Visualidades Negras
Com curadoria e moderação de Filipa Lowndes Vicente
Heloisa Pires Lima, Billy Woodberry, Deborah Willis,
Kenneth Montague, Ruth Wilson Gilmore
CCB . 6, 13 e 27 abril, 4 e 18 maio . 18h30 . Centro de Reuniões
Nos últimos anos têm sido muitos os académicos, artistas, curadores e arquivistas a abordarem criticamente a relação entre visualidade e negritude, entre imagens e racismo, entre direito a representação no espaço público como modo de justiça racial e social; ou, as muitas implicações éticas em lidar, hoje, com os legados visuais do passado. Neste ciclo de conferências, com curadoria e moderação de Filipa Lowndes Vicente, iremos ouvir e debater com algumas destas vozes.
Na primeira conferência, Heloisa Pires Lima aborda as obras literárias, com vista nos elementos fornecidos para o imaginário acerca dos mundos e da vida ao redor. A antropóloga Heloisa Pires Lima, autora, editora e consultora da área na perspetiva infantil e juvenil, destaca algumas dinâmicas do circuito para o caso da origem continental africana.
Curadora e Moderadora
Filipa Lowndes Vicente nasceu em Lisboa em 1972. Desde 2009 é Investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, na área de História. Os seus trabalhos de investigação histórica são marcados por abordagens transnacionais e transcoloniais.
6 abril | Heloisa Pires Lima
Heloisa Pires Lima, antropóloga, tem um mestrado e doutoramento pela USP com uma trajetória editorial, desde 1995. Escritora, editora e pesquisadora da área, o foco que prioriza são representações culturais de origem africana nos acervos disponibilizados para a infância e juventude. Para adultos, criou e foi editora da Selo Negro Edições - Grupo Summus editorial (2000). Como consultora, trabalha tanto na esfera pública (MEC e SMEs) quanto privada (Canal Futura/Fund Roberto Marinho, editora Melhoramentos). Também colabora com ONG nacionais e internacionais (UNESCO, CEERT, CENPEC). É conselheira da Casa Sueli Carneiro. Em 2021, no A Casa Tombada, ministrou o curso de férias Certas afro-particularidades no panorama editorial: escrita, ilustração e leitura crítica e foi uma das professoras do curso O livro para a infância: processos de criação, circulação e mediação.
13 abril | Billy Woodberry
Billy Woodberry nasceu em Dallas, em 1950. É conhecido como um dos principais nomes da chamada L.A. Rebellion, uma geração de jovens cineastas afro-americanos que procuraram a construção de um novo cinema negro. A sua longa-metragem Bless Their Little Hearts (1984) é umas das obras essenciais deste movimento, com uma forte influência do neorrealismo italiano e do chamado Third Cinema. Venceu os prémios OCIC e Interfilm do júri ecuménico no Festival de Cinema de Berlim do mesmo ano. Além de realizador, participou no filme When It Rains (1995), de Charles Burnett, um dos seus colaboradores mais próximos, e emprestou a sua voz nos filmes Red Hollywood (1996), de Thom Andersen, e Four Corners (1998), de James Benning. O seu trabalho tem sido selecionado para os festivais de Cannes e Berlim e alvo de retrospetivas no MoMA, no Harvard Film Archive, no Camera Austria Symposium, no Human Rights Watch Film Festival, no Tate Modern e no Centre Pompidou. Billy Woodberry é também professor de Cinema na Escola de Artes da Califórnia (CalArts) e ainda na UCLA.
27 abril: Deborah Willis
Professora universitária e presidente do Departamento de Fotografia e Imagem na Tisch School of the Arts da New York University (NYU) e tem compromissos afiliados com o College of Arts and Sciences e com Institute of Fine Arts, onde leciona cursos de Fotografia e Imagem, iconicidade e histórias culturais que visualizam o corpo negro, as mulheres e o género. É também diretora do Center for Black Visual Culture/Institute for African American Affairs da NYU. O seu trabalho de investigação analisa as histórias multifacetadas da fotografia, da cultura visual, das fotógrafas contemporâneas e da beleza.
4 maio: Kenneth Montague
Kenneth Montague é dentista, colecionador de arte de Toronto e fundador e diretor da Wedge Curatorial Projects, uma organização sem fins lucrativos que apoia artistas africanos e da diáspora emergentes e estabelecidos. Desde 1997, Kenneth Montague expõe arte contemporânea que explora a identidade negra, apresentando esses trabalhos no âmbito da sua Wedge Collection. Montague trabalhou no Comité de Aquisições Africanas da Tate Modern, bem como no Comité de Curadoria de Fotografia da Art Gallery of Ontario (AGO), em Toronto. Atualmente, é administrador e conselheiro da AGO para um novo departamento, Arts of Global Africa and the Diaspora. Montague também participou como jurado de grandes prémios de fotografia, incluindo o Prémio Grange (2010), o Bamako Encounters/Biennial of Contemporary African Photography (2015) e o Scotiabank Photography Award (2021). Montague recebeu um doutoramento honorário da OCAD University, Toronto, em 2016, pelo seu trabalho contínuo com artistas emergentes e jovens criativos. As We Rise: Photography from the Black Atlantic, um novo título da Aperture que celebra os trabalhos da Wedge Collection de Montague foi eleito um dos 20 Melhores Livros de Fotografia de 2021 pela revista TIME.
18 maio: Ruth Wilson Gilmore
Ruth Wilson Gilmore é cofundadora de várias organizações comunitárias abolicionistas, nomeadamente da California Prison Moratorium Project, da Critical Resistance e da Central California Environmental Justice Network. É também professora de Geografia e diretora do Center for Place, Culture and Politics. Abolition Geography: Essays Towards Liberation (Verso, maio de 2022) é o seu livro mais recente.
Contamos com a vossa colaboração na divulgação deste ciclo de conferências se propõe pensar sobre as questões de representação numa ótica de descolonização.
Um abraço.
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