“Food Halls”: tendência mantém-se firme em toda a Europa
Lisboa, 09 de julho de 2024 – O número de mercados de restauração (food halls, no seu termo em inglês) na Europa aumentou quase 50% nos últimos sete anos, estando atualmente abertos 133 espaços deste género e outros nove em breve, de acordo com o último relatório da Cushman & Wakefield (C&W) sobre os Food Halls na Europa.
O total atual representa um aumento em relação aos 90 espaços abertos ou em desenvolvimento em 2017, altura em que a empresa de serviços imobiliários, que prestou consultoria em mais de 1100 negócios no setor da alimentação e bebidas (F&B) na Europa nos últimos três anos, produziu pela primeira vez o seu estudo aprofundado sobre o subsetor. Na altura, os mercados de restauração, que ofereciam comida e bebida autênticas, diversificadas e preparadas na hora, num ambiente comum, estavam a ganhar popularidade rapidamente junto de uma geração mais jovem que procurava experiências únicas e esperava-se que o crescimento continuasse.
Apesar dos confinamentos provocados pela pandemia e dos aumentos de custos imprevistos que obrigaram ao encerramento de alguns food halls, a tendência geral tem sido a adaptabilidade e o crescimento. O conceito tem vindo a ganhar força no Reino Unido e em França, onde 42 e 20 food halls estão abertos ou previstos, e entrou em novos países, incluindo a Bélgica (4), a República Checa e a Irlanda.
Tabela: Top 10 países europeus de restauração (ranking por número) Fonte: Cushman & Wakefield |
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País |
Food halls abertos / em breve |
Food halls abertos em 2017 |
Reino Unido |
42 |
19 |
França |
20 |
8 |
Itália |
16 |
18 |
Alemanha |
8 |
3 |
Dinamarca |
8 |
3 |
Espanha |
7 |
8 |
Países Baixos |
7 |
2 |
Polónia |
7 |
4 |
Portugal |
5 |
4 |
Suécia |
5 |
4 |
Com algumas exceções, em que os proprietários lidam diretamente com os comerciantes de produtos alimentares, a maioria dos food halls envolvem um operador que arrenda o espaço a um proprietário, normalmente por 10-15 anos. O operador é então responsável: pelo arrendamento aos comerciantes de produtos alimentares; pelos espaços de bar, de convívio e de lazer; pelos serviços de gestão, como a segurança e a limpeza; e pela criação da identidade do food hall. Para além disso, existem numa grande variedade de tamanhos - de 300 m2 a 10.000 m2 - e localizações.
Catherine Stevenson, da equipa EMEA Cross Border Retail & Leisure da Cushman & Wakefield e coautora do relatório, afirmou: "Um food hall de sucesso é, naturalmente, aquele em que a qualidade da comida é uma prioridade. Os melhores aproveitam também as características únicas da história, da arquitetura e da cultura do seu local. Esta autenticidade transforma uma área de restauração de um local num ponto de referência, atraindo visitantes e desempenhando um papel fundamental na construção de um local. Isto é mais evidente no Time Out Market Lisboa, que se tornou uma das atrações mais populares e frequentemente visitadas em Portugal, transcendendo o seu papel de local para comer para um destino internacionalmente significativo que atrai visitantes de todo o mundo."
O relatório destaca vários temas-chave que a Cushman & Wakefield espera que influenciem o crescimento dos mercados de restauração nos próximos anos, incluindo:
- Modelo multiusos: Embora a comida continue a ser fundamental, a vontade de criar uma oferta para todo o dia significa que os espaços sociais polivalentes que acolhem eventos, desde aulas de culinária a convívio competitivo, estão a tornar-se comuns, tal como os eventos empresariais de maior dimensão e as colaborações. Os bares integrados têm sido particularmente bem-sucedidos no apoio aos operadores cujas margens de lucro são reduzidas.
- Novos formatos: É provável que estes formatos incluam locais de centros de transporte, oferecendo uma maior escolha e experiência aos viajantes, e versões mais pequenas em locais de bairro. A localização é fundamental, sendo necessária uma afluência suficiente de pessoas para apoiar as refeições durante todo o dia, sete dias por semana.
- Regeneração: La Gare du Sud, em Nice, França, uma antiga estação ferroviária transformada num pavilhão alimentar com 2 400 m2, é um exemplo notável de edifícios que estão a ser reaproveitados com sucesso. De um modo mais geral, os proprietários de imóveis e os stakeholders da cidade estão a reconhecer que os food halls podem dar nova vida a um local, ao mesmo tempo que constituem um importante ponto de referência da comunidade. O Cambridge Street Collective abriu recentemente em Sheffield como o maior food hall construído para o efeito na Europa, com 2 500 m2, no âmbito de um projeto financiado pela autarquia e centrado na comunidade da cidade.
Sandra Belo, Associate de Retalho na Cushman & Wakefield, Portugal, refere que: “Os mercados de restauração continuam a ser o melhor local para se ir sem fazer reserva, com a garantia de qualidade e diversidade. Embora a comida continue a ser o centro das atenções, existe um interesse crescente nestes espaços como um destino de lazer para clientes de varias nacionalidades. Com o aumento dos custos, os mercados de restauração / food halls evoluíram para se tornarem centros sociais, fomentando um ambiente que incentiva o convívio e conexões significativas.”
Consulte o estudo completo aqui.
-FIM-
Notas para os editores:
- A definição de food halls da Cushman & Wakefield exclui os espaços ao ar livre, os que vendem principalmente alimentos não preparados e as tradicionais praças de alimentação dos centros comerciais. A fim de permitir uma comparação comparável, os números de 2017 excluem algumas galerias alimentares na Rússia que, na altura, foram incluídas no relatório original.