CCDR NORTE aplica 300 mil euros em “apoios pontuais” aos agentes culturais

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A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR NORTE) aprovou em 100% a aplicação do orçamento do programa NORTE PONTUAL para 2024, de 300 mil euros, para projetos e atividades culturais de agentes não profissionais ou profissionais não apoiados pelo Estado.
 
De um total de 304 candidaturas, são contemplados apoios diretos, de vocação complementar, a 132 projetos culturais e apoios indiretos a 54 bandas filarmónicas ou de música tradicional (correspondentes, neste caso, ao financiamento do valor de IVA pago na aquisição de equipamentos). Os financiamentos serão executados integralmente até final do corrente ano.
 
Nos projetos apoiados, destacam-se as áreas disciplinares da música (com 40 candidaturas aprovadas), do livro e leitura (24), das artes visuais (12), do teatro (12), do cinema e multimédia (11) e da cultura popular (10).
 
Na esfera da literatura, estão apoiados projetos de reedição da obra de Teixeira de Pascoaes e da edição da poesia inédita do poeta vimaranense Guilherme de Faria (1907-1929), um dos mais desconhecidos dos poetas neoromânticos lusitanistas, promovidas pela editora independente Officium Lectionis; a publicação inédita de “Camilo Castelo Branco visto pelos seus Contemporâneos”, da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto, e um livro infantojuvenil sobre o Alto Douro Vinhateiro Património Mundial, da autoria de Eduarda Freitas, entre muitos outros.
 
Entre os projetos contemplados, contam-se ainda três iniciativas vocacionadas para a promoção da língua mirandesa, promovidas por associações locais de Miranda do Douro, e um para a valorização dos rituais ancestrais de Bemposta, em Mogadouro, da Maschocalheiro.
 
No campo da música, contam-se entre as iniciativas “com luz verde” a organização do MUMI – Músicas do Minho de 2024, a realizar na Eurocidade Tui – Valença, e do laboratório musical “Guimarães Choral Lab 2024”, ambos a terem lugar em setembro, assim como a gravação dos novos trabalhos discográficos do coletivo musical “Mão Morta”, Viva La Muerte, no contexto dos 40 anos da banda, e do jovem cantautor transmontano BIÉ.
 
No domínio do cinema e da fotografia, serão apoiadas, entre outras, as produções de filmes documentais sobre a “Mina da Borralha”, em Montalegre, e sobre uma aldeia da serra de Montemuro; e os encontros “RE.VER 03 - fotografia e expansão” da associação alto-minhota de animação audiovisual “Ao Norte”, entre outras atividades de cinema.
 
Nas artes plásticas e visuais, destaca-se o financiamento de uma intervenção original de arte pública na Quinta de São Gens (sede da Unidade de Cultura da CCDR NORTE), em Matosinhos, proposto pelo coletivo RUÍDO; e no teatro, o apoio ao “LÍNGUA – Festival Internacional de Teatro em Línguas Minoritárias”, iniciativa do barcelense Teatro de Balugas.
 
“O conjunto dos projetos selecionados neste concurso dá-nos uma imagem muito expressiva da vitalidade e diversidade culturais e criativas surpreendentes do Norte, garantidas por um extenso tecido de entidades independentes, emergentes ou tradicionais, muito pouco apoiadas”, refere o Vice-Presidente da CCDR NORTE para a Cultura, Jorge Sobrado.
 
“Apesar do aumento do montante colocado a concurso – na ordem de 100 mil euros –, relativamente ao concurso de 2023 [da ex-Direção Regional da Cultura do Norte], devemos reconhecer que o setor cultural e artístico do Norte justifica maior suporte no futuro”, explica Jorge Sobrado.
 
De modo a garantir uma aplicação integral do valor disponibilizado, a Unidade da Cultura da CCDR NORTE adotará um mecanismo de monitorização dos apoios aprovados. “Situações de quebra de realização detetadas oportunamente permitirão redirecionar os apoios para outros atividades culturais”, avança o Vice-Presidente.
 
Em termos territoriais, o NORTE PONTUAL apoia projetos em todos os espaços intermunicipais da Região Norte: 38 por cento dos projetos apoiados concentram-se na Área Metropolitana do Porto, 15 por cento no Douro, 14 por cento em Trás-os-Montes, 10 por cento no Cávado e outro tanto no Ave, seguidos Tâmega e Sousa, Alto Minho e Alto Tâmega.
 
Tendo em vista antecipar as decisões do programa NORTE PONTUAL às entidades concorrentes, o concurso para 2025 será lançado até novembro deste ano.

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