliveira
Violino solo (Salieri) Pedro Lopes
CCB . 6 fevereiro . domingo . 17h00 . Grande Auditório
Programa:
J. S. Bach Cantata dos Camponeses, BWV 212
Luciano Berio Folk Songs
Antonio Salieri 26 Variações sobre La Folia
«Tenho um sonho utópico, embora saiba que não pode ser realizado: gostaria de criar uma unidade entre a música folclórica e a nossa música – um canal real, percetível e compreensível entre o fazer musical antigo e popular, tão próximo do trabalho cotidiano e da música»
— Luciano Berio
Os famosos acordes da folia nasceram a partir da música folclórica do final do século XV em Portugal, onde era usado em festas populares. Esta folia (aludindo à forma frenética como os camponeses giravam ao som da música) foi descrita por Covarrubias como barulhenta, fogosa e capaz de despertar voluptuosidade. A folia seguiu assim caminho por Espanha e todo o Mediterrâneo, chegando a Bach e em particular nesta cantata Mer hahn en neue Oberkeet, «Nós temos um novo governante» (BWV 212). A música é despojada, simples e rústica, seguindo por canções e danças de forma popular, o motivo pelo qual é conhecida como Cantata dos Camponeses. A ária Unser trefflicher lieber Kammerherr faz soar uma doce folia, nesta montagem quase cinematográfica entre tonalidades, ritmos e atmosferas.
As Folk Songs (aqui na versão orquestral) de Berio levam-nos ao limiar da imaginação e criatividade, através do fascínio e experimentação com diferentes culturas musicais e vernáculos: são originárias de oito países e regiões: América, Armênia, Auvergne, Azerbaijão, França, Itália, Sardenha e Sicília.
O compositor italiano Antonio Salieri (1750-1825), celebrado pela sua meia centena de óperas (em três idiomas), foi um criador cosmopolita. A folia é o mote para estas variações, explorando de forma hábil todo o colorido orquestral, de forma solene, enérgica ou mesmo pastoral: a melhor forma para rematar esta celebração da história, das gentes e da vida.
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