Atividade de promoção e reabilitação urbana mantém dinamismo
A atividade de promoção e reabilitação urbana manteve-se em alta em 2019, tanto em Lisboa como no Porto, com mais transações realizadas e maior número de projetos aprovados, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esta é uma das conclusões do último estudo da Cushman & Wakefield que identificou 35 negócios de aquisição de edifícios para reabilitação urbana ou de terrenos para promoção imobiliária entre janeiro e julho de 2019, que ultrapassam os 750 milhões de euros de investimento e representam um crescimento de 80% face ao período homólogo de 2018.
O setor residencial continua a ser o principal dinamizador do mercado, contribuindo para a sucessiva subida dos preços de transação de prédios para reabilitar em ambas as cidades. Na cidade de Lisboa, a habitação foi responsável por 67% da área de construção licenciada e 61% da área em licenciamento e, no Porto, representou 67% da área de construção licenciada e 55% da área em licenciamento, entre janeiro e julho.
Consequentemente e face à forte atividade de reabilitação urbana, os valores médios de transação de prédios urbanos na cidade de Lisboa em 2019 subiram 27% nos imóveis superiores a 500 m² e 18% nas propriedades de dimensão inferior, situando-se no segundo trimestre do ano entre 2.760€/m² e 3.320€/m², respetivamente, de acordo com os dados do SIR (Sistema de Informação Residencial). No Porto, esse aumento foi ainda mais substancial, com os valores médios a crescerem 41% nos imóveis superiores a 500 m² e 21% nos de dimensão inferior, situando-se em Junho de 2019 nos 1.780€/m² e 1.920€/m², respetivamente.
Em Lisboa, o centro histórico atinge o valor médio mais elevado (3.530 €/m²) mas foi a zona ribeirinha que registou o crescimento mais acentuado, 47% face a período homólogo de 2018. Já na Invicta, a zona da Baixa alcança o valor médio mais elevado nos imóveis de dimensão superior a 500 m² (2.756€/m²) seguindo-se o Centro Histórico com 1.735€/m².
Apesar do claro predomínio da atividade de reabilitação urbana nos centros das cidades, o estudo da Cushman & Wakefield aponta para uma maior abrangência geográfica por parte da procura, que começa a olhar para zonas mais periféricas para os seus investimentos.
De acordo com Ana Gomes, Diretora de Promoção e Reabilitação Urbana na Cushman & Wakefield, “A procura de oportunidades de reabilitação urbana e de promoção nova em Lisboa e no Porto nunca foi tão alta e esta tendência deverá manter-se em 2020. Contudo, esta procura é cada vez mais direcionada para localizações menos centrais onde o investimento foi menor nos últimos três anos. Em Lisboa, por exemplo, é particularmente visível o maior interesse de investidores nos eixos ribeirinhos de Santos/Alcântara e Marvila bem como no eixo central Saldanha/Campo Grande, em detrimento dos bairros históricos da Graça, Alfama, Baixa e Chiado. Também as zonas de expansão da cidade têm vindo a ser alvo de forte interesse, com especial destaque para a Alta de Lisboa, que nos próximos anos irá contribuir para um aumento muito considerável da oferta de produto residencial na cidade”.
Incerteza no tempo de licenciamento influencia atividade
A subida dos custos de construção e a incerteza do tempo necessário para obter licenciamento têm impactado negativamente o mercado de reabilitação e promoção imobiliária, que, ainda assim, continua
vigoroso e com um elevado número de projetos em aprovação.
Entre janeiro e julho deste ano foram licenciados na cidade de Lisboa 250 projetos com uma área de construção total que ultrapassa os 320.000 m², mais 14% que no período homólogo de 2018. Relativamente aos projetos em licenciamento, estavam em análise nos primeiros sete meses do ano cerca de 450.000 m², representando uma variação homóloga de -17% face a 2018, o que pode ser explicado pelo acumular de processos de licenciamento na Câmara de Lisboa devido aos elevados tempos de decisão.
No Porto, foram contabilizados cerca de 325.000 m² de projetos em licenciamento e mais de 210.000 m² de projetos licenciados.
Apesar da habitação concentrar a maior fatia destes projetos, o setor do turismo ganha relevância em ambas as regiões. Em Lisboa foi responsável por 8% da área licenciada e 12% da área em licenciamento. No Porto, representa atualmente 14% da área de construção licenciada e 25% da área em licenciamento.
Sobre a Cushman & Wakefield
A Cushman & Wakefield (NYSE: CWK) é uma consultora líder global em serviços imobiliários que cria valor significativo a ocupantes e investidores em todo o mundo. A Cushman & Wakefield está entre as maiores empresas de serviços imobiliários com 51.000 colaboradores distribuídos por 400 escritórios em 70 países. Em 2018, a consultora registou uma faturação de 8,2 mil milhões de dólares através de serviços de agência, representação de inquilinos, vendas e aquisições, gestão de imóveis, gestão de projetos, consultoria e avaliações. Para saber mais visite www.cushmanwakefield.pt
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