NOITE PERPÉTUA de Pedro Peralta em competição no Festival Internacional de Cinema de San Sebastián
COMUNICADO DE IMPRENSA
20 de agosto, 2020 – Vila do Conde – Agência da Curta Metragem
A mais recente curta-metragem de Pedro Peralta, NOITE PERPÉTUA, foi seleccionada para integrar a secção competitiva Zabaltegi-Tabakalera do Festival Internacional de San Sebastián, que se realiza de 18 a 26 de setembro 2020.
Produzido pela Terratreme, com coprodução com a francesa KinoElektron e com distribuição internacional da Agência da Curta Metragem, NOITE PERPÉTUA parte de acontecimentos ocorridos no rescaldo da Guerra Civil Espanhola, no ano de 1939.
Em 2010 um artigo do jornal Público levou-me a travar conhecimento com o branqueamento da memória da repressão Franquista em Espanha. Dos muitos relatos, um marcou-me profundamente: ‘Quando eles chegaram, a minha mãe percebeu logo o que ia acontecer. Pediu para dar de mamar à minha irmã e depois levaram-na. Tinha 31 anos e o corpo nunca mais apareceu.’ Este é o relato de Aurora Navas, filha de Matilde Sánchez, cidadã Espanhola assassinada por falangistas. Pressenti logo, nesta descrição, um complexo dilema humano., avança o realizador.
Esta é a segunda curta-metragem de Pedro Peralta, que em 2016 realizou Ascensão, obra que teve estreia internacional na Semana da Crítica do Festival de Cannes no mesmo ano e esteve presente em cerca de 70 festivais por todo o mundo, tendo recebido inúmeros prémios, como Prémio Árvore da Vida para Filme Português no IndieLisboa, Melhor Curta Metragem e Prémio do Júri no Kyiv International Film Festival «Molodist», Prémio Des Enfants de La Licorne no Festival International du Film d'Amiens, entre outros.
TRAILER
NOITE PERPÉTUA
FICÇÃO, HD, 17', 2020
com Matilde Couso de Arccos, Paz Couso, Domicília Nunes, Sara Piris, Joaquín Calderon, Francisco Javier Sánchez Cabrilla, Laura Afonso argumento e realização Pedro Peralta imagem João Ribeiro som Ricardo Leal montagem Francisco Moreira montagem e mistura de som Hugo Leitão arte Cypress Cook, Bruno Duarte produção executiva João Matos, Janja Kralj produção Terratreme Filmes, KinoElektron distribuição Agência - Portuguese Short Film Agency
SINOPSE
Castuera, Espanha, Abril de 1939. Durante a noite dois Guardas Falangistas surgem à porta da casa onde Paz se encontra refugiada com a família. Solicitam a sua presença na esquadra. Paz compreende imediatamente a fatalidade desta visita nocturna. Sem possibilidade de fuga, pede para amamentar a sua filha recém nascida uma última vez.
NOTA DE INTENÇÕES
Em 2010 um artigo do jornal Público levou-me a travar conhecimento com o branqueamento da memória da repressão Franquista em Espanha. Dos muitos relatos, um marcou-me profundamente: ‘Quando eles chegaram, a minha mãe percebeu logo o que ia acontecer. Pediu para dar de mamar à minha irmã e depois levaram-na. Tinha 31 anos e o corpo nunca mais apareceu.’ Este é o relato de Aurora Navas, filha de Matilde Sánchez, cidadã Espanhola assassinada por falangistas. Pressenti logo, nesta descrição, um complexo dilema humano. De um lado uma mulher injustamente condenada à morte e que se mantém imutável no seu sentido de dever e instinto maternal. De outro, dois homens que seguem ordens sem hesitar, mesmo expostos a uma situação humana limite. Num episódio, as contradições de um país e de um conflito que viria marcar a História do século XX.
Assistimos, um pouco por todo o mundo, à reincidência de movimentos ideológicos extremistas e ao reavivar de ideologias de extrema direita em vários países Ocidentais. Testemunhamos, passivamente, como ‘espectadores’, crimes de guerra hediondos, em que os dilemas e os conflitos humanos presentes em Noite Perpétua se actualizam. Neste filme, a relação com a História e com a actualidade, não é uma via de sentido único, mas um caminho de encontro entre a memória histórica e individual. Noite Perpétua não é uma reconstituição histórica, documental, mas antes uma interpretação cinematográfica. É nesse sentido um filme profundamente pessoal, uma meditação sobre o amor incondicional, a família, a morte, a História.
BIOGRAFIA
Pedro Peralta nasceu em Lisboa, onde vive e trabalha. Realizou as curtas-metragens MUPEPY MUNATIM (2012, filme de escola), ASCENSÃO (2016, seleccionado em competição na Semana da Crítica do Festival de Cannes’16), NOITE PERPÉTUA (2020, seleccionado em competição no Festival Internacional de Cinema de San Sebastián). As suas curtas-metragens foram seleccionadas em mais de duas centenas de festivais e mostras internacionais, angariando diversas distinções. Trabalha desde 2013 na produtora cinematográfica Terratreme Filmes, onde coordena a distribuição cinematográfica. Actualmente trabalha no desenvolvimento da sua primeira longa-metragem, KA.
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