Circuito das Beiras by Bridgestone / First Stop foi enorme sucesso
O Clube Escape Livre recuperou uma prova com 120 anos e, depois de três dias intensos com muitas peripécias e aventuras, o balanço final desta edição do Circuito das Beiras by Bridgestone / First Stop é, claramente, positivo. E nem a muita chuva que acompanhou os dois últimos dias do evento impediram que um Darracq voltasse a centrar as atenções ao cruzar as estradas que ligam Coimbra a Castelo Branco e à Guarda, num total de cerca de 440 km.
O Circuito das Beiras by Bridgestone / First Stop faz parte da história do automobilismo nacional, marcando a estreia das provas por etapas em Portugal. Passados 120 anos, o Clube Escape Livre com o apoio das Câmaras Municipais de Coimbra, Castelo Branco e Guarda e o patrocínio da Bridgestone, First Stop e Litocar, realizou a segunda edição nos dias 15 a 17 de setembro.
Os trinta e um automóveis clássicos reunidos para este passeio cumpriram mais de 400 quilómetros ligando três capitais de distrito, Coimbra, Castelo Branco e Guarda e enfrentando a intempérie que se abateu sobre o evento nas etapas que ligaram Castelo Branco à Guarda e a cidade mais alta a Coimbra. Abandonada a vertente competitiva em estrada, o Circuito das Beiras by Bridgestone / First Stop serviu aos participantes um “quizz” diário de conhecimento e observação e, ainda, um desafio colocado a todos de vestirem a rigor roupa da época do seu veículo.
O conjunto de automóveis reunidos incluía verdadeiras preciosidades como o Darracq 12 HP Open Tourer de 1921 ou o Berliet de 1926, ambos vindos expressamente para esta edição do evento do Clube Escape Livre. O primeiro saído do Museu do Caramulo, o segundo do Museu de la Historia de la Automacion de Salamanca.
Por outro lado, Pedro Villas Boas, nome grande do desporto automóvel nacional, e que o Clube Escape Livre aproveitou para homenagear, esteve presente com um fantástico MGA TC, encabeçando uma longa lista de modelos da marca britânica. Representadas, também, a Ford, a Studebaker, a Hotchkiss, a Wolseley e as mais contemporâneas Mercedes, Citroen, Fiat, Renault e Datsun, juntando-se um exemplar imaculado de um Triumph Dolomite Sprint e o Sunbeam Alpine vindo, também ele, do Museu de Salamanca.
A Praça da República, em Coimbra, foi o palco para o arranque deste Circuito das Beiras by Bridgestone / First Stop, onde esteve a baixar a bandeira o Presidente da Câmara Municipal. Até Castelo Branco, onde o Presidente da Câmara Municipal também recebeu a caravana para um desfile preparado pela CAABC, tempo para conhecer as ruínas de Conimbriga e almoçar na Sertã.
A tirada até à Guarda, acompanhada por muita chuva, passou pela Aldeia Histórica de Castelo Novo e pelo Fundão - onde o Alambique d’Ouro recebeu, principescamente, os participantes para o almoço e onde teve lugar uma prova de vinhos proporcionada pela Adega do Fundão - antes de chegarem ao Centro Histórico da Guarda. Aqui, juntou-se uma caravana de 30 automóveis clássicos de várias idades que percorreram algumas artérias da cidade convergindo para o quarteirão da Câmara Municipal onde o Presidente e a vereadora do Desporto participaram no desfile. O regresso a Coimbra continuou pelas estradas pisadas por Tavares de Melo na edição de 1902 e o grande final decorreu na Praça da Canção na cidade dos Estudantes, celebrado com o Espumante da Adega de Castelo Rodrigo.
As duas últimas etapas foram feitas debaixo de muita chuva, mas nem a inclemência dos elementos demoveu os participantes de cumprir um itinerário elogiados por todos no final deste Circuito das Beiras by Bridgestone / First Stop.
Contas feitas a três dias de intensa atividade, a vitória foi partilhada por Tiago Patrício Gouveia/Tiago Branco no espetacular Darracq de 1902 e por Manuel Simões/Graça Simões no bonito Citroen 11 BL. Obtiveram a maior pontuação entre as equipas participantes, destacando-se a dupla do Citroen pelo facto de terem envergado, durante os três dias, roupa da época do carro nascido em 1947.
O terceiro classificado foi João Teixeira num MGB, seguido de António Dionísio (MG TF) em igualdade com José Manuel Pinto. O Top 5 foi fechado com o belíssimo Austin Healey 3000 de António Mota.
Nas diversas classes, o Darracq de Tiago Patrício Gouveia foi o melhor na Classe A (até 1904), Luís Lavin (Ford A) ganhou na Classe C (1919 a 1930) e António Fernandes Ribeiro (Wolesley 10/40) foi o melhor na Classe D (1931 a 1945). O Citroen 11 BL de Manuel Simões venceu na classe E (1946 a 1960), enquanto Luís da Cunha Matos (MGB) levou de vencida a Classe F (1961 a 1970). A Classe G foi a mais concorrida e a vitória foi para o MGB de João Teixeira.
Todos os participantes receberam o Troféu SPAL alusivo ao evento e ainda foram presenteados com o magnífico livro de José Barros Rodrigues.
Finalmente, o Troféu da Junta de Freguesia do Casteleiro – onde nasceu José Caetano Tavares de Melo – para eleger o carro mais bonito do evento, foi entregue, por votação de todos os participantes, ao Darracq 12 HP Open Tourer de Tiago Patrício Gouveia e do Museu do Caramulo. Uma belíssima peça artística que vai embelezar a vitrina de troféus do museu.
A história da prova em livro
Como previsto, o arranque desta edição que celebrou os 120 anos da prova coincidiu com o lançamento do livro “O Circuito das Beiras e o Espírito Visionário de José Caetano Tavares de Melo”, da autoria do historiador José Barros Rodrigues. A obra com 240 páginas já está disponível nas livrarias.
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